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China quer construir a primeira fábrica na lua — cientistas já tem a tecnologia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 08/08/2025 às 23:30
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Foto: Reprodução
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Tecnologia chinesa usa luz solar concentrada para transformar solo lunar em tijolos resistentes, reduzindo custos e viabilizando a construção de bases na Lua.

Cientistas chineses desenvolveram um equipamento inovador que pode mudar a forma de construir na Lua. Trata-se de uma impressora 3D movida a luz solar concentrada, capaz de transformar o regolito — solo lunar — em tijolos resistentes, sem depender de materiais enviados da Terra.

Em outras palavras, os chineses querem ser os primeiros a inaugurar uma verdadeira fábrica na lua.

Tecnologia baseada no Sol

O projeto é do Laboratório de Exploração do Espaço Profundo, em Hefei.

O sistema usa um refletor parabólico para captar a radiação solar e direcioná-la por feixes de fibra óptica.

No ponto focal, a luz atinge intensidade mais de 3.000 vezes maior que o padrão, elevando a temperatura a mais de 1.300 °C. Isso é suficiente para fundir o regolito e moldá-lo em tijolos.

Os blocos resultantes são densos e duráveis, ideais para construir abrigos, estradas e plataformas. O mais importante é que tudo é produzido a partir do próprio solo lunar, aproveitando apenas a energia do Sol.

Limitações e uso prático

Apesar da robustez, os engenheiros lembram que esses tijolos não suportam sozinhos a pressão interna no vácuo e na baixa gravidade.

Por isso, serão usados como camada protetora sobre módulos pressurizados, feitos de estruturas rígidas ou infláveis. Essa cobertura ajudará a proteger contra radiação e impactos de meteoritos.

Desafios do desenvolvimento

O processo levou dois anos e enfrentou obstáculos, como a variação na composição do solo lunar e a transmissão eficiente da energia solar. Para superar isso, a equipe criou diferentes tipos de solo lunar simulado e fez testes extensivos. Essa estratégia garante que a tecnologia funcione no ambiente hostil da Lua.

Segundo o engenheiro sênior Yang Honglun, a máquina não usa aditivos, operando apenas com regolito. Isso elimina a necessidade de transportar material pesado da Terra, reduzindo custos e simplificando a criação de bases lunares.

Visão de futuro

A ideia vai além de fabricar tijolos. O plano inclui integrar componentes modulares e validar as estruturas em condições reais da superfície. Robôs automatizados devem participar do processo, ampliando a escala de construção.

Para avaliar a durabilidade, tijolos simulados serão enviados ao espaço. Astronautas chineses na estação espacial do país exporão o material, entregue pela nave de carga Tianzhou 8 em novembro de 2024, às condições espaciais. Isso permitirá medir resistência térmica, integridade mecânica e proteção contra radiação, etapas essenciais para a futura base lunar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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