Crise na indústria solar da China: LONGi demite 4.000 funcionários e enfrenta queda de 44% nos lucros. Saiba mais sobre a superprodução no mercado fotovoltaico
O mercado fotovoltaico chinês entrou oficialmente em crise. A LONGi, o maior fabricante de painéis solares do mundo, demitirá 4.000 funcionários após lucrar 44% menos no terceiro trimestre de 2023. A superprodução e uma concorrência excessivamente agressiva estão sufocando suas finanças.
Rumores e desmentidos
Os alarmes soaram quando a Bloomberg publicou que a LONGi planejava cortar quase um terço de sua força de trabalho. O artigo falava de uma força de trabalho de 80.000 funcionários, que começou a diminuir em novembro com a demissão de milhares de pessoas, principalmente estagiários de administração e trabalhadores das fábricas.
Na terça-feira, a empresa suavizou os rumores, anunciando que demitiria 5% de seus trabalhadores, cerca de 4.000 funcionários.
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LONGi, o maior fabricante do mundo, demitirá milhares de pessoas diante do colapso de sua ação
A superprodução levou a China a cancelar projetos equivalentes a 70 GW de capacidade.
Uma mudança de inflexão após anos de crescimento
Para a LONGi, este é o primeiro tropeço após uma expansão vertiginosa em todo o mundo. Os lucros da empresa caíram 44% no terceiro trimestre de 2023 e a ação, 70% desde seu máximo histórico em 2021. Em outubro, a empresa afirmou que havia “cometido um erro” ao não ser agressiva o suficiente com os preços. Na terça-feira, explicou que “o mercado fotovoltaico enfrenta um ambiente cada vez mais complexo e competitivo”.
Vendendo a preço de custo
A China conseguiu fazer com que o mundo inteiro dependesse de sua tecnologia solar em três passos:
- Um investimento público de centenas de bilhões de dólares;
- Altas margens de lucro que os fabricantes aproveitaram durante anos para melhorar sua tecnologia e ampliar a lacuna com o Ocidente;
- E uma feroz concorrência interna que, junto com a superprodução, provocou uma queda superior a 50% no preço dos módulos chineses.
A explosão da superoferta do mercado fotovoltaico
Somente na China, a intensa superprodução levou ao cancelamento de projetos equivalentes a 70 GW de capacidade, especialmente de células tipo P e M6, cuja demanda continuará caindo nos próximos anos.
No entanto, a China tem uma vantagem competitiva mesmo neste contexto, pois planeja construir mais de 1000 GW em capacidade de células tipo N, a tecnologia de próxima geração que sucederá as tipo P. Sua capacidade de fabricação é 17 vezes maior que a do resto do mundo e pode causar um novo pico no mercado até 2025.
A vantagem da LONGi
As empresas chinesas LONGi, Jinko, Trina Solar e AE Solar dominam 80% do mercado fotovoltaico global, mas é precisamente a LONGi que tem mais chances de superar a crise.
Ela é a maior empresa do mercado fotovoltaico, conseguiu recordes de eficiência com tecnologias de próxima geração, como as perovskitas, e está sentada sobre uma montanha de dinheiro: cerca de 7,4 bilhões de dólares, muito mais que a maioria de seus concorrentes.
Imagem: LONGi
Fonte: Bloomberg