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Após China reunir mais de 50 mil pessoas em desfile militar e exibir arsenal nuclear, qual o impacto para o futuro do Brasil?

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 06/09/2025 às 17:11
China; Brasil; Global; Multipolar.
Fonte: IA
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Com Vladimir Putin e Kim Jong-un ao lado de Xi Jinping, o evento foi mais do que celebração: sinalizou uma ordem multipolar em formação e acendeu alertas que podem mexer no mercado global de energia e na posição do Brasil

No dia 3 de setembro de 2025, a China realizou em Pequim o maior desfile militar de sua história. Foram mais de 10.000 soldados, 100 aeronaves e centenas de veículos mostrando avanços do Exército de Libertação Popular.

A parada, feita “em memória aos 80 anos de vitória sobre o Japão na Segunda Guerra”, veio embalada por 80 tiros de canhão na abertura e 80.000 pombas brancas no encerramento, uma sequência calculada para mostrar que a paz só se sustenta com força.

A presença ao lado de Xi Jinping de Vladimir Putin e Kim Jong-un elevou o tom geopolítico. Como descreve o relato original, Kim declarou apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, e Putin agradeceu. O recado visual: uma ordem multipolar em que o Ocidente deixa de ser o centro.

O discurso de Xi: multipolaridade, IGG e a promessa de reformar as regras

No palco, Xi Jinping contrapôs, sem citar nomes, o modelo ocidental e defendeu multipolaridade e diálogo como pilares. O ponto alto foi a Iniciativa de Governança Global (IGG), que propõe igualdade entre Estados, respeito às normas da ONU e atualização das regras internacionais para IA, ciberespaço e exploração espacial. A proposta não rompe com instituições existentes, mas tenta remodelá-las de dentro para fora, dando protagonismo ao Sul Global.

A imagem de Putin e Kim ao lado de Xi, porém, relativizou o discurso. Para quem acompanha energia e geopolítica, esse contraste importa: alianças estratégicas influenciam rotas de navios, cadeias de suprimentos e segurança do transporte de petróleo e gás.

Arsenal e tecnologia: o que foi mostrado e por que isso pesa no mercado

O desfile apresentou novos ICBMs (DF-61) com ogivas hipersônicas, mísseis acima de Mach 5, drones submarinos, caças autônomos, armas a laser em caminhões e navios para derrubar drones, além de sistemas de guerra eletrônica contra satélites. A imprensa americana destacou o alcance até o território dos EUA e lembrou que parte do arsenal segue em segredo.

Para o setor de petróleo, isso não é detalhe: quanto maior a percepção de risco geopolítico, mais alto o prêmio de seguro de frete e mais volátil o preço do barril. Sistemas anti-satélite e guerra eletrônica, se testados em crise real, podem afetar logística marítima e monitoramento de cargas, algo crítico para o comércio global de energia.

Onde o Brasil entra: entre a fazenda do mundo e a mesa de negociação

O texto lembra que boa parte do que russos, chineses e americanos consomem em alimentos sai do Brasil, e que a nossa bolsa foi destaque no ano, ajudada pela desvalorização do dólar. Na energia, a lógica é semelhante: China é o maior destino de commodities brasileiras, Estados Unidos são aliados estratégicos em tecnologia, e a Europa permanece como reguladora e compradora.

Essa ordem multipolar não é convite ao neutralismo: é uma chance de negociação. De um lado, existe a vantagem da demanda estável por commodities e a oportunidade de exigir transferência de tecnologia em refino, fertilizantes e logística. Do outro, o risco de pressão para “escolher lado” em crises futuras, o que pode afetar investimentos em gás, petróleo offshore e cadeias de equipamentos.

Aqui está o ponto de virada: o Brasil não pode se limitar ao papel de fazenda e posto de combustível do mundo. Tem que usar a relevância para exigir contrapartidas industriais e tecnológicas, como já ocorreu em outros países em momentos de reposicionamento estratégico.

No fim, a pergunta que fica para o leitor brasileiro é inevitável: devemos aceitar a condição de exportadores de insumos básicos ou chegou a hora de exigir tecnologia, valor agregado e um assento real nas mesas de decisão globais?

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Vitor
Vitor
10/09/2025 15:11

Até 1996 a CSN fabricava sim trilhos ferroviários e parou devido só desestímulo pelas ferrovias no Brasil e a importação predatória da china, ha relatos q muitos trilhos vindos da china implantados na ferrovia norte sul deram problemas de durabilidade! Não seria o caso de o nosso governo exigir a volta da fabricação???

Doni
Doni
10/09/2025 14:39

Um país que não produz um metro sequer de trilhos ferroviários, sendo um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo só pode ser biruta.

Última edição em 21 dias atrás por Doni
Roque Pinho
Roque Pinho
08/09/2025 21:52

Quem foi que disse que a China venceu o Japão na segunda guerra mundial? O Japão se rendeu após o ataque dos EUA e livrou a China do Japão.

Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

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