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China retoma a liderança e se torna a maior parceira comercial da Alemanha

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 22/10/2025 às 16:14
Bandeiras da China e da Alemanha lado a lado em porto europeu, simbolizando a retomada da parceria comercial entre os dois países em 2025.
Bandeiras da China e da Alemanha representam o fortalecimento das relações comerciais bilaterais, após tarifas impostas pelos EUA impactarem as exportações alemãs.
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Balanço até agosto mostra que Pequim ultrapassou Washington no comércio com Berlim em 2025

A China voltou a ocupar o posto de maior parceira comercial da Alemanha entre janeiro e agosto de 2025. Os dados foram divulgados pelo Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) e analisados pela Reuters.

No período, as trocas comerciais entre os dois países somaram €163,4 bilhões, superando ligeiramente o volume registrado com os Estados Unidos, de €162,8 bilhões.

Queda nas exportações para os EUA

Em 2024, os Estados Unidos haviam assumido a liderança, encerrando uma sequência de oito anos da China na primeira posição.

Contudo, a política tarifária mais agressiva adotada pelo governo norte-americano em 2025, após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, alterou novamente o cenário.

As exportações alemãs para os EUA recuaram 7,4% nos primeiros oito meses do ano, totalizando €99,6 bilhões.

Somente em agosto, houve uma queda expressiva de 23,5% em relação ao mesmo mês de 2024.

De acordo com Dirk Jandura, presidente da Federação Alemã de Comércio Exterior (BGA), “não há dúvida de que a política tarifária e comercial dos EUA é uma das principais causas do declínio nas vendas”.

Ele explicou que a demanda norte-americana por automóveis, maquinário e produtos químicos alemães caiu consideravelmente, refletindo os efeitos diretos das tarifas.

Recuperação difícil e dependência crescente

Segundo Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING, a recuperação das exportações alemãs para os EUA é improvável no curto prazo.

Isso ocorre principalmente diante de um euro mais forte e da ameaça constante de novas tarifas.

Paralelamente, as exportações para a China também diminuíram, caindo 13,5% no mesmo período, para €54,7 bilhões.

Entretanto, as importações chinesas para a Alemanha aumentaram 8,3%, atingindo €108,8 bilhões, o que explica a retomada da liderança de Pequim.

“O novo boom de importações da China é preocupante”, alertou Brzeski. “Essas mercadorias estão chegando a preços de dumping, o que eleva a dependência da Alemanha e pressiona setores estratégicos em que a China é concorrente direta.”

Desafios para a indústria alemã

A estrutura industrial alemã, já fragilizada pelo baixo dinamismo econômico interno, enfrenta um cenário duplamente desafiador.

retração nas vendas externas e aumento da competição importada.

O economista Salomon Fiedler, do Berenberg Bank, afirmou que “sem crescimento doméstico robusto, qualquer oscilação nos mercados globais gera apreensão e impacto direto na economia alemã”.

Panorama e implicações geoeconômicas

Em 2024, o comércio total entre Alemanha e Estados Unidos havia alcançado €252,9 bilhões, enquanto com a China somava €246,2 bilhões, segundo o Destatis.

Portanto, a virada de 2025 reflete não apenas um ajuste estatístico, mas também uma mudança geoeconômica relevante.

Essa mudança reforça o papel chinês como elo central nas cadeias produtivas alemãs.

A combinação de tarifas elevadas dos EUA, forte fluxo de importações chinesas e câmbio desfavorável revela uma reconfiguração profunda no comércio exterior da Alemanha.

O país agora precisa equilibrar relações entre duas potências globais, evitando dependências excessivas.

Também deve buscar diversificação de mercados para proteger sua base industrial.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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