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China descobre jazida de urânio a 1.820 metros — o depósito mais profundo já registrado e novo marco para a exploração global

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 22/07/2025 às 10:52
China descobre urânio a 1.820 metros — o depósito mais profundo já registrado e novo marco para a exploração global
Foto: IA
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China descobre jazida de urânio a 1.820 metros de profundidade — a mais profunda do mundo. Avanço marca nova era na mineração nuclear em zonas extremas.

A corrida global por recursos energéticos estratégicos acaba de ganhar um novo capítulo — e a China cravou seu nome no topo. Um anúncio recente da China National Nuclear Corporation (CNNC) revelou a descoberta de uma jazida de urânio a 1.820 metros de profundidade na Bacia do Tarim, região desértica e remota de Xinjiang, no noroeste do país. Trata-se do depósito mais profundo de urânio do tipo arenito com valor industrial já registrado no mundo, segundo o governo chinês. E mais: esse feito representa um marco técnico e geológico sem precedentes.

Um salto na mineração nuclear em profundidade

A CNNC afirmou que esse avanço coloca a China na liderança global da exploração de urânio em profundidade, superando limites técnicos que, até pouco tempo atrás, pareciam intransponíveis. A jazida foi identificada em camadas geológicas profundas e complexas, sob o deserto da Bacia do Tarim, uma das regiões mais inóspitas do planeta. O local era considerado de baixo potencial geológico — até agora.

A extração de urânio em profundidades superiores a 1.500 metros é um desafio logístico e tecnológico, que exige equipamentos especializados e perfuração precisa em terrenos instáveis.

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A CNNC, no entanto, revelou que desenvolveu um modelo geológico preditivo exclusivo, capaz de identificar possíveis áreas com mineralizações de urânio em profundidade, mesmo sob condições ambientais extremas.

Tecnologia de ponta a serviço da prospecção

A descoberta só foi possível graças ao uso combinado de imagens de satélite, levantamentos aéreos e tecnologias de perfuração ultraprofundas, tudo operado por uma força-tarefa de pesquisadores do Instituto de Geologia do Urânio de Pequim e da equipe técnica da CNNC.

Além disso, a empresa afirma ter criado um sistema de exploração integrado, ecológico e eficiente para regiões desérticas — que pode ser replicado em outros pontos do globo com geologia semelhante.

Impulso estratégico para o setor nuclear chinês

O urânio é matéria-prima essencial para a produção de combustível nuclear. A China, que planeja expandir consideravelmente seu parque de usinas nucleares nas próximas décadas, tem buscado garantir autonomia no suprimento desse recurso crítico.

Com essa descoberta, o país não apenas fortalece sua segurança energética interna, como também consolida sua posição como referência mundial em mineração de urânio profunda.

A jazida de Xinjiang pode representar uma nova fronteira na exploração mineral, abrindo precedentes para projetos em áreas de difícil acesso, onde se acreditava não haver viabilidade econômica ou técnica. Ao mesmo tempo, essa conquista envia um recado geopolítico claro: a China está disposta a liderar a nova era da energia nuclear — não apenas em capacidade instalada, mas também no domínio completo da cadeia produtiva.

Bacia do Tarim: de deserto esquecido a ativo estratégico

Localizada em uma das zonas mais áridas e isoladas do planeta, a Bacia do Tarim já era conhecida por abrigar reservas de petróleo e gás natural, exploradas com grandes investimentos na última década. Agora, com a confirmação do depósito profundo de urânio, a região entra para o mapa das zonas críticas de mineração estratégica do século XXI.

A descoberta também impulsiona os esforços da CNNC em criar protocolos de mineração mais sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental mesmo em ambientes frágeis como os desertos.

Enquanto a China celebra esse avanço como uma vitória científica e energética, outros países devem observar de perto a tecnologia usada na exploração do urânio em profundidade.

A possibilidade de encontrar jazidas semelhantes em outras regiões áridas — como o Saara, partes da Austrália ou o centro-oeste dos EUA — pode provocar uma revolução global no mercado de urânio, que já vive um novo boom com o retorno do interesse por energia nuclear como solução de baixo carbono.

Para a CNNC, trata-se de “uma descoberta pioneira em termos de localização, tipo de rocha, profundidade e método de exploração”. Mais do que isso, é uma mensagem de supremacia tecnológica e energética que reforça o papel da China como protagonista da transição energética mundial — mesmo que pelas vias nucleares.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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