China desafia os EUA com novos mísseis e drones em desfile militar, mostrando força e enviando recado claro a Washington.
A China exibiu em 03 de setembro de 2025, em Pequim, um dos maiores desfiles militares de sua história, revelando mísseis hipersônicos, drones com inteligência artificial e até armas a laser.
O evento reuniu mais de 20 líderes estrangeiros, entre eles Vladimir Putin (Rússia) e Kim Jong Un (Coreia do Norte), e foi visto como um recado direto aos Estados Unidos, no momento em que cresce a disputa China vs EUA pela supremacia militar global.
A demonstração chamou atenção não apenas pelo poderio bélico, mas também pela mensagem política de unidade contra Washington.
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O poder militar em exposição: tecnologia além das cópias
De acordo com especialistas, o desfile militar da China mostrou que o país deixou para trás a fase de “cópias rudimentares” de equipamentos ocidentais.
Hoje, Pequim já apresenta tecnologia militar própria e inovadora, especialmente em drones, mísseis e sistemas de defesa.
Segundo Michael Raska, professor da Universidade Tecnológica de Nanyang, a grande dúvida é se o Exército chinês conseguirá integrar com eficiência tantos sistemas modernos, já que o país não participa de guerras de larga escala há décadas.
China aposta em mísseis para enfrentar os EUA
O destaque ficou por conta dos novos mísseis, que têm papel central na estratégia chinesa. Entre eles:
- Dongfeng-61, capaz de carregar várias ogivas.
- Dongfeng-5C, balístico intercontinental, com alcance até os EUA.
- Dongfeng-26D, apelidado de “Destruidor de Guam”, voltado para atingir bases americanas no Pacífico.
Além disso, os mísseis hipersônicos YJ-17 e YJ-19 impressionaram pela capacidade de manobras imprevisíveis, tornando mais difícil a interceptação por sistemas de defesa dos EUA.
Para Alexander Neill, do Fórum do Pacífico, essa aposta nos mísseis serve para compensar a inferioridade naval chinesa frente à Marinha americana, considerada a mais poderosa do mundo.
Drones e inteligência artificial como armas estratégicas
Outro ponto forte do desfile foram os drones com inteligência artificial (IA). O submarino não tripulado AJX-002, com 20 metros de comprimento, foi apresentado como peça-chave para vigilância e reconhecimento.
O drone GJ-11, chamado de “fiel escudeiro”, também chamou a atenção por acompanhar caças tripulados em missões de ataque.
Além disso, até lobos-robôs foram exibidos, projetados para operações de reconhecimento e combate em solo.
Especialistas apontam que a China está incorporando lições da guerra na Ucrânia, onde drones têm papel fundamental. A estratégia é clara: usar IA para acelerar decisões em campo e reduzir o tempo de resposta em combates.
China vs EUA: quem leva vantagem?
Apesar do avanço chinês, os Estados Unidos ainda mantêm superioridade operacional.
Enquanto os chineses seguem uma cadeia de comando rígida, “de cima para baixo”, os militares americanos têm maior flexibilidade, permitindo que unidades em campo adaptem estratégias em tempo real. Essa agilidade, segundo Raska, dá aos EUA uma vantagem importante em cenários de guerra.
Ele lembra ainda que incidentes recentes, como a colisão de um navio chinês com uma embarcação menor ao enfrentar a guarda costeira das Filipinas, reforçam dúvidas sobre a eficiência prática das forças de Pequim.
Desfile da China foi vitrine de armas e mensagem política
Além de exibir força militar, o desfile militar da China funcionou como uma vitrine de armas para potenciais compradores.
Países como Mianmar já figuram entre os principais clientes, mas a presença de Putin e Kim Jong Un mostrou que Pequim busca consolidar alianças estratégicas.
De acordo com Alexander Neill, a mensagem era clara: enfrentar a China significaria lidar também com Rússia e Coreia do Norte, em um possível conflito simultâneo em diferentes regiões — do Estreito de Taiwan à Ucrânia.
Essa demonstração reforça a visão de que o equilíbrio militar global está em transformação, e a disputa China vs EUA promete marcar a geopolítica nos próximos anos.