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Resposta aos EUA: China anuncia plano bilionário para triplicar produção de semicondutores até 2026

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 27/08/2025 às 21:56
A China pretende triplicar sua produção doméstica de chips de IA até 2026 como parte da guerra dos chips. Huawei lidera novos projetos de fábricas, com apoio estatal e foco na autossuficiência.
A China pretende triplicar sua produção doméstica de chips de IA até 2026 como parte da guerra dos chips. Huawei lidera novos projetos de fábricas, com apoio estatal e foco na autossuficiência. Imagem: William Potter/Shutterstock
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A China pretende triplicar sua produção doméstica de chips de IA até 2026 como parte da guerra dos chips. Huawei lidera novos projetos de fábricas, com apoio estatal e foco na autossuficiência.

O governo da China anunciou um plano ousado para triplicar a produção nacional de chips de inteligência artificial (IA) até 2026 na chamada guerra dos chips, respondendo às restrições tecnológicas dos Estados Unidos.

A estratégia inclui a construção de até três novas fábricas destinadas à produção de chips de IA, com forte participação da Huawei e da SMIC (maior fabricante chinesa).

O objetivo é reduzir a dependência americana, acelerar a inovação local e fortalecer a soberania tecnológica.

“Guerra dos chips”: a ambição da China pela independência

A chamada guerra dos chips se intensificou após os EUA imporem restrições ao acesso da China a semicondutores avançados.

Em resposta, Pequim trabalha para consolidar uma indústria autônoma.

Como parte do plano anunciado, a produção de chips de IA deve crescer significativamente, permitindo que a China avance em tecnologia de ponta mesmo diante das sanções.

Além disso, a fábrica da Huawei será operacional já em 2025, com outras unidades previstas para 2026.

O papel da Huawei e da SMIC nesse novo ciclo

A Huawei se destaca como protagonista na nova fase tecnológica chinesa.

A empresa vai iniciar operações em uma fábrica exclusiva para chips de IA ainda em 2025, e mais duas unidades estão planejadas para inauguração em 2026.

Se bem-sucedida, a produção dessas fábricas pode superar a capacidade da gigante SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation).

Simultaneamente, a SMIC projeta dobrar sua fabricação de chips de 7 nm, com a Huawei como seu principal cliente.

Investimentos em chips e impulsos jurídicos

A China respaldou o plano com forte apoio político e investimentos públicos, com fundos estatais e iniciativa privada financiando os projetos.

Além disso, há uma orientação explícita para que empresas chinesas reduzam a dependência de tecnologia estrangeira, especialmente da Nvidia.

Apesar de a Nvidia ter obtido autorização para vender o chip H20, Pequim recomendou que empresas locais priorizem soluções domésticas.

Construindo competitividade tecnológica

Iniciativas como o “Made in China 2025” são a base dessa estratégia de autossuficiência.

O programa define metas ambiciosas para elevar a produção de tecnologia própria em setores estratégicos, com destaque para semicondutores e IA.

Atualmente, a China avança com seus próprios chips — como o Ascend 910C da Huawei, que rivaliza com o chip H20 em eficiência energética —, mesmo sendo produzido com processo de 7 nm da SMIC, tecnologia menos avançada que as de ponta de Taiwan.

Desafios do caminho para a independência tecnológica

Apesar do ímpeto, o ambiente global ainda apresenta obstáculos.

A indústria chinesa enfrenta limitações na sofisticação dos mais avançados chips, bem como resistência no esforço de consolidar empresas num setor fragmentado, onde fusões recentes se desintegraram por disputas financeiras e políticas internas.

Cada passo dado pela China ressoa no mercado global.

A escalada na produção interna de chips e nas regulamentações de conteúdo local — como a exigência de usar ao menos 50% de chips domésticos em data centers públicos — pressiona empresas como Nvidia e AMD e altera a dinâmica do setor.

E em paralelo, investimentos em computação quântica e IA apontam para um futuro em que o país será menos dependente de tecnologia ocidental.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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