A energia eólica dá um salto histórico com a parceria entre China e Espanha para erguer a torre mais alta do mundo, de 190 metros, capaz de ampliar a produção e eficiência das turbinas em regiões de ventos moderados.
A busca por fontes renováveis ganha um novo capítulo com a união entre a empresa espanhola Nabrawind Technologies SL., sediada em Navarra, e a chinesa Golden Ocean Corporation. Juntas, as companhias estão construindo na China uma torre de 190 metros de altura, um feito que promete mudar os rumos da energia eólica mundial.
Mais do que uma obra de engenharia, o projeto simboliza o avanço estratégico rumo a um modelo energético limpo, eficiente e de alta produtividade — especialmente em regiões com ventos uniformes, mas de baixa velocidade, onde as torres tradicionais perdem desempenho.
Por que elevar as torres eólicas faz tanta diferença
Os aerogeradores, que convertem a energia cinética do vento em eletricidade, funcionam melhor quando instalados em altitudes elevadas. Isso porque, quanto maior a altura, mais constantes e intensos são os ventos, além de haver menor interferência de obstáculos naturais ou urbanos.
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Com uma velocidade mínima de vento sustentada, as turbinas operam de maneira mais estável, aumentando o rendimento energético. Em contrapartida, quando o vento é irregular, a geração de eletricidade sofre quedas significativas. Por isso, elevar os aerogeradores não é apenas uma questão de engenharia, mas de eficiência econômica e ambiental.
A torre Nabralift HH190: engenharia e colaboração internacional
O coração do projeto é o modelo Nabralift HH190, o mais alto já desenvolvido pela Nabrawind. A estrutura combina 95 metros de base autoportante com uma torre tubular convencional no topo, alcançando impressionantes 190 metros de altura.
A expectativa é de que essa configuração proporcione um aumento de até 20% na produção energética do aerogerador. A turbina será fornecida pela gigante Envision, quarta maior fabricante de aerogeradores do mundo e segunda na China em capacidade instalada.
Ainda que o modelo exato da turbina esteja em avaliação, estima-se que o conjunto final produza volumes expressivos de eletricidade limpa, contribuindo de forma significativa para a expansão da energia eólica no território chinês.
Cooperação entre gigantes: Espanha e China na liderança verde
O projeto é conduzido pela Golden Ocean Corporation, subsidiária da China Three Gorges Corporation, um dos maiores conglomerados energéticos do planeta, com forte atuação em infraestrutura eólica.
Enquanto isso, a Nabrawind aporta sua expertise em design e inovação estrutural, responsável por soluções como Nabrajoint, BladeRunner e Nabrabase, tecnologias que otimizam a construção e manutenção de torres eólicas ultraltas.
Essa colaboração demonstra que a transição energética global é também uma questão de parceria internacional, unindo conhecimento europeu e capacidade industrial chinesa em prol de uma economia descarbonizada.
O impacto do projeto e as novas fronteiras da energia limpa
Mais do que quebrar recordes, a torre HH190 representa um avanço estratégico para o futuro da energia eólica. Ao permitir a instalação de turbinas em regiões antes consideradas inviáveis, o projeto amplia o alcance das fontes renováveis e favorece a criação de sistemas híbridos, que combinam energia solar e eólica para garantir fornecimento constante e autossuficiente.
Além disso, o investimento reforça o papel da China como líder mundial na adoção de tecnologias verdes, enquanto a Espanha consolida sua reputação como referência em engenharia e inovação no setor de energias renováveis.
O céu já não é o limite
“Ao elevar nossos projetos a novas alturas, mostramos que o céu já não é o limite”, afirmam representantes da Nabrawind, destacando o caráter pioneiro da iniciativa. Essa visão reflete a ambição de transformar a energia eólica em uma força ainda mais poderosa e acessível, capaz de atender à crescente demanda global por eletricidade sustentável.
Mesmo com a China explorando outras fontes de energia avançadas, como projetos de fusão nuclear limpa, a aposta na força dos ventos permanece estratégica. Afinal, a energia eólica continua sendo uma das soluções mais eficazes, escaláveis e de baixo impacto para enfrentar a crise climática e garantir o abastecimento das próximas gerações.