Presença da China já abrange 78 portos em 32 países africanos, impactando comércio e geopolítica global
A China continua ampliando sua presença na África por meio do desenvolvimento de infraestrutura portuária. Atualmente, empresas estatais chinesas estão envolvidas na construção, financiamento ou operação de pelo menos 78 portos distribuídos por 32 países africanos, representando cerca de um terço dos projetos portuários do continente, segundo um levantamento do Africa Center for Strategic Studies. Os investimentos da China em portos africanos têm sido uma peça-chave na sua estratégia de expansão econômica e geopolítica na região.
Principais projetos portuários da China na África
A distribuição dos investimentos da China em portos africanos no continente segue a seguinte divisão:
- África Ocidental: 35 portos
- África Oriental: 17 portos
- África Austral: 15 portos
- Norte da África: 11 portos
Entre os projetos mais relevantes, destacam-se:
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Porto de Bagamoyo, Tanzânia
O Porto de Bagamoyo, na Tanzânia, foi projetado para ser um dos maiores portos da África, com investimento chinês inicial de bilhões de dólares. O projeto, no entanto, foi interrompido em 2019 devido a disputas contratuais entre o governo tanzaniano e as empresas chinesas. Em 2022, a Tanzânia anunciou planos para retomar as negociações e viabilizar a conclusão da obra, de acordo com a BBC África. Esse é um dos exemplos mais emblemáticos dos investimentos da China em portos africanos.
Porto de El-Hamdania, Argélia
Outro projeto significativo é o Porto de El-Hamdania, na Argélia, um terminal de águas profundas avaliado em US$ 3 bilhões, que estava em desenvolvimento com participação de empresas chinesas. Entretanto, após nove anos de planejamento, o governo argelino cancelou o projeto, conforme reportado pela AGBI. Esse cancelamento reflete os desafios enfrentados por megaprojetos de infraestrutura no continente e o impacto dos investimentos da China em portos africanos.
Impacto geopolítico e resposta internacional
A presença chinesa na infraestrutura africana gerou reações da comunidade internacional. Para contrabalançar essa influência, os Estados Unidos intensificaram sua presença econômica na região. Recentemente, o presidente Joe Biden visitou Angola, onde anunciou um robusto investimento para o Corredor Ferroviário de Lobito, iniciativa vista como uma tentativa de oferecer alternativas ao modelo chinês de financiamento, segundo a AP News.
A China também reforçou seu compromisso com a África ao assinar um pacote de financiamento de US$ 51 bilhões para investimentos em infraestrutura e criação de empregos ao longo dos próximos três anos. O país também firmou acordos estratégicos com Nigéria para parcerias em energia nuclear e cooperação econômica, conforme noticiado pela Reuters. Esses desenvolvimentos fazem parte da estratégia de longo prazo dos investimentos da China em portos africanos, consolidando sua influência sobre o comércio marítimo da região.