Avanço histórico no setor naval chinês
O estaleiro Guangzhou Shipyard International, localizado em Guangdong, concluiu em 23 de outubro de 2025 o primeiro navio RoPax de grande porte movido a energia limpa.
A embarcação pertence à estatal China State Shipbuilding Corporation (CSSC) e simboliza um marco na transição energética marítima.
De acordo com o Global Times e o China Media Group (CMG), o projeto foi totalmente desenvolvido e construído em território chinês, demonstrando independência tecnológica.
Além disso, o estaleiro detém todos os direitos de propriedade intelectual, o que reforça a soberania industrial e o domínio técnico do país.
Consequentemente, a viagem inaugural ocorrerá entre Gênova e Palermo, na Itália, conectando a inovação chinesa ao mercado europeu e ampliando sua influência marítima.
Especificações principais
O navio RoPax combina o transporte de passageiros e veículos, o que garante eficiência operacional e versatilidade logística.
Com 12 conveses, o projeto oferece 485 cabines, capacidade para 1.800 passageiros e mais de 550 automóveis, o que amplia a conectividade entre cidades costeiras.
O sistema de propulsão utiliza combustível duplo, podendo operar com óleo marítimo ou gás natural liquefeito (GNL).
Esse combustível é amplamente reconhecido como alternativa limpa, pois reduz emissões e melhora a eficiência energética.
O tanque de GNL comporta 1.000 metros cúbicos, o que garante autonomia de cinco dias de navegação ininterrupta.
Além disso, todos os materiais usados na construção foram produzidos por fornecedores chineses, evidenciando a nacionalização total do projeto.
Portanto, o navio representa uma nova geração de embarcações sustentáveis, com foco em inovação e eficiência ambiental.
Impacto na transição energética marítima
O uso de GNL e a aplicação de tecnologia desenvolvida na China reforçam o compromisso do país com a transição verde global.
Segundo Bian Yongzu, vice-editor da revista Modernization of Management, o setor marítimo vive um ponto de virada decisivo.
Ele afirmou que a navegação mundial caminha para energias mais limpas, o que reduz emissões, diminui custos operacionais e estimula a inovação tecnológica.
Além disso, Bian destacou que a China desempenha papel central nesse processo, já que responde por 60% da construção naval mundial.
Esse domínio industrial reforça o protagonismo do país na transição ecológica da navegação internacional.
Conforme o especialista, conquistas como a nacionalização completa de um navio RoPax movido a GNL só são possíveis devido à estrutura industrial consolidada e à forte capacidade tecnológica.
Dessa forma, o avanço representa o resultado direto de décadas de investimento em pesquisa, inovação e sustentabilidade.
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Liderança global da China na construção naval
De acordo com o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT), a China manteve sua liderança mundial nos principais indicadores do setor naval.
Entre janeiro e setembro de 2025, a produção atingiu 38,53 milhões de toneladas de porte bruto (DWT), o que representa crescimento de 6% em relação a 2024.
Durante o mesmo período, os novos pedidos somaram 66,6 milhões de DWT, uma redução de 23,5% frente ao ano anterior.
Por outro lado, a carteira de encomendas chegou a 242,24 milhões de DWT, com aumento expressivo de 25,3%.
Esses dados, divulgados pelo Global Times e confirmados pelo Hellenic Shipping News, demonstram consistência e expansão sustentável da indústria naval chinesa.
Adicionalmente, relatórios da OECD ressaltam que o país consolidou uma cadeia produtiva completa, baseada em tecnologia avançada e eficiência energética.
Assim, a combinação de inovação e sustentabilidade explica a liderança contínua da China no setor.
China consolida supremacia marítima com inovação e sustentabilidade
Com a entrega do navio RoPax de combustível duplo, a China reafirma sua posição de liderança global e fortalece sua presença na revolução verde dos mares.
O projeto reflete avanços tecnológicos consistentes e compromisso com metas ambientais de longo prazo.
Além disso, a iniciativa demonstra autonomia produtiva, uso inteligente de energia limpa e visão estratégica para o futuro da navegação internacional.
Portanto, o país consolida sua supremacia marítima, definindo os novos rumos da inovação e da eficiência energética.
Assim, a China prova que lidera a transformação ecológica que moldará o futuro sustentável dos oceanos e da indústria naval global.


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