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CEO da Nvidia revela qual área escolheria se estivesse entrando na faculdade hoje

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/07/2025 às 11:49
Nvidia
Foto: Reprodução
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Durante uma visita a Pequim, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, surpreendeu ao revelar que, se tivesse 20 anos hoje, não escolheria ciência da computação como curso universitário. A declaração chamou atenção ao destacar uma área pouco visada como essencial para o futuro da inteligência artificial.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, surpreendeu ao afirmar que, se tivesse 20 anos hoje, escolheria seguir outro caminho acadêmico. Durante uma visita a Pequim, o executivo compartilhou suas reflexões sobre o futuro da tecnologia e as mudanças no campo da inteligência artificial.

Foco nas ciências físicas

Ao ser questionado por um jornalista sobre qual área escolheria se estivesse começando a carreira em 2025, Huang foi direto: “Para o jovem Jensen de 20 anos, que já se formou, ele provavelmente teria escolhido… mais ciências físicas do que ciências de software”.

A resposta causou curiosidade. Afinal, Huang se formou em engenharia elétrica pela Oregon State University, em 1984, e concluiu o mestrado em Stanford, em 1992. Um ano depois, fundou a Nvidia junto com Chris Malachowsky e Curtis Priem. Hoje, a empresa é a mais valiosa do mundo, com valor de mercado de US$ 4 trilhões.

Mesmo com esse histórico, ele acredita que o estudo de disciplinas como física, química, astronomia e ciências da terra é o caminho mais promissor para os jovens que querem atuar na área de tecnologia e inovação.

As ondas da inteligência artificial

O motivo para essa mudança de foco está ligado à própria evolução da inteligência artificial. Huang explicou que, nos últimos 15 anos, a IA passou por três grandes fases.

A primeira foi a chamada “IA de Percepção”, iniciada com o lançamento do modelo AlexNet em 2012. Esse sistema mostrou que computadores podiam reconhecer imagens com alto grau de precisão, marcando o início do boom da inteligência artificial moderna.

Depois, veio a fase da “IA Generativa”, onde os modelos começaram a entender o significado da informação e a traduzir isso em diferentes formatos: textos, imagens, códigos, entre outros. Essa fase é a base dos sistemas atuais de geração de conteúdo, como tradutores automáticos e assistentes virtuais.

Agora, entramos na terceira fase: a “IA Raciocinante”. Segundo Huang, os sistemas atuais já conseguem resolver problemas complexos, reconhecer padrões e agir diante de situações novas. Essa inteligência é usada em agentes de IA, também chamados de robôs digitais ou “força de trabalho digital”.

Empresas como Microsoft e Salesforce estão investindo fortemente nessa nova geração de sistemas inteligentes. Eles já desempenham funções antes reservadas a humanos e prometem revolucionar a forma como lidamos com tarefas do dia a dia e processos produtivos.

A era da IA física

Para Huang, no entanto, o futuro vai além. Ele acredita que estamos prestes a entrar na fase da “IA Física”, que exigirá dos sistemas a compreensão de conceitos do mundo real, como atrito, inércia, causa e efeito.

Ele deu exemplos práticos: entender onde uma bola vai parar após ser lançada, calcular a força ideal para segurar um objeto delicado ou até mesmo prever a presença de um pedestre atrás de um carro. Isso exige habilidades ligadas à física e ao raciocínio espacial.

“Quando você pega essa IA física e a coloca em um objeto físico chamado robô, você tem a robótica”, afirmou. Essa combinação será fundamental para o futuro da indústria.

Fábricas mais inteligentes

Segundo o CEO da Nvidia, nos próximos 10 anos, fábricas e plantas industriais altamente robóticas serão essenciais para enfrentar o problema da escassez de mão de obra no mundo. “Estamos construindo fábricas em todos os Estados Unidos. E elas precisam ser inteligentes”, disse.

Huang acredita que o domínio das ciências físicas será crucial para projetar essas fábricas do futuro. Por isso, ele recomenda que jovens ambiciosos direcionem seus estudos para esse campo, mesmo que o caminho tradicional da engenharia de software ainda seja valorizado.

Com base em sua trajetória e visão de futuro, Jensen Huang deixa claro: a inteligência artificial está evoluindo, e quem quiser fazer parte dessa transformação deve dominar as leis da natureza. As ciências físicas voltam ao centro do palco na construção do amanhã.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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