Fintech sueca dobra prejuízo em um ano, recua em aposta total na inteligência artificial e enfrenta alta na inadimplência de clientes
A Klarna, fintech sueca do tipo “compre agora, pague depois”, enfrenta um momento delicado. A empresa registrou prejuízo líquido de US$ 99 milhões no primeiro trimestre deste ano.
O valor mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2024, segundo a CNBC.
O cenário marca um forte contraste com o otimismo demonstrado anteriormente por seu CEO, Sebastian Siemiatkowski.
-
Você costuma usar essas frases no dia a dia? Psicologia aponta sinais de pouca empatia e rigidez emocional
-
Passageiros processam companhias aéreas e relatam cobrança extra de até US$ 100 por vista inexistente em voos internacionais
-
Estes são os 5 planos de saúde que mais acumularam reclamações no Brasil, segundo ANS e Procon, com multas que já somam mais de R$ 200 milhões
-
Nem crocodilo, nem cobra: o animal mais letal da Austrália não é venenoso e não possui dentes afiados; apesar de ser conhecido por seus animais exóticos, o mais “perigoso” do país é o cavalo
Há poucos meses, ele chegou a afirmar que os sistemas automatizados de IA da empresa haviam substituído o trabalho de 700 agentes humanos.
Estratégia questionada
Durante entrevista recente à Bloomberg, Siemiatkowski reconheceu que a aposta integral na inteligência artificial não funcionou como esperado. “Sempre haverá um ser humano, se você quiser“, disse, referindo-se ao atendimento ao cliente.
Apesar do tom mais cauteloso, o executivo não abandonou totalmente a tecnologia.
Recentemente, ele voltou a defender o uso da IA, destacando que ela permitiu à empresa cortar 40% da equipe. Ainda assim, admitiu que é necessário manter alguma presença humana no processo.
Avatar no comando
Na última apresentação de resultados, a Klarna surpreendeu ao colocar um avatar gerado por IA no lugar do próprio Siemiatkowski para conduzir a teleconferência.
O gesto reforça que a fintech ainda aposta na automação, mesmo em meio a críticas crescentes.
Casos como o da Duolingo, que enfrenta forte reação de usuários após anunciar que a IA substituirá prestadores de serviço, mostram que o apoio popular à tecnologia também está diminuindo.
Clientes inadimplentes
O mau desempenho da Klarna não se resume à estratégia digital.
A empresa também sofre com o aumento da inadimplência de seus clientes nos Estados Unidos. Os calotes em empréstimos do tipo “compre agora, pague depois” cresceram 17% em um ano, totalizando US$ 136 milhões em perdas de crédito.
O aumento da inadimplência é atribuído ao cenário econômico instável e à perda de confiança do consumidor, fatores que afetam diretamente o modelo de negócios da empresa.
Em nota, a Klarna afirmou que está “monitorando de perto as mudanças no ambiente macroeconômico” e que “continua bem posicionada para se adaptar rapidamente, se necessário”.