Com £ 60 milhões em jogo, o SNP fecha acordo com gigantes chinesas para turbinas eólicas na Escócia, mas especialistas alertam: risco de interrupção energética e controle estrangeiro coloca a segurança nacional no centro do debate.
O governo escocês, liderado pelo Partido Nacional Escocês (SNP), está no centro de um debate acalorado. O motivo? Um investimento de £ 60 milhões para trazer duas gigantes da China do setor de energia renovável, a Mingyang Smart Energy e a Orient Cable, para construir fábricas de turbinas eólicas na Escócia. Em teoria, parece uma ideia brilhante: energia limpa, empregos locais e infraestrutura avançada. Mas será que é só isso?
O acordo bilionário entre SNP e empresas da China
A Mingyang Smart Energy é a maior fabricante de turbinas offshore da China, enquanto a Orient Cable domina o mercado de cabos submarinos. Juntas, essas empresas têm o potencial de transformar a Escócia em um polo de energia renovável no Mar do Norte, alinhando-se à meta do Reino Unido de atingir emissões zero líquidas até 2050.
De acordo com Express, com a construção de uma fábrica na área de Inverness, o projeto pode gerar centenas de empregos e melhorar a infraestrutura local. Fabricar peças de turbinas mais próximas das áreas de instalação economiza custos e reduz a pegada de carbono do transporte.
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Preocupações com a segurança nacional e dependência da China
Os temores não são infundados. Após a invasão da Ucrânia em 2022, Vladimir Putin usou o fornecimento de gás para desestabilizar a Europa. Será que a China poderia fazer algo semelhante no futuro, usando o controle sobre a infraestrutura energética do Reino Unido?
Parlamentares pedem garantias de que os equipamentos chineses não possam ser desligados remotamente ou usados como ferramentas de influência política. A deputada Christine Jardin enfatizou a necessidade de controles locais e reforçou que o Reino Unido deve aprender com os erros da Europa.
Uma transição verde “Made in Britain” como alternativa
Muitos políticos britânicos defendem que a transição para energia limpa deve ser impulsionada por empresas locais, garantindo independência energética e reduzindo riscos geopolíticos.
Além da segurança, turbinas fabricadas por trabalhadores britânicos fortalecem a economia local e criam uma cadeia de suprimentos mais sustentável. Afinal, quem não gostaria de ver uma transição energética genuinamente “Made in Britain”?
O papel do governo escocês e do Reino Unido na avaliação de riscos
Segundo o governo escocês, todas as empresas passam por uma análise criteriosa antes de receberem financiamento público. Essa avaliação considera riscos de segurança, sustentabilidade e impacto econômico.
O governo do Reino Unido também assegura que investimentos no setor de energia sejam submetidos a um rigoroso escrutínio de segurança nacional, protegendo o país contra possíveis ameaças externas.