Medida adotada em abril de 2025 afeta diretamente a indústria militar e tecnológica dos EUA
A decisão da China de limitar as exportações de terras raras da China reacende alertas sobre dependência estratégica. Elementos essenciais usados em veículos elétricos, smartphones e mísseis agora só serão exportados com licenças especiais.
Terras raras da China viram arma geopolítica em meio a disputa com os EUA
No dia 4 de abril de 2025, o governo chinês impôs novas restrições à exportação de sete terras raras da China, incluindo disprósio, térbio, gadolínio e ítrio. Esses materiais são vitais para setores como defesa, tecnologia de ponta e produção de veículos elétricos. A medida, segundo Pequim, responde às tarifas impostas por Washington.
As terras raras da China são um grupo de 17 elementos usados na fabricação de ímãs permanentes e dispositivos eletrônicos. Eles estão presentes em motores de carros elétricos, turbinas eólicas, smartphones e equipamentos militares como os caças F-35 e mísseis Tomahawk.
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China domina o mercado global de terras raras e impõe novos prazos e barreiras
Hoje, a China controla cerca de 70% da extração global e 90% do processamento de terras raras da China. A nova política exige licenças de exportação para os elementos restritos, com prazo de até 45 dias para análise. O impacto direto é o risco de atrasos e escassez nas cadeias de suprimento ocidentais.
A influência chinesa sobre o setor permite a utilização das terras raras da China como ferramenta de pressão geopolítica. A medida afeta diretamente o fluxo comercial com os Estados Unidos, além de gerar aumento nos preços internacionais. O disprósio, por exemplo, já acumula alta de 24% desde o final de março.
Indústria dos EUA sofre impacto imediato com falta de terras raras da China
O setor militar americano depende fortemente das terras raras da China. Tecnologias críticas para submarinos, aviões e sensores de defesa usam esses materiais em larga escala. Já a indústria de veículos elétricos teme paralisações por falta de ímãs magnéticos especializados.
A dependência levou o governo dos EUA a agir. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para investigar os riscos à segurança nacional causados por essa dependência. O objetivo é acelerar projetos de extração nacional e reduzir a exposição ao domínio chinês sobre os insumos.
Alternativas são limitadas e demanda por terras raras da China deve crescer
Atualmente, os EUA contam com apenas uma mina de terras raras da China em operação: Mountain Pass, na Califórnia. Porém, ela tem dificuldade para processar os elementos pesados mais afetados pelas restrições. Novas minas estão em estudo em Nebraska e Montana, mas ainda levarão anos para começar a operar.
A medida chinesa escancara a vulnerabilidade global na área de recursos críticos. A corrida por autonomia na produção de terras raras da China exigirá tempo, investimento pesado e cooperação internacional. Até lá, Pequim seguirá com vantagem estratégica nesse setor vital.