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China quebra barreiras ao apresentar o primeiro NAVIO PORTA-CONTÊINERES NUCLEAR do mundo, alimentado por tório

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 03/01/2024 às 08:23
China quebra barreiras ao apresentar o primeiro NAVIO PORTA-CONTÊINERES NUCLEAR do mundo, alimentado por tório
Imagem: Reprodução/iMarine

China inova no setor naval com o KUN-24AP, um navio pioneiro movido a energia nuclear baseada em tório.

A China anunciou um marco na história marítima: o primeiro navio do mundo movido a energia nuclear, dedicado ao transporte de contêineres. Batizado de KUN-24AP, este navio revolucionário foi apresentado pelo Estaleiro Jiangnan na Exposição Marintec China 2023.

Novo navio nuclear alimentado por Tório pode transportar 24 mil contêineres

No evento, os idealizadores da China apresentaram algumas perspectivas sobre o desenvolvimento do navio movido a energia nuclear, principalmente, em relação ao que realmente tornaria este navio nuclear especial, visto que os detalhes técnicos não foram divulgados até então.

Algo que pode ser uma pista essencial está em seu nome, com a possibilidade de se tratar de uma embarcação capaz de transportar até 24 mil contêineres tradicionais. De acordo com seus desenvolvedores, o navio movido a energia nuclear da China contará com um sistema de propulsão de última geração, com reator de sal fundido, que usa tório como combustível. O tório é um elemento radioativo muito mais abundante naturalmente que o urânio e é bem mais barato de ser utilizado.

Esta escolha de combustível no navio nuclear é significativa, visto que oferece um modo de operação a temperaturas mais altas e pressões mais baixas. Isso ajuda a evitar a necessidade de grandes quantidades de água para resfriamento, sendo um grande benefício em segurança e eficiência.

Segundo a China State Shipbuilidng Corporation (CSSC), o navio nuclear movido a tório foi meticulosamente desenvolvido para atingir zero emissões durante todo o ciclo operacional. Esta iniciativa demonstra o compromisso crescente da indústria naval com práticas mais sustentáveis e alinhadas às metas internacionais de redução de emissões.

China já possui grande conhecimento com o uso de Tório

Antes mesmo deste navio movido a energia nuclear, a China já contava com uma longa história com a tecnologia de tório, desenvolvendo ativamente reatores com base neste material. Ao apresentar os planos com o navio porta-contêineres nuclear, o estaleiro afirmou que o interesse está totalmente na questão ambiental e na opção mais sustentável para a indústria naval.

Tratando-se da China, a tecnologia nuclear não deixa de levantar questões do Ocidente sobre possíveis aplicações militares. Entretanto, a natureza dos reatores de sal fundido com base em tório, que demandam manutenção mais frequente, sugere que seu uso pode ser impraticável para vários objetivos militares.

Vale destacar que a sociedade classificadora DNV esteve presente na cerimônia de lançamento para emitir uma aprovação de princípio ao estaleiro CSSC Jiangnan, mostrando um avanço significativo na aceitação e viabilidade deste navio nuclear.

Um estudo recente da ABS sugeriu que a propulsão nuclear em embarcações comerciais pode oferecer benefícios substanciais, desde aumento da capacidade de carga até a eliminação de emissões de CO2 e a necessidade de reabastecimento ao longo de mais de duas décadas. Segundo o presidente e CEO da ABS, Christopher Wiernicki, a propulsão nuclear é uma peça essencial para atingir um mundo com emissões líquidas zero, mas há questões críticas que ainda devem ser abordadas.

Brasil também realiza avanços com propulsão nuclear

Em outubro, a Marinha do Brasil começou a construção do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN). A emblemática cerimônia do Corte da Primeira Chapa aconteceu no Complexo Naval de Itaguaí, fortalecendo um momento histórico para a evolução naval do país.

O SCPN é o pilar do Programa de Desenvolvimento de Submarinos e representa uma das iniciativas estratégicas mais ambiciosas da Marinha do Brasil.

O programa não apenas capacita o país a desenvolver e construir submarinos avançados, entretanto, também promove a transferência de tecnologia, a nacionalização de equipamentos e a capacitação de pessoal.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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