Durante uma visita a Pequim, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, surpreendeu ao revelar que, se tivesse 20 anos hoje, não escolheria ciência da computação como curso universitário. A declaração chamou atenção ao destacar uma área pouco visada como essencial para o futuro da inteligência artificial.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, surpreendeu ao afirmar que, se tivesse 20 anos hoje, escolheria seguir outro caminho acadêmico. Durante uma visita a Pequim, o executivo compartilhou suas reflexões sobre o futuro da tecnologia e as mudanças no campo da inteligência artificial.
Foco nas ciências físicas
Ao ser questionado por um jornalista sobre qual área escolheria se estivesse começando a carreira em 2025, Huang foi direto: “Para o jovem Jensen de 20 anos, que já se formou, ele provavelmente teria escolhido… mais ciências físicas do que ciências de software”.
A resposta causou curiosidade. Afinal, Huang se formou em engenharia elétrica pela Oregon State University, em 1984, e concluiu o mestrado em Stanford, em 1992. Um ano depois, fundou a Nvidia junto com Chris Malachowsky e Curtis Priem. Hoje, a empresa é a mais valiosa do mundo, com valor de mercado de US$ 4 trilhões.
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Mesmo com esse histórico, ele acredita que o estudo de disciplinas como física, química, astronomia e ciências da terra é o caminho mais promissor para os jovens que querem atuar na área de tecnologia e inovação.
As ondas da inteligência artificial
O motivo para essa mudança de foco está ligado à própria evolução da inteligência artificial. Huang explicou que, nos últimos 15 anos, a IA passou por três grandes fases.
A primeira foi a chamada “IA de Percepção”, iniciada com o lançamento do modelo AlexNet em 2012. Esse sistema mostrou que computadores podiam reconhecer imagens com alto grau de precisão, marcando o início do boom da inteligência artificial moderna.
Depois, veio a fase da “IA Generativa”, onde os modelos começaram a entender o significado da informação e a traduzir isso em diferentes formatos: textos, imagens, códigos, entre outros. Essa fase é a base dos sistemas atuais de geração de conteúdo, como tradutores automáticos e assistentes virtuais.
Agora, entramos na terceira fase: a “IA Raciocinante”. Segundo Huang, os sistemas atuais já conseguem resolver problemas complexos, reconhecer padrões e agir diante de situações novas. Essa inteligência é usada em agentes de IA, também chamados de robôs digitais ou “força de trabalho digital”.
Empresas como Microsoft e Salesforce estão investindo fortemente nessa nova geração de sistemas inteligentes. Eles já desempenham funções antes reservadas a humanos e prometem revolucionar a forma como lidamos com tarefas do dia a dia e processos produtivos.
A era da IA física
Para Huang, no entanto, o futuro vai além. Ele acredita que estamos prestes a entrar na fase da “IA Física”, que exigirá dos sistemas a compreensão de conceitos do mundo real, como atrito, inércia, causa e efeito.
Ele deu exemplos práticos: entender onde uma bola vai parar após ser lançada, calcular a força ideal para segurar um objeto delicado ou até mesmo prever a presença de um pedestre atrás de um carro. Isso exige habilidades ligadas à física e ao raciocínio espacial.
“Quando você pega essa IA física e a coloca em um objeto físico chamado robô, você tem a robótica”, afirmou. Essa combinação será fundamental para o futuro da indústria.
Fábricas mais inteligentes
Segundo o CEO da Nvidia, nos próximos 10 anos, fábricas e plantas industriais altamente robóticas serão essenciais para enfrentar o problema da escassez de mão de obra no mundo. “Estamos construindo fábricas em todos os Estados Unidos. E elas precisam ser inteligentes”, disse.
Huang acredita que o domínio das ciências físicas será crucial para projetar essas fábricas do futuro. Por isso, ele recomenda que jovens ambiciosos direcionem seus estudos para esse campo, mesmo que o caminho tradicional da engenharia de software ainda seja valorizado.
Com base em sua trajetória e visão de futuro, Jensen Huang deixa claro: a inteligência artificial está evoluindo, e quem quiser fazer parte dessa transformação deve dominar as leis da natureza. As ciências físicas voltam ao centro do palco na construção do amanhã.