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China inicia construção da maior hidrelétrica do mundo — custará quase 1 trilhão de reais

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/07/2025 às 23:48
Atualizado em 21/07/2025 às 11:21
hidrelétrica
Foto: Reprodução
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A China iniciou a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, localizada no rio Yarlung Tsangpo, no Tibete. Com capacidade estimada em três vezes a da Usina das Três Gargantas, o projeto gigantesco já provoca reações na Índia e em Bangladesh devido ao impacto ambiental e às tensões geopolíticas na região.

China está iniciando a construção do que será a nova maior barragem hidrelétrica do mundo.

O país deu início a um ambicioso projeto de energia que promete transformar o cenário hidrelétrico global.

Em 19 de julho de 2025, o premiê chinês Li Qiang participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da maior barragem hidrelétrica do mundo, localizada na cidade de Nyingchi, sudeste do Tibete, próximo à fronteira com a Índia.

Com uma capacidade gigantesca, a nova usina superará em três vezes a produção da atual gigante chinesa, a Barragem das Três Gargantas, já reconhecida como a maior do mundo atualmente.

O Rio Yarlung Tsangpo, no condado de Medog, em Nyingchi, na Região Autônoma do Tibete. Foto: Xinhua

Barragem hidrelétrica no rio Yarlung Tsangpo

O projeto será construído sobre o rio Yarlung Tsangpo, que nasce no Planalto Tibetano e segue seu curso até se tornar o rio Brahmaputra, atravessando o nordeste da Índia e chegando a Bangladesh.

Por sua posição estratégica, o empreendimento preocupa os países vizinhos.

Índia e Bangladesh expressaram temores sobre os impactos a jusante, incluindo possíveis alterações na disponibilidade de água, prejuízos à agricultura e riscos ambientais.

A China, por sua vez, afirma que o projeto passou por uma avaliação científica detalhada e que não causará danos aos ecossistemas ou ao fluxo natural do rio.

Cinco usinas em cascata

A barragem fará parte de um conjunto com cinco usinas hidrelétricas em cascata. Essa estrutura complexa exigirá um investimento total estimado de 1,2 trilhão de yuans, o equivalente a cerca de US$ 167 bilhões.

Segundo autoridades chinesas, a energia produzida será voltada principalmente para exportação, embora também vá suprir parte das demandas locais no Tibete.

Além de geração de energia, o projeto é apresentado como uma medida para prevenção de desastres, adaptação às mudanças climáticas e cooperação energética com países da região.

Reação da Índia e de Bangladesh

Apesar das garantias de Pequim, Índia e Bangladesh seguem preocupados.

Autoridades e analistas temem que a China possa usar o controle do fluxo dos rios como ferramenta política, provocando enchentes ou secas intencionais em períodos de tensão.

A Índia já respondeu acelerando seus próprios projetos hidrelétricos no estado de Arunachal Pradesh, buscando proteger seus recursos hídricos e reforçar sua soberania regional.

Disputas de fronteira complicam ainda mais a situação. Enquanto a Índia considera Arunachal Pradesh parte de seu território, a China o reivindica como parte do sul do Tibete, rejeitando a presença indiana na região.

Nova estatal assume comando do projeto

Para viabilizar e gerir a operação, a China criou uma nova estatal: a China Yajiang Group. A empresa ficará encarregada da construção, operação e supervisão ambiental da barragem.

Durante a cerimônia de inauguração da empresa, o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing destacou a importância da inovação tecnológica e da proteção ecológica no projeto.

Embora o governo chinês apresente a barragem como símbolo de progresso e sustentabilidade, o projeto alimenta receios em uma região marcada por rivalidades geopolíticas, questões ambientais sensíveis e disputas territoriais ainda não resolvidas.

Informações de SCMP.

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Sino
Sino
22/07/2025 08:38

Gente, pode fazer. Mas n6oide desobedecer a legislação ambiental e igual o governo anterior que aproveitou a pandemia para desmatar. ” Aproveitamos que que estão entretido com o COVID e deixamos a boiada passar” disse o ministro ambiental de Bolsonaro a época.

Elvys Santos
Elvys Santos
21/07/2025 15:52

Você não entendeu, na China pooode. No Brasil não pode, a não ser que o Lula resolva fazer, assim como aconteceu com Belo Monte, com um impacto ambiental gigantesco.

Claudey
Claudey
Em resposta a  Elvys Santos
22/07/2025 00:32

Além de pegar 300 milhões de propina pra si e para o PT, como foi delatado pelo seu ministro Antônio Palocci na época.

José ernani
José ernani
21/07/2025 10:44

A tropa da Marina Silva é as ONGs do Lules não vão lá fazer protestos.
Vai lá Marina , xi Gimpin tá te esperando.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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