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China expande arsenal nuclear e atinge 600 ogivas — crescimento supera ritmo de EUA e Rússia, alerta relatório internacional

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 16/06/2025 às 09:39
ogivas nucleares
Foto: Reprodução
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Relatório internacional mostra que a China já possui 600 ogivas nucleares e avança mais rápido que EUA e Rússia em expansão militar.

O arsenal nuclear da China está crescendo mais rápido que o de qualquer outro país no mundo. A conclusão está no Anuário de 2025 do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), divulgado recentemente.

Segundo o documento, essa expansão ocorre num cenário preocupante, com regimes de controle de armas cada vez mais enfraquecidos e um aumento global da modernização bélica.

Número global de ogivas

De acordo com o SIPRI, em janeiro de 2025 havia um total estimado de 12.241 ogivas nucleares no mundo.

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Destas, 9.614 estavam alocadas em estoques militares para uso potencial. Cerca de 3.912 ogivas já haviam sido implantadas em mísseis e aeronaves. Outras 2.100 dessas ogivas estavam em estado de alerta operacional máximo.

Quase todo esse arsenal em alerta pertence aos Estados Unidos e à Rússia. No entanto, o relatório indica que a China pode ter começado a manter algumas ogivas em mísseis prontos para uso, mesmo em tempos de paz. O SIPRI destaca que a era de redução dos arsenais, iniciada após o fim da Guerra Fria, parece estar chegando ao fim.

China expande rapidamente seu arsenal

O avanço mais significativo foi da China. Segundo o relatório, o país aumentou seu número de ogivas nucleares de 500 para pelo menos 600 em apenas um ano. Esse crescimento de 20% é o mesmo registrado no ano anterior.

O SIPRI projeta que a China pode alcançar até 1.500 ogivas até 2035, embora esse número ainda represente apenas um terço dos arsenais russos e americanos.

A análise também prevê que, até o fim da década, a China poderá ter um número comparável de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) ao de Rússia e EUA. No entanto, mesmo com esse aumento, o estoque total de ogivas chinesas continuará bem abaixo dos dois países que lideram o ranking nuclear.

Rússia e EUA seguem à frente

A Rússia segue na liderança com 5.459 ogivas nucleares. Os Estados Unidos vêm logo atrás, com 5.177 ogivas. Juntos, os dois países concentram cerca de 90% de todas as armas nucleares no planeta.

O relatório observa que, embora o número de ogivas utilizáveis tenha se mantido relativamente estável em 2024, ambos os países continuam com programas extensos de modernização.

Esses programas, segundo o SIPRI, podem aumentar tanto o tamanho quanto a diversidade dos arsenais russos e americanos nos próximos anos. Essa tendência reforça a avaliação do instituto de que o mundo caminha para uma nova corrida armamentista nuclear.

Outros países com arsenal nuclear

O relatório também analisou os estoques nucleares de outros países. A Coreia do Norte, aliada da China, possui atualmente cerca de 50 ogivas nucleares já montadas. Pyongyang também teria material físsil suficiente para produzir mais 40 ogivas.

O documento afirma que o país continua priorizando seu programa nuclear e que a Coreia do Sul alertou, em 2024, sobre o avanço no desenvolvimento de uma arma nuclear tática.

França e Reino Unido mantiveram os mesmos números do ano anterior, com 290 e 225 ogivas, respectivamente. A Índia teve um aumento pequeno, passando para 180 ogivas, enquanto o Paquistão permaneceu com 170. Já Israel, que não admite oficialmente possuir armas nucleares, é estimado como tendo 90 ogivas.

Fim da redução e início de uma nova era

Para Hans M. Kristensen, pesquisador sênior do SIPRI e diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos, o cenário atual representa uma mudança histórica.

A era de reduções no número de armas nucleares no mundo está chegando ao fim. Em vez disso, vemos uma tendência clara de crescimento de arsenais nucleares, retórica mais aguçada e abandono de acordos de controle de armas”, afirmou.

Essa avaliação resume o tom de alerta do relatório: o mundo está entrando em uma nova fase de expansão nuclear, marcada por instabilidade e menos acordos multilaterais. A tendência afasta o cenário de desarmamento que prevaleceu desde o fim da Guerra Fria.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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