Após meses de negociações, multinacional americana volta a extrair petróleo no país, sem repassar lucros ao governo de Maduro
A Chevron retoma operações de petróleo na Venezuela com aval de Trump, segundo anunciou o presidente Nicolás Maduro nesta quinta-feira (25). A autorização foi confirmada pela vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez, após sinal verde dado diretamente pela Casa Branca ao grupo energético.
A empresa norte-americana havia interrompido suas atividades no país caribenho em maio, devido à expiração de uma licença especial que permitia operar mesmo sob sanções impostas desde 2019. Agora, com a nova autorização, a produção será retomada com uma cláusula rígida: nenhum royalty ou imposto poderá ser repassado ao regime de Maduro.
Licença restrita e vigilância financeira

A decisão de liberar a Chevron ocorre após meses de negociações entre Washington e interlocutores do setor de energia da Venezuela, conforme noticiaram Reuters e Telesur. A medida prevê que os lucros das operações fiquem retidos em contas no exterior, o que mantém a política de sanções vigente, mas permite o avanço técnico das atividades extrativas.
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Segundo o presidente Donald Trump, o objetivo é estratégico: reduzir a influência crescente da China na América Latina, especialmente em áreas como petróleo, gás e infraestrutura. A Chevron é hoje a última grande petroleira americana com presença ativa na Venezuela.
A importância geopolítica da Chevron na Venezuela
A Chevron retoma operações de petróleo na Venezuela com aval de Trump justamente em um momento em que os Estados Unidos enfrentam pressões internacionais por segurança energética. A Venezuela possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, mas sua produção caiu drasticamente nos últimos anos, chegando a menos de 800 mil barris diários, segundo a Opep.
Com a volta da Chevron, espera-se um aumento gradual na produção, com potencial para influenciar o mercado global. No entanto, analistas ressaltam que a autorização é limitada e sujeita a revisão, o que mantém o ambiente de incerteza para investidores internacionais.
Estratégia americana: acesso sem financiamento ao regime

O Departamento de Estado ainda não emitiu comunicado oficial detalhando os termos da nova licença. Mas fontes próximas ao governo indicam que a Chevron poderá operar em parceria com a estatal PDVSA, desde que os recursos sejam controlados fora do território venezuelano.
Essa manobra permite aos EUA manter pressão política sobre o governo Maduro, sem abrir mão do acesso aos recursos energéticos estratégicos da região. A Chevron, por sua vez, consegue preservar seus ativos e manter a infraestrutura mínima de operação no país.
Na sua opinião, os EUA deveriam negociar com regimes autoritários por razões estratégicas? Ou isso enfraquece sua política externa? Comente abaixo.



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