Projetos em Maricá (RJ), Mossoró (RN), Brasília e Rio Grande do Norte marcam transferência de tecnologia chinesa e reforçam a mecanização da agricultura familiar brasileira.
A China deu mais um passo na sua presença estratégica no setor agro brasileiro. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou após reunião com o embaixador chinês Zhu Qingqiao que o país asiático já instalou campos de teste de máquinas agrícolas no Rio Grande do Norte e em Brasília e prepara a construção de fábricas em Maricá (RJ) e Mossoró (RN). A iniciativa mira diretamente a agricultura familiar, responsável por mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil.
Segundo o portal poder360, o projeto combina importações chinesas de alimentos com cooperação industrial, criando oportunidades para que pequenos produtores brasileiros tenham acesso a equipamentos mais baratos e adaptados às condições locais.
Para o governo, trata-se de uma estratégia de longo prazo para fortalecer a soberania alimentar e ampliar a inclusão produtiva no campo.
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Campos de teste adaptam tecnologia ao solo brasileiro
De acordo com o embaixador Zhu Qingqiao, dois campos de testagem já funcionam no país: um no Rio Grande do Norte e outro no Distrito Federal.
O objetivo é ajustar os equipamentos chineses às características do solo, do clima e do modelo produtivo brasileiro.
Além disso, um campo de serviços em Londrina (PR) será criado para apoiar o desenvolvimento, manutenção e treinamento dos agricultores no uso das máquinas.
A cidade foi escolhida por sua tradição em pesquisa agrícola e forte presença universitária no setor de agronomia.
Fábricas em Maricá e Mossoró
A parceria prevê ainda a instalação de duas fábricas de máquinas agrícolas. Em Maricá (RJ), a localização próxima a centros industriais e rotas logísticas do Sudeste facilita a distribuição dos equipamentos.
Já em Mossoró (RN), a relevância da agricultura irrigada no semiárido nordestino justificou a escolha como polo de produção.
Essas unidades industriais têm potencial de gerar empregos diretos e indiretos, reduzir custos de importação e estimular a transferência de tecnologia da China para o Brasil.
Para os pequenos agricultores, a expectativa é de acesso a máquinas mais baratas, robustas e adequadas às necessidades da agricultura familiar.
Mudança no perfil da relação Brasil-China
Tradicionalmente voltada para commodities como soja, milho e carne, a relação bilateral entra em uma nova fase.
O investimento chinês em máquinas agrícolas voltadas à agricultura familiar amplia o leque de cooperação e sinaliza que Pequim busca papel ativo não apenas como comprador, mas também como parceiro no desenvolvimento tecnológico do setor rural brasileiro.
Para o Brasil, a estratégia pode significar maior mecanização de pequenas propriedades, incremento de produtividade e redução das desigualdades regionais no campo.
A medida também reforça políticas públicas de apoio à agricultura familiar, pilar central da produção de alimentos no país.
Você acredita que a entrada da China na produção de máquinas agrícolas no Brasil fortalece a agricultura familiar ou aumenta a dependência externa?
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