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Descoberta de 540 milhões de toneladas de minério de lítio: é dessa forma que a China pode dominar ainda mais o mercado global de baterias

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/07/2025 às 00:45
lítio
Foto: Reprodução
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Uma nova descoberta mineral na China pode alterar o equilíbrio global na produção de baterias. Um gigantesco depósito de lítio foi encontrado na província de Hunan, com potencial para reforçar ainda mais o domínio chinês no setor.

A China revelou uma nova e gigantesca reserva de lítio na província de Hunan.

A descoberta pode impactar o fornecimento global de baterias para veículos elétricos, reforçando ainda mais o domínio chinês na cadeia produtiva de energia limpa.

O depósito foi identificado na área de mineração de Jijiaoshan, no condado de Linwu, e promete acelerar o ritmo de exploração e produção.

Um depósito de 540 milhões de toneladas

O novo depósito contém cerca de 540 milhões de toneladas de minério de lítio.

A estimativa oficial divulgada por autoridades do departamento provincial de recursos naturais aponta que há aproximadamente 1,31 milhão de toneladas de óxido de lítio no local.

O minério é do tipo granito alterado, uma estrutura rochosa mais fácil de processar do que salmouras, por exemplo.

A exploração desse tipo de rocha costuma ser feita com técnicas de britagem e separação, que oferecem mais agilidade, custos iniciais mais baixos e maior flexibilidade na produção.

Isso permite colocar rapidamente o material no mercado, o que pode alterar o ritmo de fornecimento global.

Anos de trabalho de campo

A descoberta foi anunciada pela mídia estatal chinesa, a CCTV. Segundo a emissora, equipes do Instituto de Pesquisa de Recursos Minerais da Província de Hunan foram responsáveis pela exploração. A confirmação veio após anos de trabalho de campo e análise de imagens geológicas da região.

O professor Xu Yiming, do instituto, afirmou que a descoberta ajudará a cidade de Chenzhou a desenvolver ainda mais sua indústria de energia.

A região também revelou a presença de outros minerais valiosos como rubídio, tungstênio e estanho, o que pode aumentar a viabilidade econômica de futuras operações no local.

China amplia presença global no setor

Com essa nova descoberta, a participação da China nas reservas globais de lítio chega a 16,5%, atrás apenas do Chile. A China já lidera o processo de refino, com mais de 70% da capacidade global, o que a torna peça-chave na produção de baterias.

Além de Hunan, pesquisadores chineses estão avaliando uma faixa de 2.800 quilômetros de espodumênio no Tibete. A estimativa é que a região possa conter até 30 milhões de toneladas de lítio. Se os números forem confirmados, as reservas do país poderão crescer ainda mais nos próximos anos.

Demanda interna em ritmo acelerado

A China já abriga mais de 60% da frota mundial de veículos elétricos. Isso exige uma enorme quantidade de baterias e, consequentemente, de lítio. Analistas projetam que a demanda interna pelo mineral dobrará até 2030.

Em 2022, o país respondeu por 76% da capacidade global de produção de baterias de íons de lítio. Esse número é resultado de duas décadas de investimento em extração mineral, fabricação de componentes e montagem de baterias completas.

Inovação em minerais associados

Os avanços não param no lítio. Cientistas chineses desenvolveram uma técnica para isolar cloreto de rubídio ultrapuro a partir de salmouras com apenas 0,001% do mineral.

Essa inovação é importante para tecnologias como relógios atômicos e células solares de última geração.

Como o rubídio também está presente no depósito de Jijiaoshan, é possível que essa nova técnica seja aplicada ali, o que aumentaria ainda mais o valor econômico da exploração.

Disputa internacional por recursos

A descoberta acontece em meio a uma disputa global por metais críticos. Países ocidentais vêm formando alianças, como a Parceria EUA-UE, para tentar reduzir a dependência da China nesse setor.

O objetivo é diversificar as cadeias de suprimentos e fortalecer a segurança energética.

Em março, a China também anunciou um campo petrolífero de 110 milhões de toneladas no Mar do Sul da China. Isso reforça o movimento de Pequim em direção à autossuficiência em energia e recursos.

A estrutura geológica favorável e a boa infraestrutura da região podem acelerar a transição da exploração para a mineração comercial em Jijiaoshan.

Se isso acontecer, a nova reserva consolidará ainda mais a posição da China em todas as etapas da cadeia do lítio, desde a extração até a produção final de baterias.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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