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China anuncia robô humanoide que engravida e dá à luz; inovação já gera debates éticos, mas promete ser solução para casais inférteis e quem busca evitar gestação tradicional

Publicado em 15/08/2025 às 22:38
Robô humanoide, Gravidez, IA, Útero artificial
Imagem conceitual gerada por IA de um robô humanoide grávido. Foto: GuyXotic/Pixel Dojo
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Robô de gestação da China promete simular todo o ciclo da gravidez, gerar bebês e levantar debates éticos antes do lançamento previsto para 2026

Uma empresa de tecnologia chinesa anunciou planos para lançar, até 2026, o que pode ser o primeiro “robô de gestação” do mundo. A Kaiwa Technology, sediada em Guangzhou, apresentou a ideia de um humanoide com um útero artificial embutido no abdômen, projetado para carregar um feto durante dez meses e dar à luz. O objetivo é oferecer uma alternativa para quem deseja evitar os desafios da gravidez humana.

O preço previsto é inferior a 100.000 yuans, cerca de US$ 13.900. A proposta gerou reações imediatas, que variam entre preocupações éticas e expectativas de avanço para pessoas inférteis.

O fundador da Kaiwa Technology, Zhang Qifeng, apresentou o projeto durante a Conferência Mundial de Robótica de 2025, em Pequim, destacando que não se trata apenas de uma incubadora, mas de um humanoide em tamanho real capaz de reproduzir todo o ciclo da gestação.

A tecnologia central está no útero artificial, onde o feto se desenvolve em líquido amniótico artificial e recebe nutrientes por uma mangueira, simulando o processo natural.

Segundo Zhang, essa tecnologia já funciona em laboratório, mas agora precisa ser incorporada ao humanoide para permitir interação com humanos.

Desafios e prazos

Qifeng prevê que um protótipo esteja pronto em um ano. Ele informou que já discutiu questões éticas e legais com autoridades da província de Guangdong, e que propostas foram apresentadas nas deliberações políticas e legislativas locais.

Apesar do avanço técnico, não foram revelados detalhes sobre como o robô realizará a fertilização, a implantação e a gestação completa, o que mantém dúvidas sobre os desafios científicos, jurídicos e éticos.

Experimentos anteriores mostram o potencial, mas também as limitações da tecnologia. Em 2017, pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia conseguiram manter um cordeiro prematuro, equivalente a 23 semanas de gestação humana, em uma “biobag” com líquido amniótico artificial.

O animal desenvolveu lã após quatro semanas, mas o processo se assemelha mais a uma incubadora neonatal, funcionando apenas após parte da gestação.

Robô reprodutor com IA

A conferência também apresentou outro marco: o GEAIR, o primeiro robô reprodutor do mundo movido por inteligência artificial.

Criado por pesquisadores do Instituto de Genética e Biologia do Desenvolvimento da Academia Chinesa de Ciências, o projeto une IA e biotecnologia para modernizar o melhoramento de culturas agrícolas.

O GEAIR usa edição genética para criar flores masculinas estéreis, permitindo a produção eficiente de sementes híbridas.

A tecnologia incorpora métodos como “domesticação de novo” e “melhoramento rápido”, formando a primeira “fábrica de melhoramento robótico inteligente” do mundo. Essa integração promete acelerar a criação de variedades agrícolas de alta qualidade.

Um exemplo já aplicado é o desenvolvimento de um sistema de soja macho-estéril, que pode ampliar a reprodução híbrida e a produtividade no campo.

Segundo os responsáveis, o projeto cria um sistema de circuito fechado para reprodução robótica inteligente e totalmente autônoma, representando um pioneirismo no setor.

Fusão entre IA e biotecnologia

A estratégia combina três pilares: biotecnologia como base, inteligência artificial como elemento condutor e robótica como operadora.

Essa integração reforça o papel da China como liderança global na aplicação de IA ao melhoramento biológico, com impacto potencial na agricultura e, agora, possivelmente na reprodução humana assistida por robôs.

As duas inovações apresentadas — o robô humanoide para gestação e o GEAIR para agricultura — mostram como a tecnologia chinesa busca romper barreiras e integrar inteligência artificial a processos biológicos.

Porém, enquanto o uso agrícola já avança com aplicações concretas, a ideia de um robô capaz de gerar um bebê ainda depende de superar questões técnicas e, principalmente, de enfrentar os debates éticos que inevitavelmente acompanharão seu desenvolvimento.

Com informações de Interesting Engineering.

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Romário Pereira de Carvalho

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