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Cidade brasileira quer cobrança diária para turistas, com taxa de até R$ 143 por veículo e isenção só para quem ficar menos de 2 horas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 21/09/2025 às 16:53
São Sebastião propõe taxa de preservação ambiental para veículos de turistas, com cobrança diária de até R$ 143 e isenções específicas.
São Sebastião propõe taxa de preservação ambiental para veículos de turistas, com cobrança diária de até R$ 143 e isenções específicas.
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Prefeitura de São Sebastião propõe criação de Taxa de Preservação Ambiental para veículos que ingressarem na cidade, com valores diários que variam conforme a categoria e expectativa de arrecadação milionária para custear serviços urbanos e ambientais.

A Prefeitura de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei complementar que cria a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) para a entrada de veículos no município.

A cobrança seria diária, com valores que chegam a R$ 143,10 conforme o tipo de veículo, e prevê isenção apenas para permanências inferiores a duas horas.

A proposta, apresentada pelo prefeito Reinaldinho (Republicanos) na última segunda-feira (15), ainda não tem data para votação.

O que prevê a taxa ambiental

Pelo texto enviado ao Legislativo, a TPA incidiria sobre todo veículo que ingressar em São Sebastião para fins turísticos.

A administração municipal argumenta que a medida busca reduzir impactos ambientais e urbanos provocados pelo aumento sazonal de visitantes, sobretudo em feriados e na alta temporada.

Os valores propostos variam por categoria.

As tarifas sugeridas são:

  • R$ 5,25 para motocicletas
  • R$ 20 para automóveis
  • R$ 24,80 para caminhonetes
  • R$ 64,40 para vans e micro-ônibus
  • R$ 119,25 para ônibus
  • R$ 143,10 para caminhões

A cobrança seria feita por dia de permanência, com isenção para veículos que fiquem menos de duas horas no território municipal.

Isenções e regras de permanência

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Além do critério de tempo, o texto prevê isenção para veículos emplacados em Bertioga, Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião.

Também não pagariam a TPA veículos de órgãos públicos, ambulâncias, polícias e transporte de pessoas com deficiência.

O objetivo, segundo a Prefeitura, é preservar a circulação local e serviços essenciais, evitando custos adicionais para moradores e atendimentos de emergência.

A proposta não altera as regras de circulação na malha viária, mas adiciona um preço público ambiental ao ingresso de visitantes motorizados.

A gestão sustenta que a taxa tem caráter de preservação e compensação, vinculada a gastos com limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos e efluentes e proteção de ecossistemas.

Argumento do Executivo

Ao apresentar o projeto, o prefeito defendeu a necessidade de um instrumento financeiro para enfrentar a pressão turística sobre a infraestrutura.

O Município de São Sebastião, em razão de sua vocação turística e relevância ambiental, recebe anualmente expressivo número de visitantes, especialmente mediante ingresso de veículos automotores”, afirmou Reinaldinho.

Segundo ele, o fluxo intenso acarreta impactos significativos na rede urbana, no custeio da limpeza e no manejo de resíduos, além de efeitos sobre áreas sensíveis do litoral.

A Prefeitura estima arrecadar cerca de R$ 45 milhões por ano com a TPA.

A projeção leva em conta o volume de visitantes e a sazonalidade do destino, apontando que o recurso seria direcionado a ações de preservação e à manutenção de serviços públicos relacionados ao turismo.

Como seria a gestão e a cobrança

O projeto abre a possibilidade de contratação de empresa privada para administrar a cobrança.

A eventual terceirização, segundo o texto, permitiria estruturar sistemas de controle de acesso, atendimento ao contribuinte e fiscalização.

Não há, porém, detalhamento de tecnologia, pontos de monitoramento ou cronograma de implantação no documento encaminhado.

Em termos operacionais, a cobrança diária pressupõe um registro de entrada e saída para apurar o tempo de permanência, com aplicação de isenção quando o período for inferior a duas horas.

Em caso de pernoite ou permanência superior, passariam a incidir os valores por categoria de veículo, observadas as isenções legais.

Situação na Câmara e próximos passos

Conforme a mensagem do Executivo, a proposta foi apresentada aos vereadores na última segunda-feira (15).

Ainda não há previsão de votação.

O rito legislativo inclui análise em comissões temáticas, possibilidade de emendas e posterior deliberação em plenário.

Se aprovado, o texto segue para sanção do prefeito e regulamentação, etapa que define procedimentos, prazos e regras de aplicação.

Enquanto a tramitação ocorre, a Prefeitura sustenta que a TPA é uma ferramenta para equilibrar o uso turístico com a capacidade de suporte do município.

A administração afirma que o agravamento dos custos com limpeza e manejo de resíduos em períodos de pico justificaria a criação da taxa.

Comparação com municípios vizinhos

A iniciativa replica o modelo adotado recentemente em Ilhabela, onde a Câmara aprovou uma taxa ambiental para disciplinar o ingresso de veículos.

No Litoral Norte, a discussão sobre instrumentos semelhantes tem sido associada à pressão sazonal do turismo e aos desafios de infraestrutura das cidades costeiras.

Fora da faixa litorânea, cidades do interior paulista também discutem cobrança a turistas para custear serviços públicos e preservar atrativos locais.

Aparecida e Campos do Jordão estão entre os municípios que planejam modelos próprios, em debate nas respectivas Casas Legislativas.

As propostas variam, mas têm em comum a tentativa de internalizar custos decorrentes do alto fluxo de visitantes.

Impactos esperados para o turismo e para moradores

Caso o projeto seja aprovado e regulamentado, a expectativa do Executivo é desestimular deslocamentos de curta duração em horários de maior demanda e compensar financeiramente os gastos extras do município.

Para os moradores, as isenções por local de licenciamento evitam a cobrança no deslocamento cotidiano, enquanto serviços públicos e de emergência ficam preservados do pagamento.

Do ponto de vista do visitante, a cobrança por dia e a faixa de isenção de duas horas tendem a influenciar o planejamento de viagens e tempo de permanência.

A gestão municipal argumenta que a medida pode organizar o fluxo, reduzir impactos sobre praias e vias e financiar ações ambientais.

O que ainda não está definido

Apesar da estimativa de R$ 45 milhões anuais, pontos operacionais dependem da regulamentação.

Entre eles estão a data de início de vigência, eventuais pontos de controle, forma de pagamento e fiscalização.

Também não há calendário para votação na Câmara.

Essas etapas devem ser detalhadas caso o projeto avance nas comissões e seja aprovado em plenário.

A discussão sobre taxas de turismo e preservação tem se espalhado por destinos brasileiros com alta demanda.

Em São Sebastião, a proposta coloca em pauta o equilíbrio entre atividade econômica e proteção ambiental.

Na sua opinião, a TPA é um instrumento adequado para financiar a preservação sem afastar o visitante?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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