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China tem sucesso em teste de ignição da sua turbina a gás de alta resistência Classe F, de 300 megawatts, em Xangai

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/10/2024 às 08:54
turbina a gás
Foto: XINHUA

A turbina a gás de alta resistência Classe F, de 300 megawatts, produzida na China, concluiu com sucesso seu teste de ignição em Xangai

A China alcançou um marco importante no setor energético ao concluir com sucesso o primeiro teste de ignição da turbina a gás de alta resistência classe F de 300 megawatts, desenvolvida de forma independente no país.

O teste foi realizado na segunda-feira da última semana, na área de Lingang, em Xangai, e reflete os avanços tecnológicos da China em direção à segurança energética e ao desenvolvimento sustentável.

Essa conquista destaca o esforço chinês para reduzir sua dependência de tecnologias estrangeiras e aumentar sua capacidade industrial em setores estratégicos.

O desenvolvimento da Turbina de Classe F

TURBINA A GÁS

Produzida pela China United Gas Turbine Technology Co., a turbina de 300 megawatts é a maior e mais avançada já desenvolvida inteiramente por esforços domésticos na China.

Seus indicadores técnicos são comparáveis aos das principais turbinas de classe F em operação globalmente, segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação.

Este modelo representa um marco não apenas em termos de capacidade técnica, mas também na busca do país por soluções mais eficientes e ambientalmente responsáveis para a geração de energia.

A turbina a gás de classe F opera em temperaturas que chegam a 1.400°C, podendo suportar condições de estresse e corrosão extremos.

Isso a torna uma peça central para usinas de energia, especialmente as que visam reduzir as emissões de poluentes, como as usinas movidas a gás natural.

Comparadas às tradicionais usinas a carvão, as turbinas a gás emitem aproximadamente metade do dióxido de carbono, o que as torna essenciais para os esforços da China em atingir suas metas ambientais.

Um avanço chinês

TURBINA A GÁS

O sucesso do teste de ignição é fruto de mais de oito anos de pesquisa e desenvolvimento. O Ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Jin Zhuanglong, comemorou a conquista como um marco após o lançamento do primeiro protótipo em fevereiro.

Esse avanço representa um grande salto para a China na validação da máquina completa, preparando o caminho para novos testes e otimizações no futuro.

Mo Jingfei, diretor do departamento de gestão de ciência e tecnologia da China United Gas Turbine Technology, explicou que, em uma configuração de ciclo combinado, essa turbina poderia gerar aproximadamente 450.000 quilowatts por hora.

Isso demonstra o potencial da turbina para suprir grandes demandas energéticas de forma mais eficiente.

O ciclo combinado e a eficiência energética

A eficiência das usinas de ciclo combinado pode alcançar 55%, em comparação com a faixa de 35-46% das usinas térmicas convencionais.

Esse tipo de usina combina a utilização de turbinas a gás e turbinas a vapor para maximizar o aproveitamento energético e reduzir o desperdício de calor.

Além disso, as turbinas de ciclo combinado podem ser integradas com fontes de energia renovável, como a energia eólica e solar, tornando-as uma escolha mais versátil e alinhada com as necessidades de ajuste de pico de demanda das redes elétricas.

Essa capacidade de maior eficiência energética e integração com energias limpas torna as turbinas a gás uma tecnologia-chave para o futuro da geração de energia na China e no mundo.

À medida que o país busca reduzir sua pegada de carbono e adotar soluções mais sustentáveis, o papel dessas turbinas será cada vez mais importante.

O desafio de desenvolver turbinas a gás

Desenvolver turbinas a gás de alta potência e com temperaturas operacionais ultra-elevadas é considerado um dos maiores desafios de engenharia.

Por muitas décadas, o mercado global de turbinas a gás foi dominado por empresas dos EUA, Alemanha e Japão. A China enfrentou barreiras significativas para alcançar o nível técnico necessário, incluindo o acesso limitado a tecnologias proprietárias de outros países.

No entanto, o cenário começou a mudar em 2012, quando o Conselho de Estado da China lançou um programa estratégico nacional focado em motores aeronáuticos e turbinas a gás.

Grandes empresas chinesas, como a antiga China Power Investment Corporation, uniram forças para formar a China United Gas Turbine Technology Co. em 2017. Desde então, essa empresa tem liderado os esforços de pesquisa e desenvolvimento nacionais, culminando no recente teste de ignição bem-sucedido.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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