1. Início
  2. / Construção
  3. / China está construindo a maior barragem do mundo em área SÍSMICA e o risco é catastrófico!
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

China está construindo a maior barragem do mundo em área SÍSMICA e o risco é catastrófico!

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 30/01/2025 às 15:49
China está construindo a maior barragem do mundo em área SÍSMICA e o risco é catastrófico!
A barragem de Motuo será a maior do mundo porque terá uma capacidade de geração de energia três vezes superior à da Barragem das Três Gargantas, que já é gigantesca. Além disso, sua localização no Grand Canyon de Yarlung Tsangpo, com um desnível de 2.800 metros, permitirá um aproveitamento hidráulico sem precedentes.

Uma super barragem gigante, um território instável e milhões em risco: A China está brincando com o perigo?

A China está desenvolvendo um dos projetos de infraestrutura mais ousados de sua história: a superbarragem de Motuo, localizada no Tibete. Essa construção promete se tornar a maior usina hidrelétrica do mundo, superando até mesmo a gigantesca Barragem das Três Gargantas. No entanto, essa obra colossál tem um problema grave: está situada em uma região altamente sísmica, onde o risco de terremotos é constante.

A barragem de Motuo está sendo erguida no Grand Canyon de Yarlung Tsangpo, um dos locais mais remotos e desafiadores da China. Com um desnível de 2.800 metros, a estrutura deverá aproveitar a queda d’água do rio Brahmaputra para gerar três vezes mais energia que a Barragem das Três Gargantas.

Enquanto a Barragem das Três Gargantas foi considerada um marco na engenharia chinesa, a superbarragem de Motuo deve superá-la em capacidade de geração elétrica. No entanto, diferentemente da primeira, que já gerou diversas controvérsias, Motuo está localizada em uma região ainda mais sensível geologicamente.

Além da produção de energia, a China também visa aumentar seu controle sobre os recursos hídricos da região. O Brahmaputra é um rio vital para a Índia e Bangladesh, e o domínio chinês sobre ele levanta preocupações geopolíticas e ambientais.

Ameaça sísmica na região

O rio Brahmaputra é essencial para milhões de pessoas na Índia e Bangladesh, mas a China pretende controlá-lo com essa nova barragem gigante. Para isso, está investindo mais de 130 bilhões de euros em uma obra que pode gerar energia em larga escala, mas também causar grandes riscos ambientais e geopolíticos.
O rio Brahmaputra é essencial para milhões de pessoas na Índia e Bangladesh, mas a China pretende controlá-lo com essa nova barragem gigante. Para isso, está investindo mais de 130 bilhões de euros em uma obra que pode gerar energia em larga escala, mas também causar grandes riscos ambientais e geopolíticos.

O Tibete está localizado na interseção da Placa Indiana com a Placa Eurasiática, uma das zonas mais sismicamente ativas do mundo. Recentemente, um terremoto de magnitude 7,1 em Shigatse causou danos a cinco barragens na região e deixou mais de 130 mortos, reforçando o alerta sobre os riscos estruturais.

Além dos tremores naturais, existe um risco adicional: a sismicidade induzida por reservatórios (RTS). Esse fenômeno ocorre quando o peso da água armazenada em grandes barragens altera a pressão nas falhas geológicas, podendo provocar terremotos. A Barragem de Zipingpu, por exemplo, foi associada ao terremoto de Sichuan em 2008, que matou 87 mil pessoas.

Caso um forte terremoto atinja a região, a ruptura da superbarragem de Motuo poderia liberar uma quantidade devastadora de água, afetando milhões de pessoas na China, Índia e Bangladesh. O impacto humanitário e ambiental seria sem precedentes.

Impactos ambientais e geopolíticos

A retenção de sedimentos pela barragem pode reduzir a fertilidade do solo rio abaixo, prejudicando a agricultura e acelerando a erosão costeira na Índia e Bangladesh. Além disso, o Tibete é uma região de alta biodiversidade, e qualquer alteração no fluxo dos rios pode impactar significativamente o ecossistema local.

Especialistas alertam que o projeto pode influenciar o padrão das monções, afetando as chuvas essenciais para a agricultura. Situações semelhantes já foram registradas em outras barragens chinesas, como no rio Mekong, onde houve secas severas e intrusão de água salgada em terras agrícolas.

A falta de transparência da China sobre o projeto preocupa seus vizinhos. A Índia teme que Pequim possa manipular o fluxo do Brahmaputra em caso de conflito, transformando a água em uma ferramenta geopolítica.

O silêncio do governo da China e a população local

O governo chinês não divulgou detalhes sobre os custos, as empresas envolvidas nem quantas pessoas precisarão ser deslocadas para dar lugar à obra. Estima-se que o projeto possa ultrapassar 130 bilhões de euros, tornando-se um dos mais caros do mundo.

Qualquer tentativa de protesto contra grandes obras na China tende a ser fortemente reprimida, especialmente no Tibete, onde o controle do Partido Comunista Chinês é ainda mais rigoroso.

A Índia e Bangladesh solicitaram acesso a dados hidrológicos sobre o projeto, mas Pequim tem se mostrado reticente. Isso aumenta a desconfiança e pode gerar uma reação diplomática caso o projeto prossiga sem esclarecimentos adequados.

O risco de um colapso

A China possui um histórico preocupante de colapsos de barragens. Entre os mais graves está o desastre da Barragem de Banqiao, em 1975, que resultou na morte de 85 mil pessoas e deixou 11 milhões desabrigadas.

O colapso dessa barragem ocorreu devido a chuvas intensas que superaram sua capacidade, algo que poderia acontecer com Motuo, caso os riscos sísmicos sejam subestimados.

Mesmo a Barragem das Três Gargantas, considerada uma maravilha da engenharia, enfrentou problemas estruturais em 2020, levantando preocupações sobre sua estabilidade e os impactos ambientais.

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x