Com Vladimir Putin e Kim Jong-un ao lado de Xi Jinping, o evento foi mais do que celebração: sinalizou uma ordem multipolar em formação e acendeu alertas que podem mexer no mercado global de energia e na posição do Brasil
No dia 3 de setembro de 2025, a China realizou em Pequim o maior desfile militar de sua história. Foram mais de 10.000 soldados, 100 aeronaves e centenas de veículos mostrando avanços do Exército de Libertação Popular.
A parada, feita “em memória aos 80 anos de vitória sobre o Japão na Segunda Guerra”, veio embalada por 80 tiros de canhão na abertura e 80.000 pombas brancas no encerramento, uma sequência calculada para mostrar que a paz só se sustenta com força.
A presença ao lado de Xi Jinping de Vladimir Putin e Kim Jong-un elevou o tom geopolítico. Como descreve o relato original, Kim declarou apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, e Putin agradeceu. O recado visual: uma ordem multipolar em que o Ocidente deixa de ser o centro.
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O discurso de Xi: multipolaridade, IGG e a promessa de reformar as regras
No palco, Xi Jinping contrapôs, sem citar nomes, o modelo ocidental e defendeu multipolaridade e diálogo como pilares. O ponto alto foi a Iniciativa de Governança Global (IGG), que propõe igualdade entre Estados, respeito às normas da ONU e atualização das regras internacionais para IA, ciberespaço e exploração espacial. A proposta não rompe com instituições existentes, mas tenta remodelá-las de dentro para fora, dando protagonismo ao Sul Global.
A imagem de Putin e Kim ao lado de Xi, porém, relativizou o discurso. Para quem acompanha energia e geopolítica, esse contraste importa: alianças estratégicas influenciam rotas de navios, cadeias de suprimentos e segurança do transporte de petróleo e gás.
Arsenal e tecnologia: o que foi mostrado e por que isso pesa no mercado
O desfile apresentou novos ICBMs (DF-61) com ogivas hipersônicas, mísseis acima de Mach 5, drones submarinos, caças autônomos, armas a laser em caminhões e navios para derrubar drones, além de sistemas de guerra eletrônica contra satélites. A imprensa americana destacou o alcance até o território dos EUA e lembrou que parte do arsenal segue em segredo.
Para o setor de petróleo, isso não é detalhe: quanto maior a percepção de risco geopolítico, mais alto o prêmio de seguro de frete e mais volátil o preço do barril. Sistemas anti-satélite e guerra eletrônica, se testados em crise real, podem afetar logística marítima e monitoramento de cargas, algo crítico para o comércio global de energia.
Onde o Brasil entra: entre a fazenda do mundo e a mesa de negociação
O texto lembra que boa parte do que russos, chineses e americanos consomem em alimentos sai do Brasil, e que a nossa bolsa foi destaque no ano, ajudada pela desvalorização do dólar. Na energia, a lógica é semelhante: China é o maior destino de commodities brasileiras, Estados Unidos são aliados estratégicos em tecnologia, e a Europa permanece como reguladora e compradora.
Essa ordem multipolar não é convite ao neutralismo: é uma chance de negociação. De um lado, existe a vantagem da demanda estável por commodities e a oportunidade de exigir transferência de tecnologia em refino, fertilizantes e logística. Do outro, o risco de pressão para “escolher lado” em crises futuras, o que pode afetar investimentos em gás, petróleo offshore e cadeias de equipamentos.
Aqui está o ponto de virada: o Brasil não pode se limitar ao papel de fazenda e posto de combustível do mundo. Tem que usar a relevância para exigir contrapartidas industriais e tecnológicas, como já ocorreu em outros países em momentos de reposicionamento estratégico.
No fim, a pergunta que fica para o leitor brasileiro é inevitável: devemos aceitar a condição de exportadores de insumos básicos ou chegou a hora de exigir tecnologia, valor agregado e um assento real nas mesas de decisão globais?
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Já passou a hora do brasil fazenda continuar nesta lida medíocre, é preciso que o governo federal inicie imediatamente a suspensão gradual de importação de ferramentas, máquinas, utensílios domésticos, veículos, tratores, produtos elétricos e comece a fabricar aqui no Brasil. Também é necessário iniciar a redução da exportação gradativamente de todos os minérios e passar a exportar semi manufaturados e no futuro manufaturados.