CEO da Sea, controladora da Shopee, anuncia que a empresa pode falir caso medidas econômicas extremamente severas não sejam cumpridas. Profissionais de liderança ficarão sem salários nos próximos meses.
Após promover ações consideradas drásticas para conter gastos, o fundador do grupo que administra a Shopee, Forrest Li, decide enviar um e-mail aos colaboradores de todo o mundo para explicar o momento que a empresa está passando e afirma que a Shopee pode falir. O CEO do Sea Group parece focado em reduzir os custos da operação da empresa de e-commerce, preocupado com as incertezas econômicas.
Decisões tomadas pelo chefão da Shopee
Para o executivo, todos devem encontrar maneiras de reduzir custos operacionais e afirma que quanto mais dinheiro for economizado, mais longe ficará o fim das operações da Shopee. Além disso, enumerou algumas das medidas que deve adotar para a redução de gastos.
Os principais pontos estão ligados aos custos com seus empregados. Tendo início já no próximo mês, todos os reembolsos para viagens a trabalho dos colaboradores serão limitados a voos de classe econômica e US$ 150 por dia em hotéis.
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Em relação às viagens internacionais, despesas com refeições só poderão ser gastos até US$ 30 e, em relação ao transporte, o CEO aconselha utilizar o mais barato disponível por serviços locais. Nenhum líder da Shopee receberá remunerações nos próximos meses até que a empresa alcance um fluxo de caixa positivo.
Chegada da Shopee e sucesso da marca no Brasil
A empresa, que chegou ao país com um marketing agressivo, preços muito baixos e taxas zeradas, parece ter levado o primeiro golpe no Brasil. De acordo com Daniela Eiger, Head de varejo da XP Investimentos, as ações recentes da empresa sinalizam um foco maior da empresa na racionalização de investimento.
Em sua opinião, a Shopee pode falir e está fechando novas operações, com menores resultados. A empresa prefere dar atenção aos mercados que possuem um maior potencial de valor, como o Brasil. Entretanto, a razão de saída e redução de operações estão mais ligadas ao modelo de marketplace, como o da Shopee no Brasil. É uma operação de rentabilidade muito baixa.
Apesar do anúncio do “Fim da Shopee”, o executivo da Sea afirma que os usuários podem ficar tranquilos, que a empresa possui uma base sólida de dinheiro, algo que a coloca em uma melhor posição de segurança. Mesmo assim, alerta que a Shopee pode falir facilmente caso não haja cuidado com as operações.
Competição no mercado brasileiro aumenta cada vez mais
A Shopee encontrou um varejo no Brasil dominado e com um consumidor exigente de frete grátis e entrega rápida. É um cabo de guerra e a possível salvação para uma empresa neste modelo é a estratégia fulfillment, a operação logística pelo próprio marketplace.
O CEO da empresa explica que a Shopee precisa se livrar do capital externo, tornando-se autossuficiente, gerando caixa para suas demandas e projetos. Desta forma, a competitividade do serviço de varejo no país se expande cada vez mais.
O aumento de taxas nas comissões também pode levar a um afastamento de sellers na plataforma. Segundo Daniela, a empresa está focada no Brasil, pelo menos por enquanto, então deve seguir como um player importante do lado de competição no setor.