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China quer atrair Brasil para Rota da Seda, projeto de TRILHÕES, mas Lula ainda avalia o que o país ganha com isso

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/09/2024 às 19:46
China quer atrair Brasil para Rota da Seda, projeto de TRILHÕES, mas Lula ainda avalia o que o país ganha com isso
China quer atrair Brasil para Rota da Seda, projeto de TRILHÕES, mas Lula ainda avalia o que o país ganha com isso

A Nova Rota da Seda, ambicioso projeto da China, promete trilhões em investimentos globais, mas o Brasil ainda não deu sua resposta. Enquanto o presidente Lula pondera os benefícios, o país asiático busca expandir sua influência e oferecer parcerias estratégicas. O que realmente está em jogo para o Brasil? Uma decisão que pode definir o futuro econômico.

A política internacional tem um novo palco, e os holofotes estão voltados para um projeto trilionário que pode redefinir os rumos da economia mundial. No entanto, a grande questão que paira no ar é: qual será o papel do Brasil nessa nova configuração?

Recentemente, a China fez um convite tentador ao governo brasileiro para ingressar na sua Nova Rota da Seda, um megaprojeto econômico que visa conectar o mundo por meio de trilhões em investimentos.

Mas enquanto o gigante asiático joga suas cartas, o presidente Lula ainda parece estar fazendo as contas e ponderando os riscos e benefícios dessa adesão.

No epicentro das negociações, a China expôs seus planos de expansão durante um congresso realizado na cidade de Chengdu, neste mês de setembro, onde anunciou sua ambição de incluir o Brasil como parceiro estratégico na iniciativa.

O evento, que reuniu jornalistas e especialistas de todo o mundo, serviu como um palco para fortalecer o chamado soft power chinês, segundo o colunista Kennedy Alencar, do portal UOL, que participou do congresso a convite do Partido Comunista Chinês. De acordo com ele, o governo chinês está focado em atrair mais países da América Latina, sendo o Brasil um dos principais alvos.

O que é a Nova Rota da Seda?

Lançada em 2013 pelo presidente Xi Jinping, a Nova Rota da Seda tem como objetivo criar um gigantesco corredor de infraestrutura e comércio que se estenda pela Ásia, Europa, África e, agora, América Latina.

Segundo Kennedy Alencar, trata-se de um “cinturão de mega investimentos”, capaz de financiar desde projetos de infraestrutura até parcerias em setores estratégicos, como energia e transporte.

Em troca, a China busca exportar seu conhecimento em engenharia e tecnologia para países participantes, transformando-se em uma potência global de influência.

Conforme relatado por Alencar, a China já está envolvida em grandes obras em países como a Hungria, construindo pontes e trens de alta velocidade.

O próximo passo seria replicar esse modelo no Brasil, oferecendo a expertise de empresas chinesas para desenvolver obras de grande porte, como hidrelétricas e linhas de trem-bala.

Mas para Lula, o principal interesse está em outro ponto: melhorar a balança comercial brasileira e diversificar os produtos que exportamos para a China.

O Brasil em busca de oportunidades

A China é, hoje, o maior parceiro comercial do Brasil, sendo responsável pela importação de uma vasta quantidade de commodities, como minério de ferro e soja.

No entanto, o presidente Lula quer mais. Ele busca exportar produtos com maior valor agregado, como destacou Kennedy Alencar.

Segundo o colunista, o Brasil tem o objetivo de fortalecer sua indústria e diversificar sua pauta de exportações, deixando de ser apenas um fornecedor de matérias-primas.

A questão central que ainda mantém o governo brasileiro em compasso de espera é entender quais serão os reais benefícios dessa parceria.

Lula, conforme destacou Alencar, quer saber o que o Brasil tem a ganhar em termos de mercado e crescimento econômico.

“Eu quero saber o que tem para nós, o que vamos ganhar com isso”, teria dito o presidente, segundo Alencar. Ele está de olho, especialmente, em parcerias que possam abrir espaço para o crescimento de indústrias como a aeroespacial e a de carne bovina, onde o Brasil tem grande potencial de exportação.

A China quer mais do Brasil

Se por um lado o Brasil vê na Nova Rota da Seda uma oportunidade de crescer, por outro, a China também tem seus interesses bem definidos.

Os chineses querem exportar serviços de engenharia e firmar parcerias estratégicas que incluam grandes obras de infraestrutura, como hidrelétricas e ferrovias.

“Eles querem construir pontes, hidrelétricas e trem-bala mundo afora”, afirmou Kennedy Alencar. Essa ambição reflete a visão de longo prazo da China em expandir sua influência global por meio de investimentos em infraestrutura que aumentem sua presença em economias emergentes.

Outro aspecto mencionado por Alencar é o interesse da China no setor aeroespacial. O país asiático está investindo pesadamente nessa área, e de acordo com o colunista, a China pode ultrapassar gigantes da tecnologia como Elon Musk no desenvolvimento de tecnologias espaciais. “Do jeito que eles estão indo, vão chegar em Marte antes do Elon Musk”, afirmou ele.

O que está em jogo para o futuro do Brasil?

Embora a oferta chinesa pareça tentadora, ela também desperta desconfiança. Lula quer garantir que o Brasil não entre nesse jogo apenas como um coadjuvante, mas como um ator de peso, que possa obter vantagens reais em termos de crescimento econômico e desenvolvimento industrial. A parceria com a China é vista como uma oportunidade de crescimento, mas também exige cautela.

Conforme pontuado por Kennedy Alencar, é preciso um olhar crítico para entender os impactos dessa aliança no longo prazo.

Embora a China seja, sem dúvidas, um dos motores do crescimento global, o Brasil deve avaliar se a Nova Rota da Seda realmente trará benefícios sustentáveis para sua economia ou se será apenas mais uma peça no tabuleiro de influência global da China.

De todo modo, a decisão de aderir ou não à Nova Rota da Seda ainda está em análise pelo governo brasileiro, mas a China já deixou claro o que deseja dessa parceria. Agora, cabe ao Brasil definir se os benefícios compensam os riscos envolvidos.

Será que essa aliança será o caminho para o país diversificar suas exportações e fortalecer sua economia? Ou apenas mais uma armadilha diplomática? O futuro econômico do Brasil pode estar em jogo, e Lula tem uma decisão crucial pela frente.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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