Cidade gaúcha chama atenção nacional ao liderar ranking de limpeza urbana e despertar comparações com o Japão por causa da disciplina e engajamento da população na gestão dos resíduos sólidos.
Observação: há um ajuste possível de concordância no apelido; como “Japão” é masculino, o mais comum seria “o ‘Japão brasileiro’”. Mantém-se, contudo, o título original.
A cidade de Marau, no interior do Rio Grande do Sul, passou a ser conhecida nacionalmente pelo alto padrão de limpeza urbana e pela organização de seus serviços públicos.
O desempenho levou moradores e visitantes a compará-la ao Japão, país reconhecido pela disciplina e pelo respeito aos espaços coletivos.
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De acordo com o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU), elaborado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) em parceria com a PwC Brasil, Marau alcançou a primeira posição entre os municípios avaliados em todo o país.
O estudo analisa a gestão de resíduos sólidos com base nas diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e leva em conta critérios como cobertura do serviço, sustentabilidade financeira e taxa de reciclagem.
Segundo o levantamento, a cidade atingiu nota 0,827, em uma escala que vai de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho.
Esse resultado, segundo a administração municipal, reflete o esforço conjunto entre poder público e moradores para manter a cidade limpa e sustentável.
Planejamento e reestruturação da coleta
A prefeitura de Marau atribui o resultado a um conjunto de medidas adotadas desde 2017.
O prefeito Iura Kurtz afirmou que os contratos de coleta de lixo foram readequados, o que permitiu reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.
Com as mudanças, o município passou a economizar cerca de R$ 100 mil por mês, segundo dados da própria administração.
O recurso economizado foi destinado à ampliação da cobertura de coleta e à estruturação de programas de reciclagem.
O secretário municipal Nego Vedana destacou que a criação de um novo cronograma para a coleta de entulhos também contribuiu para melhorar o serviço.
O sistema estabeleceu dias específicos para diferentes regiões, o que reduziu o acúmulo de resíduos em vias públicas e facilitou a destinação correta do material.
Especialistas em gestão urbana apontam que a definição clara de rotas e horários de coleta, aliada à comunicação com a população, costuma gerar melhores resultados e reduzir desperdícios orçamentários.
Participação da comunidade e educação ambiental
Segundo a prefeitura, campanhas de educação ambiental foram fundamentais para consolidar os avanços.
A população é incentivada a separar o lixo, respeitar os horários de coleta e evitar o descarte irregular.
As ações são realizadas em parceria com escolas e associações de bairro, que ajudam a disseminar informações sobre sustentabilidade.
De acordo com técnicos da área, iniciativas desse tipo tendem a fortalecer o sentimento de corresponsabilidade entre moradores e administração.
Em Marau, relatos de servidores e registros de campo indicam que o comportamento da população passou a refletir maior preocupação com a limpeza de calçadas, praças e vias públicas.
Comparação com o modelo japonês
A comparação com o Japão, segundo analistas e moradores, se deve à cultura de disciplina e cooperação observada na cidade.
No país asiático, é comum que os cidadãos mantenham seus resíduos até encontrar o local adequado para descarte, prática associada ao senso de responsabilidade individual.
Em Marau, ainda que em contexto diferente, a lógica é semelhante.
Moradores relatam que há um entendimento coletivo de que o espaço público pertence a todos e, por isso, deve ser preservado.
A analogia com o Japão, portanto, simboliza o reconhecimento desse comportamento comunitário.
Pesquisadores em políticas urbanas apontam que esse tipo de engajamento social é um dos fatores mais determinantes para o sucesso de programas de limpeza e reciclagem, independentemente do tamanho do município.
Efeitos práticos e resultados observados
Dados da Secretaria de Meio Ambiente indicam que o modelo de gestão adotado em Marau trouxe benefícios diretos, como redução do descarte irregular e aumento das taxas de reciclagem.
Além disso, ruas mais limpas contribuem para a diminuição de pontos de proliferação de vetores de doenças, o que também impacta positivamente a saúde pública.
Técnicos da área ambiental ressaltam que o planejamento eficiente da coleta de entulhos ajuda a evitar o entupimento de bueiros e o acúmulo de lixo em locais inadequados, problemas comuns em cidades com sistema irregular de coleta.
Segundo o poder público municipal, outro fator que contribui para a manutenção dos resultados é a transparência na divulgação dos dados.
Relatórios periódicos com indicadores de desempenho são apresentados em audiências públicas, o que, segundo a gestão, permite o acompanhamento da população e aumenta a confiança no serviço.
Modelo de gestão que inspira outras cidades
Gestores públicos e especialistas em saneamento veem em Marau um exemplo replicável de gestão de resíduos.
A adoção de cronogramas fixos, a reestruturação de contratos com metas de desempenho e o investimento em campanhas educativas são práticas apontadas como de baixo custo e alto impacto em cidades de pequeno e médio porte.
Ainda de acordo com analistas, o principal desafio para replicar a experiência está na continuidade administrativa.
Projetos de longo prazo dependem da manutenção das políticas e do envolvimento da comunidade, independentemente de mudanças de governo.
A experiência de Marau demonstra que resultados consistentes na limpeza urbana exigem planejamento técnico, engajamento social e fiscalização permanente.


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