Pequim afirma ter desenvolvido o primeiro detector de fóton único de ruído ultrabaixo do mundo, tecnologia que pode revolucionar radares e revelar a posição de caças invisíveis como o F-22 e o F-35.
A China afirma ter dado um passo decisivo na corrida tecnológica militar ao iniciar a produção em massa de um detector de fótons que pode revolucionar a forma como aeronaves furtivas são rastreadas.
O dispositivo, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa em Tecnologia de Engenharia de Informação Quântica, na província de Anhui, é descrito como o primeiro detector de fóton único de ruído ultrabaixo do mundo com quatro canais — e seu impacto pode se estender tanto à comunicação quanto à defesa.
Avanço inédito na detecção quântica
O novo captador é capaz de detectar até mesmo uma única partícula de luz, um feito comparado à capacidade de distinguir o som de um único grão de areia caindo durante uma tempestade.
-
Drone de entrega que voa a 90 km/h promete revolucionar os negócios em São Paulo e em todo o Brasil
-
Terra cruza limite crítico do CO₂ em 2024, e ONU adverte que a falta de ação na COP 30 pode selar o destino climático das próximas gerações
-
Xiaomi dá passo ousado e anuncia data do lançamento do Redmi Note 15 Pro+, 1º intermediário capaz de enviar mensagens via satélite
-
300.000 km sem manutenção, mais de 800 cv: montadoras correm por tecnologia que coloca o motor dentro da roda, amplia autonomia, reduz peso e pode redefinir o carro do futuro
Essa sensibilidade extrema representa um marco no campo da tecnologia quântica, pois possibilita identificar sinais minúsculos e praticamente invisíveis.
A produção em escala do dispositivo, segundo reportagem do South China Morning Post (SCMP), coloca Pequim mais próxima da autossuficiência em componentes essenciais para a tecnologia da informação quântica. Essa capacidade é considerada crucial para o desenvolvimento de radares e sistemas de comunicação mais precisos e eficientes.
Radares quânticos e a ameaça aos caças furtivos
Jatos furtivos como o F-22 e o F-35 dos Estados Unidos foram projetados para escapar de radares tradicionais por meio de revestimentos especiais e compartimentos internos que reduzem sua assinatura.
No entanto, os radares quânticos funcionam de maneira diferente e podem superar essas defesas.
Esses sistemas enviam fótons cujas propriedades mudam ao colidir com a superfície da aeronave. Mesmo sinais falsos emitidos pelos aviões não conseguem reproduzir essas propriedades, o que permite ao radar identificar e localizar a aeronave com precisão.
Quando os fótons retornam ao radar após interagir com o alvo, os cientistas conseguem analisar suas propriedades e, assim, determinar a posição do jato furtivo.
Além disso, os radares quânticos prometem consumir menos energia e ser mais fáceis de instalar em diferentes plataformas, aumentando a detecção de alvos com baixa assinatura de radar.
Alcance maior e maior eficiência
A China já havia desenvolvido um sistema de radar quântico com alcance aproximado de 100 quilômetros.
Agora, com o novo detector de fóton único de quatro canais, essas capacidades podem ser ampliadas significativamente.
O novo sistema permite detectar sinais de múltiplas fontes de luz simultaneamente e gerar imagens com muito mais rapidez e precisão.
Outro destaque é a eficiência energética: além de consumir menos energia, o sistema emite menos radiação do que radares convencionais, tornando sua própria detecção mais difícil.
Pequim afirma ainda que o novo detector tem apenas um nono do tamanho dos dispositivos de canal único existentes, o que amplia seu potencial de uso em diversas aplicações militares e civis.
Os detalhes técnicos sobre a inovação foram divulgados no Science and Technology Daily, jornal ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia da China.
Segundo os cientistas, a meta é expandir o uso do detector para redes de comunicação quântica e outras aplicações estratégicas no futuro.
Reação dos EUA e a corrida por supremacia aérea
Enquanto a China avança no campo dos radares quânticos, oaceleram o desenvolvimento de seus próprios jatos de próxima geração.
A Marinha americana recebeu autorização para iniciar a produção de um caça de sexta geração, enquanto a Força Aérea pretende colocar o F-47 — também de sexta geração — em operação até 2028. A Boeing já trabalha no projeto.
Essas novas aeronaves prometem ser ainda mais rápidas, maiores e furtivas, capazes de operar praticamente invisíveis aos sistemas de detecção existentes.
No entanto, a evolução da tecnologia quântica chinesa pode representar um desafio considerável para esse plano.
Se as alegações de Pequim se confirmarem, os radares quânticos podem alterar o equilíbrio estratégico global, dificultando a vantagem dos caças invisíveis e obrigando potências militares a repensarem suas estratégias de supremacia aérea.
A produção em massa do novo detector de fótons representa, portanto, não apenas um avanço tecnológico para a China, mas também um sinal claro de que a corrida por superioridade no campo da defesa aérea está entrando em uma nova era — uma era em que até mesmo a luz mais tênue pode revelar o que antes era invisível.