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China acelera construção de instalações de energias renováveis, aponta estudo

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 09/07/2025 às 09:41
Três profissionais analisando painéis solares em uma usina com turbinas eólicas ao fundo
Três especialistas com equipamentos de segurança inspecionam uma instalação de energia solar e eólica em um dia claro
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A China lidera a construção de instalações de energias renováveis, acelerando a expansão de projetos solares e eólicos que transformam o cenário energético global e fortalecem o compromisso ambiental do país.

Nas últimas décadas, o mundo tem assistido a uma transformação significativa na forma como produzimos e consumimos energia.

Devido à crescente preocupação com as mudanças climáticas e ao impacto ambiental dos combustíveis fósseis, os países passaram a investir mais em fontes limpas.

Portanto, nesse cenário, a construção de instalações de energias renováveis tornou-se uma prioridade global, e a China se destaca como protagonista desse movimento.

Historicamente, a matriz energética mundial dominava-se por fontes não renováveis, principalmente o carvão, o petróleo e o gás natural.

Embora essas fontes fossem eficientes para gerar energia em larga escala, elas deixavam uma grande pegada ambiental, emitindo gases que aceleram o efeito estufa.

Assim, durante boa parte do século XX, as economias cresceram com base nesse modelo energético, que, apesar de atender à demanda crescente, trouxe consequências ambientais graves.

No entanto, foi somente nas últimas duas décadas que o interesse por energias renováveis ganhou força.

Impulsionado por avanços tecnológicos e pela urgência de reduzir as emissões de carbono.

Entre as fontes renováveis mais utilizadas, destacam-se a energia solar, a eólica, a hidroelétrica e a biomassa. Dessas, a solar e a eólica registram os maiores crescimentos globais, graças à redução dos custos dos equipamentos e à eficiência aprimorada dos sistemas.

A ascensão da China na construção de instalações renováveis

Dentro desse contexto global, a China emergiu como um gigante na construção de instalações de energias renováveis.

Apesar de ser o maior emissor mundial de gases poluentes, o país asiático também lidera o investimento e a construção de projetos de energia limpa.

De acordo com estudos recentes, a China responde por cerca de 75% das instalações solares e eólicas em construção no mundo.

Demonstrando compromisso significativo com a expansão dessa matriz energética.

Esse avanço acelerado na construção dessas instalações reflete uma mudança estratégica da China.

Que busca não apenas combater a poluição interna e cumprir metas climáticas, mas também liderar a economia global do futuro.

Atualmente, o país possui mais de 500 gigawatts em projetos solares e eólicos em andamento, número que representa um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior.

Para se ter ideia da escala, essa capacidade equivale quase à soma de todos os parques solares e eólicos instalados em muitos países juntos.

Além disso, Pequim anunciou planos ambiciosos para alcançar 1,3 terawatts em capacidade instalada até o meio da década, quase o dobro da capacidade atual.

Esses números mostram que a China investe pesado para garantir sua liderança mundial na produção de energia renovável.

A importância desses investimentos não está apenas no volume de energia produzida, mas também na transformação da economia chinesa.

De fato, o setor de energias renováveis tem gerado milhares de empregos diretos e indiretos, desde a fabricação dos equipamentos até a construção e manutenção dos parques solares e eólicos.

Como resultado, isso contribui para o desenvolvimento regional, especialmente em áreas menos industrializadas, que passam a receber investimentos e infraestrutura.

Metas climáticas e o papel do carvão

O crescimento dessas instalações renováveis é fundamental para que a China alcance sua meta de reduzir a intensidade de carbono.

Que indica a quantidade de emissões por unidade de produto interno bruto.

Assim, o país se comprometeu a diminuir essa intensidade em 65% até 2030, em relação aos níveis de 2005.

Essa meta é ambiciosa, considerando a dependência histórica do país em fontes de energia baseadas em carvão.

Entretanto, enquanto acelera a construção de fontes limpas, a China mantém investimentos relevantes em infraestrutura de energia a carvão.

Essa contradição pode parecer um paradoxo, mas especialistas apontam que o carvão ainda sustenta as fontes renováveis, que por sua natureza são intermitentes.

Ou seja, dependem das condições climáticas e da luz solar ou vento disponíveis.

Essa realidade mostra a complexidade da transição energética em um país tão grande e diverso como a China.

Por um lado, reconhece-se a importância das energias renováveis para o futuro sustentável.

Por outro, há a necessidade de garantir segurança energética e estabilidade no fornecimento de eletricidade, especialmente em regiões mais remotas ou com infraestrutura limitada.

Além disso, outro desafio relacionado envolve o gerenciamento eficiente da rede elétrica para integrar a energia renovável.

Como a geração solar e eólica pode variar durante o dia e conforme o clima, o país investe em sistemas inteligentes de distribuição, armazenamento e uso da energia.

Portanto, a China tem apostado em tecnologias como baterias de grande capacidade e redes elétricas avançadas para superar essas dificuldades.

O legado do carvão e a diversificação da matriz energética

Historicamente, a China começou a expandir sua capacidade energética baseada em carvão já no início dos anos 2000, quando o crescimento econômico acelerou e a demanda por eletricidade disparou.

Em 2004, por exemplo, o país construiu projetos de carvão que somavam quase 95 gigawatts, representando 93% de toda a construção global dessa fonte naquele ano.

Esse crescimento expressivo fez da China o maior consumidor e produtor de carvão do planeta, fator que por muitos anos elevou as emissões globais.

No entanto, com o passar dos anos e o avanço das tecnologias renováveis, o país diversificou sua matriz energética.

Dessa forma, o desenvolvimento de instalações solares e eólicas tornou-se uma prioridade estratégica, tanto para reduzir os impactos ambientais quanto para modernizar sua economia e gerar empregos em setores tecnológicos.

Outro ponto importante é o papel da China no mercado global de equipamentos para energias renováveis.

De fato, o país não só constrói as instalações, mas também domina a produção de painéis solares, turbinas eólicas e baterias, tornando-se um polo mundial de inovação e manufatura na área.

Por isso, isso traz vantagens competitivas e fortalece sua posição na cadeia global de valor da energia limpa.

Vale destacar que o investimento em pesquisa e desenvolvimento tem sido um dos pilares do crescimento acelerado da energia renovável chinesa.

Por exemplo, institutos de pesquisa, universidades e empresas colaboram para aprimorar a eficiência dos painéis solares, turbinas eólicas e sistemas de armazenamento, reduzindo custos e aumentando a confiabilidade dos sistemas.

Impactos globais e cooperação internacional

Além disso, a construção de instalações de energias renováveis na China contribui significativamente para o combate às mudanças climáticas, pois ajuda a reduzir as emissões globais.

Estudos recentes mostraram que, mesmo com a crescente demanda por energia, as emissões chinesas diminuíram no primeiro trimestre de 2025, graças ao aumento do uso de fontes renováveis e energia nuclear.

Por isso, esse dado reforça a importância das políticas adotadas e dos investimentos realizados.

De forma mais ampla, o avanço da China na construção de instalações renováveis influencia também a dinâmica global de cooperação ambiental.

Enquanto alguns países, como os Estados Unidos durante o governo anterior, reduziram sua participação em acordos internacionais e cooperação climática, a China busca se posicionar como líder na luta contra as mudanças climáticas, sinalizando seu compromisso com o futuro do planeta.

Ademais, a expansão da infraestrutura renovável na China não se limita apenas a um esforço interno.

O país também investe em projetos de energia limpa em outros países, especialmente na Ásia, África e América Latina, através de iniciativas e parcerias internacionais.

Dessa forma, isso amplia o impacto da construção dessas instalações, ajudando a impulsionar a transição energética em escala global.

Esses projetos internacionais também promovem a transferência de tecnologia e o desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento, gerando empregos locais e reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Além disso, fortalecem os laços diplomáticos da China com outras nações, aumentando sua influência global.

Perspectivas futuras para a construção de instalações renováveis

Para o futuro, espera-se que a construção de instalações de energias renováveis continue acelerada na China, acompanhando a evolução das tecnologias e as necessidades do mercado.

Essa tendência é positiva para o equilíbrio ambiental mundial, pois ajuda a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e mitigar os efeitos negativos das mudanças climáticas.

Novas tecnologias, como o hidrogênio verde e sistemas avançados de armazenamento, poderão integrar a matriz energética chinesa, ampliando ainda mais as possibilidades para uma energia limpa e confiável.

Assim, a incorporação dessas tecnologias pode acelerar o processo de descarbonização e aumentar a resiliência do sistema elétrico.

Em resumo, a trajetória da China mostra que a construção de instalações de energias renováveis constitui um componente fundamental da estratégia do país para um desenvolvimento sustentável.

O investimento maciço em energia solar e eólica, aliado a políticas ambiciosas de redução de emissões, evidencia um compromisso importante com o futuro energético do planeta.

Por fim, esse cenário reforça a importância de continuar acompanhando e incentivando o desenvolvimento dessas fontes de energia limpa, não só na China, mas em todo o mundo.

Afinal, a transição para um modelo energético renovável é essencial para garantir um planeta mais saudável para as próximas gerações.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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