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Chile dá exemplo ao mundo e abandona o carvão mais rápido que China e Índia com imposto pioneiro

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 28/12/2024 às 13:01
Chile dá exemplo ao mundo e abandona o carvão mais rápido que China e Índia com imposto pioneiro
O Chile está deixando de usar carvão mais rápido que qualquer outro país em desenvolvimento. Com energia solar e eólica, o carvão caiu de 50% para apenas 15,8% da eletricidade em uma década.

Com apenas 15,8% da energia vinda do carvão em 2024, o Chile lidera a transição energética em países em desenvolvimento, apostando em energia solar e eólica para eliminar o carvão até 2030.

Há uma década, o Chile era fortemente dependente do carvão, com metade da sua eletricidade gerada a partir desse combustível fóssil. Mas em 2024, essa dependência despencou para menos de 16%, consolidando o país como um dos mais ágeis na transição energética entre as nações em desenvolvimento. O que explica esse salto? Um imposto pioneiro sobre carbono, forte pressão ambientalista e investimentos estratégicos em energia renovável.

A dependência histórica do carvão no Chile

Olhando para trás, a cena era outra. Em 2014, as usinas a carvão dominavam a matriz energética chilena. O carvão era barato e confiável, mas seu impacto ambiental já preocupava ambientalistas e comunidades locais. A Patagônia, em especial, tornou-se símbolo da luta contra a expansão de minas de carvão e usinas hidroelétricas.

Avançando para 2024, a geração de eletricidade a partir do carvão caiu para apenas 15,8%. Essa redução não foi acidental, mas resultado de um planejamento meticuloso e ações contundentes, como o primeiro imposto sobre carbono na América do Sul.

Estratégias pioneiras para a redução do uso de carvão

O carvão foi, por muito tempo, uma das principais fontes de energia no mundo, usado desde a Revolução Industrial para gerar eletricidade. Apesar de eficiente, seu uso causa grandes impactos ambientais, como poluição e mudanças climáticas, o que tem levado países a buscarem alternativas mais limpas.
O carvão foi, por muito tempo, uma das principais fontes de energia no mundo, usado desde a Revolução Industrial para gerar eletricidade. Apesar de eficiente, seu uso causa grandes impactos ambientais, como poluição e mudanças climáticas, o que tem levado países a buscarem alternativas mais limpas.

O imposto sobre carbono foi um divisor de águas. Instituído para precificar a poluição, ele tornou inviável economicamente manter usinas a carvão. Novos padrões de emissões também encareceram em 30% a construção dessas instalações, empurrando o setor energético para alternativas mais limpas.

Paralelamente, o governo e empresas privadas investiram pesadamente em energia eólica e solar. Hoje, o Chile conta com a matriz energética mais diversificada da América Latina, com 66,8% da eletricidade vinda de fontes renováveis.

O papel das energias renováveis na nova matriz energética

Entre as renováveis, a energia solar se destaca: 20,9% do mix energético é fotovoltaico, colocando o Chile na liderança global em integração solar. O país também é referência em energia eólica, que compõe 12,8% da matriz.

A longo prazo, operar parques solares e eólicos provou ser mais econômico do que manter usinas a carvão. Apesar dos subsídios temporários para estabilizar os preços de eletricidade em 2022, a transição já começa a mostrar benefícios financeiros e ambientais.

Desafios e custos da transição energética

Claro, essa transformação não veio sem desafios. Em 2022, o Chile destinou cerca de 1% do PIB a subsídios para combustíveis fósseis, amortecendo o impacto da transição na conta de energia. Mas, segundo especialistas, essa estratégia foi essencial para equilibrar o mercado e manter a confiança da população.

Para o ex-ministro do Meio Ambiente do Chile, Marcelo Mena-Carrasco, o modelo chileno é único porque alia princípios de mercado a um compromisso ambiental claro. Segundo ele, a experiência chilena pode ser replicada globalmente, especialmente em países com economias emergentes.

O futuro energético do Chile

O horizonte é promissor. O Chile planeja fechar todas as suas usinas a carvão até 2030, incluindo as mais recentes. Estima-se que, até lá, entre 80% e 90% da eletricidade seja gerada por fontes renováveis.

Esse compromisso faz do Chile uma referência não apenas na América do Sul, mas em todo o mundo, mostrando que é possível unir crescimento econômico, inovação e sustentabilidade. Assim, o Chile não só abandona o carvão, mas também abre caminhos para que outras nações sigam o mesmo rumo.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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