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China aposenta turbinas tradicionais com ‘moinho de vento’ flutuante que usa 40% menos material e corta custos de energia em 30%

Escrito por Carla Teles
Publicado em 24/09/2025 às 20:26
China aposenta turbinas tradicionais com 'moinho de vento' flutuante que usa 40% menos material e corta custos de energia em 30%
A China inova com uma turbina eólica flutuante que corta os custos de energia em 30%. Saiba como essa tecnologia usa 40% menos material e pode mudar o futuro renovável. Imagem: People’s Daily/X
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A inovadora turbina flutuante S1500, um ‘moinho de vento’ aéreo, usa 40% menos material que modelos tradicionais e acessa ventos de alta altitude, marcando um novo capítulo para a energia renovável no país.

A China deu um passo significativo para transformar o futuro da energia renovável com o teste bem-sucedido de sua primeira turbina eólica flutuante em escala de megawatts, a S1500. Realizado em Hami, na região de Xinjiang, o voo inaugural representa um marco para a tecnologia de energia eólica aérea, prometendo não apenas maior eficiência, mas também uma drástica redução de custos e de materiais de construção, conforme divulgado em comunicado da Beijing SAWES Energy Technology Co., Ltd. e reportado pelo Diário do Povo, China.

Este projeto ambicioso se destaca por abandonar as torres e fundações de concreto que caracterizam as turbinas convencionais. Ao flutuar a centenas de metros de altura, o sistema S1500 acessa um recurso energético vasto e inexplorado: os ventos de alta altitude, que são mais fortes e constantes. O impacto potencial é imenso, desde a geração de eletricidade mais barata até o fornecimento de energia rápida em áreas de desastre, posicionando a nação asiática na vanguarda de uma nova corrida tecnológica.

O que é o S1500 e como ele funciona?

Visualmente, o S1500 se assemelha a um zepelim gigante, medindo aproximadamente 60 metros de comprimento por 40 de largura e altura, o que o torna o maior gerador eólico aerotransportado já construído. Diferente de uma turbina de solo, ele não precisa de uma torre de aço ou de uma fundação profunda, o que, segundo os desenvolvedores, reduz o uso de material em 40% e barateia o custo da eletricidade em até 30%. Sua estrutura pode ser montada e movida em poucas horas, tornando-a ideal para locais remotos como desertos, ilhas ou grandes complexos de mineração.

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O design avançado é a chave de sua eficiência. A estrutura é composta por um aerofólio principal e uma asa anular que, juntos, criam um duto aerodinâmico. Dentro deste duto, estão posicionados 12 conjuntos de turbinas-geradores, cada um com capacidade nominal de 100 kW. Esses rotores capturam os ventos potentes de alta altitude e os convertem em eletricidade, que é então transmitida para uma estação no solo por meio de um cabo de amarração de alta tecnologia, projetado para suportar altas tensões ao longo de quilômetros.

A vantagem exponencial dos ventos de alta altitude

A principal razão para levar as turbinas aos céus está na física da energia eólica. Os ventos encontrados entre 500 e 10.000 metros acima do solo são muito mais potentes e consistentes do que os ventos de superfície, que são frequentemente obstruídos por terrenos, edifícios e outras barreiras. Este recurso, além de abundante e livre de carbono, oferece um potencial energético exponencialmente maior, o que torna a tecnologia da China tão promissora.

Gong Zeqi, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Informação Aeroespacial (AIR), envolvido no projeto, explica a matemática de forma clara: “Quando a velocidade do vento dobra, a energia que ele transporta aumenta oito vezes. Triplicando a velocidade, você tem 27 vezes mais energia”. Esse crescimento exponencial demonstra por que sistemas como o S1500 podem gerar uma quantidade de energia muito superior à das turbinas terrestres convencionais, mesmo com rotores menores, representando um salto de eficiência que pode redefinir o setor.

Do protótipo à realidade: uma jornada de inovação

O sucesso do S1500 não aconteceu da noite para o dia. Ele é o resultado de uma colaboração estratégica entre a empresa SAWES, a prestigiada Universidade Tsinghua e a Academia Chinesa de Ciências. Juntos, os pesquisadores superaram desafios complexos, como garantir a estabilidade do aeróstato em ventos fortes, desenvolver geradores ultraleves e eficientes, e criar cabos de alta tensão que fossem seguros e duráveis em escala quilométrica.

O projeto seguiu uma rota de desenvolvimento incremental e validada por protótipos anteriores. Em outubro de 2024, o modelo S500, preenchido com hélio, atingiu 500 metros de altitude e produziu mais de 50 kW de potência. Apenas três meses depois, o S1000 subiu a 1.000 metros e dobrou a capacidade para 100 kW. Esses testes foram cruciais para provar a viabilidade do conceito e refinar a tecnologia que agora permite ao S1500 operar em escala comercial de megawatts.

Impacto estratégico: energia para desastres e apoio nacional

Além da geração de energia para a rede elétrica, a mobilidade do S1500 abre portas para aplicações estratégicas. Weng Hanke, diretor de tecnologia da SAWES, destaca seu potencial para resposta rápida a desastres. “A plataforma aérea pode ser lançada rapidamente após um terremoto ou inundação para manter luzes, rádios e equipamentos salva-vidas funcionando”, afirmou. Essa capacidade de fornecer energia emergencial em locais isolados é uma vantagem que as usinas tradicionais simplesmente não oferecem.

O desenvolvimento desta tecnologia é também uma prioridade nacional para a China. Um plano de ação emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma estabelece metas claras de pesquisa e desenvolvimento para geradores eólicos de grande porte para altitudes elevadas entre 2016 e 2030. Ao reduzir a dependência de turbinas terrestres, o país busca desbloquear novas fontes de energia limpa em áreas remotas e consolidar sua liderança na transição energética global.

O voo bem-sucedido do S1500 sinaliza que uma das últimas grandes fontes inexploradas de energia renovável está finalmente ao nosso alcance. Com os ventos celestes carregando um potencial energético imensamente superior, a tecnologia chinesa pode se tornar um pilar fundamental na matriz energética do futuro.

O que você acha desta nova tecnologia? Acredita que os ‘moinhos de vento’ flutuantes são o futuro da energia eólica global? Deixe sua opinião nos comentários abaixo, queremos saber sua perspectiva sobre essa revolução energética.

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Carla Teles

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