Carne e café acumulam altas absurdas de até 72% em 12 meses e destroem qualquer alívio trazido pela queda da cesta básica em SP.
Cesta básica tem queda em agosto, mas vilões continuam pesando
A cesta básica do paulistano ficou 2,21% mais barata em agosto, segundo levantamento da Fundação Procon-SP em parceria com o Dieese. O preço médio caiu de R$ 1.325,15 em julho para R$ 1.295,86 no fim do mês passado.
Apesar do alívio momentâneo, os consumidores ainda enfrentam forte pressão no orçamento. Isso porque itens como carne e café acumulam altas expressivas em 12 meses e seguem impactando a economia.
Carne e café: aumentos de dois dígitos em um ano
Mesmo com redução no varejo em agosto, o preço da carne continua assustando no acumulado do ano. A carne de segunda sem osso subiu 24,40% de agosto de 2024 a agosto de 2025, passando de R$ 26,80 para R$ 33,34 o quilo. Já a carne de primeira avançou 20,21%, de R$ 37,85 para R$ 45,50.
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No caso do café em pó, a alta foi ainda mais explosiva: 72,58% em 12 meses. O valor médio do quilo passou de R$ 17,43 para R$ 30,08. Em agosto, houve leve queda de 1,6%, mas o patamar segue elevado. Segundo a pesquisa, mesmo com oscilações mensais, o café lidera o ranking de maiores aumentos da cesta básica.
Quedas expressivas aliviam parte da conta
Por outro lado, alguns alimentos deram fôlego ao consumidor em agosto. A batata, por exemplo, despencou 20,73%, caindo de R$ 5,21 para R$ 4,13. A cebola seguiu a mesma tendência, com redução de 16%. O alho recuou 9,49%, enquanto os ovos ficaram 6,59% mais baratos.
No setor de limpeza, a queda foi de 2,12%. Já os produtos de higiene pessoal subiram 1,47%, puxados pelo creme dental (+3,42%) e pelo absorvente (+2,25%).
Variação anual mostra pressão persistente
Na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, a cesta básica acumulou alta de 2,27%. Isso significa que, mesmo com quedas pontuais em alguns meses, a trajetória geral é de aumento. A economia das famílias, portanto, continua sendo pressionada.
De acordo com o Procon-SP, fatores como clima, sazonalidade, oferta e demanda, câmbio e até desonerações de tributos ajudam a explicar a volatilidade dos preços. As oscilações atingem especialmente produtos agrícolas e commodities, como o café, que dependem de condições externas além do mercado interno.
Economia doméstica e impacto no bolso
As variações da cesta básica afetam diretamente a mesa do trabalhador. Produtos essenciais como carne e café representam uma fatia importante da alimentação cotidiana. Quando esses itens encarecem, o impacto vai além do consumo imediato e afeta toda a dinâmica da economia doméstica.
Além disso, como destaca a pesquisa, a trajetória dos preços mostra que as famílias convivem com um cenário de incerteza. Mesmo com quedas expressivas em alguns meses, as altas acumuladas deixam claro que o alívio é passageiro.
Perspectivas para os próximos meses
O comportamento da cesta básica nos próximos meses dependerá da estabilidade climática, da produção agrícola e do cenário internacional.
Enquanto isso, o consumidor paulista continua equilibrando as contas, escolhendo substitutos e adaptando hábitos para enfrentar os vilões da vez: carne e café.