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China descobre megacadeia de vulcões fossilizados com 640 km — estrutura pode mudar o entendimento da crosta na região

Publicado em 30/07/2025 às 07:48
Vulcões extintos, Vulcões fossilizados, China
Imagem: Wikimedea Commons
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Sensores magnéticos revelam cadeia de vulcões extintos com quase 800 km, escondida sob rochas profundas na Bacia de Sichuan, na China

Pesquisadores da Universidade de Nanquim, na China, identificaram uma cadeia de vulcões extintos com cerca de 640 quilômetros de extensão.

O conjunto foi encontrado nas profundezas da Bacia de Sichuan, localizada no Bloco Yangtze, no sul do país. A formação está associada ao cinturão de arco magmático toniano, criado entre 820 e 770 milhões de anos atrás.

O estudo fornece novas pistas sobre a história geológica da região. Segundo os cientistas, os chamados “vulcões fossilizados” estavam escondidos a cerca de 6,5 quilômetros abaixo da superfície terrestre.

Eles estão enterrados sob quilômetros de rochas sedimentares e só foram detectados com a ajuda de sensores magnéticos aerotransportados.

Sensores revelam faixa rica em ferro

Esses sensores revelaram uma faixa de rochas com alto teor de ferro, com 690 quilômetros de comprimento e 48 quilômetros de largura.

A presença de ferro é um forte indício de atividade vulcânica passada. O campo magnético gerado por essas rochas era mais forte do que o das formações ao redor, o que reforçou a evidência.

De acordo com os pesquisadores, a cadeia vulcânica teria surgido durante a separação do supercontinente Rodínia, há aproximadamente 800 milhões de anos.

A movimentação das placas tectônicas nesse período fez com que o sul da China se afastasse do supercontinente. Isso resultou na formação da placa do Bloco Yangtze.

Colisão e subducção deram origem ao magma

Posteriormente, essa placa colidiu com a placa do Oceano Índico. Esse processo gerou o que é conhecido como subducção: a crosta oceânica mais densa afundou sob a crosta continental.

Esse movimento produziu calor e pressão, levando à criação de magma. O magma, ao subir, deu origem a uma longa cadeia de vulcões — o chamado arco vulcânico.

As formações resultantes alteraram tanto a crosta existente quanto a nova crosta em desenvolvimento. No entanto, essas estruturas deixaram de ser visíveis com o passar dos milênios, ficando soterradas sob a Bacia de Sichuan.

Perfurações confirmam origem vulcânica

Além dos dados magnéticos, os cientistas coletaram amostras de sete poços profundos, que variavam entre 3.600 e 6.500 metros de profundidade.

A análise confirmou que as rochas extraídas eram magmáticas, ou seja, formadas por material vulcânico. A composição química dessas amostras era compatível com a de rochas criadas em arcos vulcânicos.

A datação radiométrica situou essas rochas entre 770 e 820 milhões de anos atrás. Essa época coincide com o período de fragmentação do supercontinente Rodínia, o que reforça a ligação entre os eventos.

Um arco vulcânico incomum e extenso

O mais surpreendente foi o tamanho da cadeia recém-identificada. A maioria dos arcos vulcânicos tende a surgir em faixas mais estreitas ao longo das margens continentais.

No entanto, esse arco se estende por cerca de 800 quilômetros em direção ao interior do continente, o que foge ao padrão mais comum.

Os pesquisadores sugerem duas possibilidades para explicar essa dimensão incomum. Uma delas é a ocorrência de um tipo especial de subducção, chamada de subducção de placa plana.

Nesse caso, a placa oceânica desliza horizontalmente sob a placa continental por uma longa distância antes de afundar. Isso pode ter gerado uma área mais extensa de atividade vulcânica.

Outra hipótese considerada é que dois sistemas vulcânicos diferentes tenham se fundido ao longo de milhões de anos, criando um único cinturão de grandes proporções.

Possível impacto no clima antigo da Terra

O estudo destaca que essa cadeia de vulcões pode ter desempenhado um papel importante no clima da Terra durante aquele período.

A atividade vulcânica em larga escala no sul da China pode ter afetado o ciclo global do carbono. Isso, por sua vez, teria contribuído para a instabilidade climática em um momento decisivo da história do planeta.

Essas novas evidências ajudam a reconstituir eventos geológicos de quase 800 milhões de anos e podem mudar o entendimento sobre a evolução da crosta terrestre naquela região.

Com informações de Interesting Engineering.

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30/07/2025 08:51

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Romário Pereira de Carvalho

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