Com o setor imobiliário da China em colapso, construtoras recorrem a incentivos bizarros: de iPhones a passagens aéreas, e até jatos particulares! Vendas despencaram de 19,3 trilhões de yuans em 2020 para apenas 10,8 trilhões em 2024, forçando incorporadoras a oferecer promoções cada vez mais absurdas.
Quem olha para a China hoje talvez nem reconheça o país que, há alguns anos, parecia uma máquina infinita de construção. Se antes os arranha-céus surgiam quase da noite pro dia, agora o cenário é bem diferente. Desde que a Evergrande quebrou em 2021, o setor imobiliário do país entrou em colapso e, até agora, não conseguiu sair do buraco.
E o governo? Bom, ele basicamente lavou as mãos e disse: “Se não tem dinheiro, que declarem falência ou se reestruturem.” O problema é que essa reestruturação nunca aconteceu de verdade. Com o mercado travado, os imóveis continuam encalhados, os preços caem e as construtoras se desesperam.
A desesperada tentativa de atrair compradores
Se ninguém compra, os preços despencam. Se os preços despencam, as construtoras quebram. E aí vem a pergunta: como convencer as pessoas a investir em imóveis num país onde todo mundo tá vendo esse setor afundar?
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A resposta das incorporadoras na China foi simples: vale tudo para vender! E quando digo tudo, não tô exagerando. Dá uma olhada nos incentivos que já foram oferecidos:
Pagamento inicial simbólico de 9,9 yuans (sim, menos de R$ 7!)
Presentes como iPhones e passagens aéreas
Aula de pilotagem e até participação em jatos particulares
Isso mesmo: tem apartamento sendo vendido com a promessa de que o comprador vai ter acesso a um jatinho particular. Parece piada, mas é a realidade do mercado chinês em 2024.
E a situação só piora. Em 2020, o setor imobiliário chinês movimentava 19,3 trilhões de yuans. Este ano, a previsão é de apenas 10,8 trilhões. É quase um corte pela metade!
A criatividade das construtoras na China
Se tem uma coisa que os chineses estão provando nessa crise, é que criatividade não falta. Além dos jatos particulares e iPhones, algumas ofertas são tão absurdas que parecem coisa de pegadinha.
Em Henan na China, tem gente pagando a entrada do apartamento com alho e melancias! Isso mesmo, os agricultores podem usar a colheita como moeda de troca.
Em Suzhou, quem compra um imóvel ganha fundos de viagem.
Em Xangai, algumas incorporadoras deram passe livre no metrô por cinco anos!
E por que tudo isso? Simples: o governo proibiu descontos acima de 15% para evitar um colapso maior. Como essa redução não adiantou nada, as construtoras precisaram encontrar jeitinhos para contornar essa regra e atrair compradores.
O declínio das construtoras privadas e a ascensão das estatais
Se o mercado está ruim para quem compra, imagine para quem vende. O jogo mudou completamente: gigantes do setor privado, como Evergrande, Country Garden e Vanke, que já dominaram o mercado, hoje lutam para não desaparecer.
Enquanto isso, as empresas estatais tomaram a liderança, principalmente a Poly Developments, que tem o apoio do governo. A mudança foi tão brutal que, em 2020, 43 construtoras da China tinham vendas anuais acima de 100 bilhões de yuans. Agora, esse número caiu para apenas sete.
Ou seja, das duas, uma: ou as empresas se reinventam, ou vão afundar junto com a bolha imobiliária.
Os chineses provaram ao longo dos anos que de bobos não têm nada. Esta é mais uma situação que será superada. Enquanto isto aqui no Brasil, ninguém tem dinheiro para comprar os imóveis caríssimos em oferta. Carro velho custando preço de zero km e por aí vai!
Lei da oferta e demanda, muitos investiram num único setor, o de construção civil, levando falta de matéria prima para o mesmo e consequentemente aumentando os valores dos mesmo, fazendo com que os valores de imóveis disparasse. Não se preocuparam se haveria comprador no mercado futuro e muito menos a influência do aumento dos custos no preco final do imóvel. Logo com o setor em desaquecimento, menos trabalhador na ativa, menos dinheiro circulando, menos compradores. Aí penso o porque dos Chineses terem trazidos trabalhadores do país de origem para trabalhar nas fabricas da BYD…
China pode estar entrando numa fase de estaguinacão e precisa desesperadamente de novos mercados para continuar a crescer.
O desejo de ver a China cair não passa de um desejo.
Enquanto as empresas vêem os preços caírem os consumidores (moradores) fazem a festa.
Que bom seria se isso acontecesse no Brasil, quem sabe assim um imóvel de 60m2 no Rio de Janeiro valeria quanto vale, uns 400/500 mil, e não 1,4milhões.