Em um passo sem precedentes, China e Estados Unidos assinam um acordo histórico para evitar conflitos nucleares com o uso da IA
No dia 19 de novembro, o mundo testemunhou um marco sombrio: mil dias desde o início da invasão russa à Ucrânia. Um conflito que já causou perdas humanas incontáveis e mudanças geopolíticas significativas. Nesse mesmo dia, Vladimir Putin anunciou que as regras de uso das armas nucleares russas estavam sendo ampliadas.
Sem negociações em vista, o conflito continua a impactar não apenas os países diretamente envolvidos, mas também o equilíbrio de poder mundial. Dias depois, no Peru, os presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping, discutiram um tema igualmente delicado: o papel da inteligência artificial (IA) no uso de armas nucleares.
Tensões nucleares entre Estados Unidos e China
As relações entre as duas maiores potências econômicas e militares do mundo, Estados Unidos e China, nunca foram tranquilas. Nos últimos anos, a China tem investido pesadamente no crescimento do seu arsenal nuclear. Em 2023, o país já possuía mais de 500 ogivas nucleares, com perspectivas de alcançar 1.000 até 2030, segundo o Departamento de Defesa dos EUA.
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Os Estados Unidos, por sua vez, estão modernizando sua tríade nuclear – composta por mísseis balísticos intercontinentais, submarinos lançadores de mísseis e bombardeiros estratégicos. Além disso, o país busca avançar em sistemas de armas tecnologicamente superiores, incluindo o uso da IA para melhorar processos decisórios e operacionais.
Contudo, o uso da inteligência artificial em armas nucleares levanta questões específicas. Erros de projeto ou falhas nos sistemas poderiam levar a tragédias irreversíveis. Foi justamente para evitar cenários como este que Biden e Jinping firmaram um acordo histórico: a IA jamais terá autonomia para decidir sobre o uso de armas nucleares.
Mudanças na doutrina nuclear global
Historicamente, a China manteve uma política de “não usar as primeiras” armas nucleares, uma posição que se alinha com a doutrina defensiva de várias potências nucleares. Porém, informações recentes sugerem que o país está reconsiderando sua postura. Uma nova doutrina poderia permitir uma resposta às ameaças percebidas, e não apenas aos ataques diretos.
Enquanto isso, os Estados Unidos não descartaram o uso preventivo de armas nucleares diante de ameaças existenciais. Essa postura gera confiança entre as potências e reforça a necessidade de acordos que limitem os riscos de um conflito nuclear.
Taiwan: o ponto de maior tensão
A questão de Taiwan continua sendo um dos principais pontos de atrito entre os Estados Unidos e a China. Para a China, a ilha é uma província rebelde que precisa ser reincorporada ao território chinês. O governo chinês já ameaçou diversas vezes usar força militar para alcançar esse objetivo.
Por outro lado, os Estados Unidos mantêm um apoio militar consistente a Taiwan, fornecendo armas e recursos. Apesar disso, Taiwan não possui armas nucleares e é proibido de desenvolvê-las, o que aumenta sua dependência de aliados como os EUA.
Durante a reunião em Lima, Biden e Jinping concordaram que, apesar das divergências sobre Taiwan e outras questões, é essencial manter o controle humano sobre decisões nucleares. Essa posição não apenas evita o uso imprudente de IA, mas também sinaliza uma abertura para futuros diálogos entre os dois poderes.
Um futuro incerto, mas com esperança
A decisão de excluir a inteligência artificial do processo de decisão sobre armas nucleares representa um raro momento de consenso em tempos de crescente polarização global. No entanto, muitos analistas questionam se essa postura será mantida em cenários políticos futuros.
Por exemplo, com Donald Trump eleito, será que ele manterá a decisão de limitar o uso de IA em questões nucleares? Ou, em um cenário de avanço ainda maior da tecnologia, a pressão para incluir a IA nesses processos tornaria esse acordo obsoleto?