A Chevron anuncia a compra de participações nos blocos 9 e 10 no Suriname sob regime de partilha, reforçando sua estratégia global de exploração e investimento em blocos offshore promissores.
No dia 5 de novembro de 2025, a Chevron assinou contratos de partilha de produção para adquirir participações nos blocos 9 e 10 no Suriname, marcando uma nova etapa em sua estratégia de exploração em águas rasas da região. A compra envolve as licenças concedidas na rodada “Post SHO2” e amplia a atuação da Chevron em blocos de exploração sob regime de partilha.
A operação acontece em blocos offshore localizados no Suriname, em zonas reconhecidas por alto potencial de hidrocarbonetos.
A empresa justifica essa movimentação como parte de seu objetivo de “expandir nossa área de exploração em bacias promissoras ao redor do mundo”.
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Compra dos blocos: participação e detalhes
A Chevron, por meio da subsidiária Chevron Suriname Exploration, detém agora 30% de participação no bloco 10, onde assume o papel de operadora.
No mesmo bloco, participam também Petronas Suriname (30%), Qatar Energy (30%) e Paradise Oil Company – afiliada à estatal Staatsolie – com 10%.
No bloco 9, a Chevron ocupa 20% de participação, enquanto a Petronas é operadora com 30%; a POC possui 30% e a Qatar Energy 20%.
A área combinada dos dois blocos soma aproximadamente 5.456 quilômetros² e está estrategicamente posicionada entre descobertas em águas profundas e campos produtores em terra.
Por que essa compra é estratégica?
Primeiramente, a compra dessa participação mostra que a Chevron está reforçando sua presença na Bacia da Guiana‑Suriname, uma região cada vez mais visada pelas grandes petroleiras.
Em nota, a empresa destacou que “essa nova posição reforça nosso foco na bacia Guiana-Suriname e nosso objetivo mais amplo de expandir nossa área de exploração em bacias promissoras ao redor do mundo.”
Além disso, a natureza do negócio — aquisição de blocos sob regime de partilha — é relevante porque esse tipo de contrato permite que a empresa parceire com o Estado local, compartilhando produção e riscos.
Em contextos de exploração offshore, isso pode favorecer acordos mais balanceados entre empresa, governo e comunidade.
Por outro lado, para o Suriname, essa operação coloca-o no radar internacional de grandes players e pode acelerar a exploração de hidrocarbonetos, com impacto econômico e geopolítico para a região.
Impactos para o Suriname e a região
Para o Suriname, a entrada ampliada da Chevron significa investimentos e esperadas atividades exploratórias em blocos antes menos desenvolvidos.
A presença da empresa como operadora no bloco 10 e participante em mais um bloco indica que podem vir à tona iniciativas de perfuração e estudo técnico na área em breve.
Para a região da bacia Guiana-Suriname, essas movimentações tendem a atrair mais atenção, mais capital e mais concorrentes no setor de óleo e gás — o que pode acelerar a descoberta e o desenvolvimento de novos recursos.
Ainda, países vizinhos e até o Brasil observam esse movimento com interesse, já que as descobertas no Suriname, assim como na vizinha Guiana, têm impulsionado a busca por petróleo na Margem Equatorial brasileira e levantado hipóteses de extensão de reservatórios.
Desafios e pontos de atenção
Mesmo com todas as oportunidades, há riscos relevantes. A exploração offshore, especialmente em águas rasas e profundas, exige altos investimentos e envolve incertezas geológicas e regulatórias.
A Chevron precisará conduzir estudos, perfurações exploratórias e cumprir obrigações contratuais que acompanham o regime de partilha.
Além disso, o Suriname – como país menor e em estágio de maior dependência de investimentos externos – pode enfrentar desafios de infraestrutura, regulação e de impacto ambiental à medida que promove a exploração.
Portanto, a compra dos blocos 9 e 10 não garante sucesso imediato; é apenas o primeiro passo para uma possível produção futura.
Contexto mais amplo da Chevron no Suriname
A compra desses dois blocos surge após a Chevron já possuir participações nos blocos 5, 7 e 42 no Suriname.
Os dados da própria empresa indicam que, em águas rasas e profundas do Suriname, ela está presente como investidora e operadora em diversos ativos.
Com informações do site Eixos.


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