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CEO explica por que a China domina os carros elétricos e como o resto de nós deveria aprender com eles

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 03/04/2025 às 06:50
carros elétricos
Foto: Reprodução
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A China saiu na frente na corrida global pelos carros elétricos — e isso não foi por acaso. Segundo um CEO do setor automotivo, o país asiático domina o segmento graças a uma combinação de investimentos estratégicos, produção eficiente e forte apoio estatal. O executivo aponta lições que o restante do mundo precisa assimilar para não ficar para trás na transição energética.

A China saiu na frente na corrida dos carros elétricos. Enquanto outras potências ainda tentam encontrar o caminho, o país asiático acelerou sem olhar para trás. Para RJ Scaringe, CEO da Rivian, os motivos são claros. E, segundo ele, o restante do mundo tem muito o que aprender com isso.

A diferença entre China e Estados Unidos é gritante. Scaringe aponta um número simples, mas que explica muita coisa. Em 2023, os carros elétricos representaram 8% das vendas nos EUA. Na China, o número chegou a 45%. É quase seis vezes mais. E não para por aí.

A Europa, mesmo sendo vista como moderna, também fica para trás. O mercado elétrico chinês é três vezes maior que o europeu. Isso mostra como a China se tornou, de fato, líder global no setor. E mostra também por que empresas de fora, como a própria Rivian, ainda engatinham.

O segredo está no ritmo

Para o CEO da Rivian, a razão principal está na velocidade. A China não para. Inova, testa, desenvolve, produz e lança. Tudo em tempo recorde.

Os fabricantes chineses colocam novos modelos no mercado em alta frequência. Isso gera um efeito em cadeia: os preços caem, os consumidores ganham mais opções e o mercado cresce ainda mais.

Nos Estados Unidos, a oferta ainda é restrita. Scaringe reconhece que, fora a Tesla, há poucas opções viáveis e acessíveis.

Já na China, há dezenas de modelos elétricos com preços competitivos. Isso faz com que o consumidor tenha mais poder de escolha. E isso pressiona as marcas a oferecerem mais por menos.

Rivian quer crescer

Mesmo com um mercado pequeno nos EUA, a Rivian tem planos ousados. A empresa ficou famosa depois de fechar um contrato com a Amazon para fornecer vans de entrega 100% elétricas.

Com isso, ganhou notoriedade e conseguiu lançar seus primeiros carros: o Rivian R1T e o R1S.

Esses modelos foram bem recebidos. São vistos como alternativas interessantes à Tesla, embora a diferença de mercado ainda seja enorme.

Agora, a Rivian quer dar um novo salto. Está trabalhando no desenvolvimento dos modelos R2 e R3. Eles terão papel-chave na expansão da empresa, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Pela primeira vez, a Rivian planeja exportar para o Velho Continente. A ideia é competir não só com Tesla, mas também com marcas chinesas que começam a se posicionar fora da Ásia. Scaringe sabe que o sucesso do R2 será decisivo para isso. Mas, segundo ele, só isso não basta.

O fator China

Um ponto importante destacado pelo CEO da Rivian é o apoio do governo chinês. Esse talvez seja o diferencial mais difícil de copiar. Scaringe afirma que as empresas automotivas da China contam com apoio financeiro pesado do governo. Isso permite que elas se concentrem no que importa: desenvolver, inovar e produzir.

Enquanto nos Estados Unidos as empresas precisam equilibrar as contas e lidar com riscos de mercado, na China a situação é outra. Com financiamento garantido, as montadoras têm liberdade para crescer sem medo. Isso desequilibra a balança.

Para tentar conter esse avanço, novos impostos de importação começaram a surgir. Mas, segundo Scaringe, apenas tarifas não serão suficientes. O mercado precisa de mais opções. Precisa de novas marcas, novos modelos e preços mais baixos.

Precisamos que o R2 tenha sucesso. E precisamos de mais 10, 15, 20 opções para realmente crescer o mercado de elétricos nos EUA”, diz o CEO.

O cenário atual mostra que a China está vários passos à frente. E, se os concorrentes não se moverem rápido, essa distância só tende a aumentar. Para a Rivian e outras marcas, a corrida não é apenas por inovação. É uma corrida contra o tempo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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