China teme que os EUA bloqueiem fornecimento de chips da TSMC para sua indústria. País se prepara para impacto na produção de carros e celulares. Veja os detalhes
A TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, está alinhada com o governo dos Estados Unidos. A empresa taiwanesa se comprometeu com a administração americana a seguir as regras dos controles de exportação. Desde que os EUA impuseram sanções mais amplas à indústria chinesa de chips, em outubro de 2022, a TSMC colabora de forma próxima com o Departamento de Comércio americano.
Fim da produção de chips de IA para chineses
Mesmo com o cenário atual, considerado delicado, a TSMC continua a ter clientes na China. Até poucos dias atrás, a empresa ainda fabricava chips para aplicações de inteligência artificial para alguns desses clientes.
No entanto, com o compromisso assumido com os Estados Unidos, a TSMC informou que deixará de fabricar chips de IA ou processadores de computação de alto desempenho para empresas chinesas.
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Apesar disso, a empresa segue fornecendo outros tipos de semicondutores para o mercado chinês. Entre eles estão os chips usados em veículos elétricos e em smartphones. Essa produção, no entanto, pode estar com os dias contados.
Medo de novas sanções dos EUA
Segundo o jornal South China Morning Post (SCMP), as empresas chinesas acreditam que os Estados Unidos estão preparando um novo pacote de sanções. O receio é que essas possíveis medidas prejudiquem ainda mais os setores de tecnologia e de veículos elétricos na China.
Atualmente, a TSMC já não fabrica mais chips de inteligência artificial em seus nós de 7 nanômetros ou mais avançados para diversos clientes chineses. A expectativa é de que as novas sanções ampliem essa proibição para outros tipos de chips.
As empresas chinesas temem que a TSMC também deixe de produzir processadores de uso geral, chips usados em direção autônoma, circuitos integrados para celulares de ponta e outros semicondutores importantes para a indústria local. Esse medo é alimentado pelo atual clima de tensão entre os Estados Unidos e a China.
Limitações da indústria chinesa
Caso esse cenário se confirme, a indústria chinesa de tecnologia e de carros elétricos pode sofrer um impacto significativo. A dependência da TSMC, que possui tecnologia de ponta, é grande.
No momento, nenhum fabricante de semicondutores da China tem produção em larga escala de chips com a mesma tecnologia da TSMC.
A SMIC, principal fabricante chinesa, tem capacidade para produzir chips de 7 nanômetros e, possivelmente, de 5 nanômetros. Mas utiliza uma técnica chamada de padrões múltiplos, que encarece muito o processo. Isso torna inviável a produção em grandes volumes.
Assim, se os Estados Unidos realmente aplicarem novas sanções e a TSMC reduzir ainda mais sua atuação no mercado chinês, empresas do país asiático podem ficar sem fornecimento adequado de chips avançados.
A consultoria taiwanesa TrendForce, considerada confiável por observadores do setor, acredita que as novas proibições estão prestes a acontecer.
Com informações de Xataka.