Com capacidade prevista de 2 GW, a China pretende revolucionar a geração de energia renovável ao captar luz solar diretamente do espaço e transmitir para a Terra usando tecnologia de micro-ondas e laser.
Já imaginou obter energia solar 24 horas por dia, livre de interrupções climáticas? É exatamente isso que a China está planejando. A ideia pode parecer saída de um filme de ficção científica, mas o país asiático marcou uma data para começar o maior projeto de engenharia espacial já proposto: uma estação espacial solar a 36 mil km da Terra.
O objetivo? Transformar energia solar captada no espaço em eletricidade utilizável na Terra, revolucionando o setor energético global. E tudo isso pode ser uma realidade ainda nesta década. Vamos explorar como a China está liderando essa nova corrida espacial.
O que é a estação espacial solar da China?
A estação espacial solar é uma usina gigante que ficará em órbita geoestacionária. A diferença? Lá no espaço, os painéis solares podem captar energia o tempo todo, sem depender de condições meteorológicas ou do ciclo dia-noite. Essa energia seria enviada para a Terra por meio de feixes de micro-ondas ou laser.
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Embora pareça uma mini versão da famosa esfera de Dyson, um conceito que captaria toda a energia de uma estrela, a ideia chinesa é bem mais prática e viável no curto prazo.
A ambição chinesa
Há 10 anos, quando a China anunciou esse projeto, parecia apenas mais um estudo teórico. Mas o país provou que não estava brincando ao estabelecer metas claras e surpreender outras nações.
O cronograma é ousado:
- 2030: Lançamento do primeiro protótipo com 500 kW de potência.
- 2035: Uma versão maior, capaz de gerar 20 MW.
- 2050: Uma estação totalmente operacional, com 2 GW de capacidade.
Isso significa dezenas, talvez centenas, de lançamentos e a montagem de milhares de painéis solares no espaço. Para isso, a China aposta em seu foguete CZ-9, totalmente reutilizável, que será fundamental para viabilizar os custos.
Como funciona a estação espacial solar?
Você sabia que, na órbita geoestacionária, os painéis solares podem ser até 50% mais eficientes do que na Terra? É isso que a China pretende explorar. A estação contará com painéis gigantes que funcionarão como girassóis, sempre voltados para o Sol.
A energia captada será transmitida para a Terra por meio de micro-ondas ou laser. Imagine uma lupa que foca a luz do Sol em um único ponto: é assim que o feixe de energia será direcionado para antenas receptoras no solo. Essa tecnologia já foi testada em pequena escala por outros países, mas nunca a distâncias tão grandes.
Desafios e tecnologia envolvida
Por mais promissor que seja, o projeto enfrenta desafios gigantescos. Só para começar, montar uma estação desse porte no espaço exigirá centenas de lançamentos, e cada um precisa ser extremamente eficiente. É aqui que entra o foguete CZ-9, projetado para ser reutilizável e reduzir os custos de operação.
Outro desafio é a segurança da transmissão sem fio. Será que a energia enviada por micro-ondas ou laser pode afetar aviões ou satélites? Essa é uma das perguntas que cientistas estão tentando responder com protótipos e testes.
O impacto global da corrida espacial pela energia solar
Se der certo, a estação espacial solar da China pode marcar o início de uma nova era energética. A China já é líder em energia fotovoltaica na Terra, mas agora quer expandir seu domínio para o espaço.
Outros países, como Japão, EUA e Europa, também estão de olho nesse mercado. Em 2015, o Japão conseguiu transmitir 1,8 kW de energia usando micro-ondas, mas a apenas 50 metros de distância. A China, por outro lado, está planejando fazer isso a 36 mil km.