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China anuncia nova meta climática e promete atingir 3,6 TW de energia solar e eólica até 2035

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 25/09/2025 às 09:42
Painéis solares e turbinas eólicas na China sob céu azul parcialmente nublado ao meio-dia.
Painéis solares e turbinas eólicas em operação na China sob céu claro com nuvens, simbolizando investimento em energia limpa.
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A China planeja reduzir emissões e expandir energia solar e eólica para 3,6 TW até 2035, acelerando a transição energética do país.

A China anuncia nova meta climática e, com isso, busca reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 7% e 10% até 2035. Em relação ao pico histórico de emissão.

Além disso, o presidente Xi Jinping apresentou o anúncio durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas em Nova York. Demonstrando a intenção do país de acelerar a transição energética.

No entanto, essa meta ainda fica abaixo das recomendações de cientistas para alinhar-se ao Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

Historicamente, a China se tornou o maior emissor global de GEE. Principalmente devido ao crescimento industrial acelerado e ao uso intenso de carvão como fonte energética.

Por isso, desde a abertura econômica na década de 1980, o país passou por uma expansão industrial sem precedentes. O que aumentou significativamente suas emissões de carbono.

Apesar disso, a China investe em energias renováveis de forma consistente e, consequentemente, assume compromissos ambientais que frequentemente superam suas próprias metas iniciais.

Dessa forma, a nova meta climática inclui o compromisso de alcançar mais de 30% de fontes não fósseis no consumo total de energia.

Esse percentual reflete o esforço do país em promover a transição energética. Considerando o tamanho da economia chinesa e a intensidade histórica do uso de carvão.

Além disso, o país integra políticas de eficiência energética em setores industriais e urbanos. Promovendo tecnologias de baixo carbono em fábricas, edifícios e sistemas de transporte.

Assim, a China não busca apenas reduzir emissões de forma isolada. Mas transformar sua economia em uma estrutura mais sustentável e adaptável às demandas do século XXI.

Expansão de energias renováveis

Para atingir esses objetivos, a China planeja expandir a capacidade de geração de energia solar e eólica para 3,6 terawatts (TW) até 2035.

Isso representa um aumento de mais de seis vezes em relação ao nível de 2020. Ou seja, praticamente dobra a capacidade atual dessas fontes de energia. Que já somavam 1.482 gigawatts (GW) em março de 2025, superando a capacidade do carvão.

Além disso, o país combina mitigação climática com crescimento econômico sustentável, pois a expansão das energias renováveis não apenas reduz as emissões. Mas também cria oportunidades econômicas, especialmente na geração de empregos e no desenvolvimento de tecnologias limpas.

Historicamente, políticas voltadas à inovação tecnológica e à produção em larga escala permitiram à China liderar a produção mundial de painéis solares e turbinas eólicas.

Assim, a capacidade chinesa de construir parques solares e eólicos em grande escala resulta de décadas de investimento em pesquisa. Desenvolvimento e construção de cadeias de suprimento eficientes.

Além disso, a China investe no aumento do volume total do estoque florestal para mais de 24 bilhões de metros cúbicos.

Por outro lado, a proteção das florestas, combinada à expansão de novas áreas verdes, sequestra carbono da atmosfera e reduz os impactos das mudanças climáticas, mostrando que a estratégia do país vai além da produção energética.

Estratégias adicionais e adaptação

O país incentiva a adoção de veículos de nova energia, como elétricos e híbridos, e também expande o Mercado Nacional de Comércio de Emissões de Carbono, cobrindo os principais setores de alta emissão.

Dessa forma, essas medidas refletem uma abordagem integrada que combina mitigação, adaptação e incentivo econômico, buscando construir uma sociedade mais resiliente às mudanças climáticas.

Apesar de a meta de redução de 7% a 10% até 2035 parecer modesta diante das recomendações científicas, a China cumpre ou supera suas metas climáticas antes do prazo.

Por exemplo, a NDC anterior, que previa atingir o pico de emissões antes de 2030, provavelmente já ocorreu em 2023, mostrando que compromissos modestos frequentemente resultam em ações efetivas que ultrapassam as expectativas.

Além disso, a meta de energia renovável para 2030, estabelecida em 2020, foi cumprida seis anos antes do previsto.

Ao mesmo tempo, a China investe em projetos-piloto de cidades sustentáveis e transporte público eficiente, evidenciando que a transição energética inclui planejamento urbano, mobilidade limpa e qualidade de vida para a população.

Contexto internacional e liderança global

O contexto internacional também influencia a decisão chinesa.

Com a COP30 marcada para novembro em Belém, no Brasil, e a expectativa de que mais de 190 países apresentem suas NDCs atualizadas, a China reforça sua posição global como líder na transição energética.

Por isso, o país quer mostrar capacidade de investir em tecnologias limpas e reduzir sua pegada ambiental sem comprometer o desenvolvimento econômico.

A posição do país é estratégica, considerando sua participação na economia global, seu papel na produção industrial e sua influência sobre cadeias de suprimentos globais, especialmente em setores ligados a energias renováveis e tecnologia limpa.

Além disso, a meta de 3,6 TW de energia solar e eólica revela uma mudança estrutural no setor energético chinês, priorizando a diversificação da matriz energética e reduzindo a dependência do carvão.

Essa transformação está alinhada com a meta de atingir emissões líquidas zero até 2060, mostrando que as decisões tomadas hoje impactam diretamente o futuro climático global.

Além disso, historicamente, a China utiliza grandes investimentos em infraestrutura energética para consolidar seu crescimento industrial.

Agora, aplica essa lógica também ao setor de energia limpa.

Além disso, o país amplia sua cooperação internacional em pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis, estabelecendo parcerias com outros países e empresas globais para acelerar a inovação tecnológica.

Dessa forma, essa estratégia reforça seu papel central na economia verde e na liderança de práticas sustentáveis no mundo.

Implicações econômicas e sociais

O avanço em energias renováveis não é apenas ambiental, mas também geopolítico.

Consequentemente, a liderança chinesa no setor de energia limpa coloca o país como um ator central na economia verde global, influenciando padrões tecnológicos, preços de commodities e políticas de descarbonização internacionais.

No contexto doméstico, a promoção de veículos elétricos e híbridos, o aumento do estoque florestal e a implementação de políticas de mercado de carbono mostram a intenção da China de integrar sustentabilidade e crescimento econômico.

Além disso, essas medidas atendem à demanda social por ar mais limpo, conservação ambiental e adaptação às mudanças climáticas, demonstrando que o país encara a transição energética como um caminho multifacetado, envolvendo economia, tecnologia, sociedade e meio ambiente.

Além disso, a transição para energias renováveis estimula a criação de novos empregos em setores como fabricação de turbinas, painéis solares e pesquisa tecnológica.

Isso contribui para o desenvolvimento regional e redução de desigualdades.

Por isso, a China reconhece que políticas climáticas eficazes podem ser um motor de crescimento econômico e de justiça ambiental ao mesmo tempo.

Em resumo, a China anuncia nova meta climática que combina redução de emissões, expansão de energias renováveis e adaptação social e ambiental.

Apesar de a meta inicial de redução de GEE até 2035 ser considerada insuficiente para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, o histórico do país indica que compromissos modestos frequentemente resultam em ações concretas e significativas.

O crescimento da capacidade de energia solar e eólica para 3,6 TW, a expansão de veículos de nova energia e o fortalecimento de políticas florestais e de mercado de carbono representam uma abordagem ampla e estratégica.

Dessa forma, essa postura consolida a China como líder global na transição energética e na construção de um futuro sustentável.

Ela mostra que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar lado a lado.

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China quer dobrar capacidade de energia limpa após produção alta | Jornal da Record

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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