O CEO da Ford, Jim Farley, revela preferência por carro chinês no dia a dia e expõe a rápida evolução tecnológica da China no setor automotivo. Essa escolha levanta a questão: estarão as montadoras ocidentais prontas para enfrentar o desafio das fabricantes asiáticas?
A recente admissão de que o CEO da Ford, Jim Farley, dirige um carro chinês no dia a dia causou impacto na indústria automobilística.
Liderando uma das maiores montadoras dos Estados Unidos, Farley optou por um modelo elétrico da Xiaomi, o SU7, um veículo ainda pouco conhecido fora da China.
Essa escolha chamou a atenção para a rapidez com que os fabricantes chineses avançam em tecnologia e design, surpreendendo até os executivos das gigantes ocidentais.
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Afinal, o que faz o Xiaomi SU7 ser a escolha de Farley, enquanto a Ford busca expandir sua própria linha de elétricos?
O Xiaomi SU7: potência, velocidade e inovação
O SU7 da Xiaomi vai além do design moderno.
Disponível em três versões no mercado chinês, o modelo elétrico impressiona pelas especificações avançadas.
Equipado com baterias Blade da BYD, dois de seus modelos vêm com motores duplos, fornecendo até 663 cavalos de potência e 85,5 kgfm de torque.
Esses números permitem que o veículo acelere de 0 a 100 km/h em apenas 2,78 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 265 km/h, conforme destacaram analistas do setor automotivo.
A escolha de Farley por um modelo de alta performance como o SU7 levanta questões sobre a tecnologia chinesa e seu impacto na competitividade global.
Ford em testes com veículos chineses: a “ameaça existencial”
O CEO da Ford teve uma epifania durante sua última visita à China, em setembro de 2024.
Acompanhado pelo diretor financeiro John Lawler, Farley testou modelos de várias montadoras locais, incluindo um SUV da Changan.
Conforme relatado pelo The Wall Street Journal, a experiência foi reveladora.
Ao volante, ambos os executivos constataram que as fabricantes chinesas estão à frente na corrida tecnológica, levando Farley a descrever a situação como uma “ameaça existencial” para montadoras ocidentais, que sempre dominaram o setor.
O diretor financeiro da Ford, John Lawler, declarou: “Esses caras estão à nossa frente”, reforçando a urgência para a Ford se adaptar.
Ascensão da China e o futuro incerto das montadoras ocidentais
Os últimos testes de Farley na China fizeram ecoar a lembrança de quando as montadoras japonesas, como Toyota e Honda, começaram a ameaçar o mercado global nos anos 1980.
Essas empresas foram inicialmente subestimadas, mas com veículos acessíveis e eficientes, logo tomaram o mercado americano e europeu.
Para Farley, as fabricantes chinesas seguem uma trajetória semelhante, só que em uma velocidade muito maior.
Com a ascensão de marcas como Changan, Geely e BYD, que investem pesado em pesquisa e desenvolvimento, a Ford enfrenta um desafio único na adaptação ao futuro dos veículos elétricos e autônomos.
Resposta estratégica da Ford: inovação e novos modelos
Para responder à concorrência, a Ford anunciou uma reestruturação que inclui a criação de uma nova linha de elétricos acessíveis, prevista para 2027, com preços a partir de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 160 mil).
Este modelo competirá diretamente com veículos elétricos chineses de baixo custo, oferecendo uma alternativa atraente ao mercado americano e europeu.
“Estamos recrutando os melhores profissionais técnicos e criativos para desenvolver nossos próximos veículos elétricos”, afirmou Farley.
A empresa busca transformar a abordagem tradicional, desenvolvendo carros elétricos que sejam lucrativos e acessíveis.
Contratempos e desafios no plano da Ford
Apesar do plano ousado, a Ford enfrenta obstáculos em sua transição.
Em julho de 2024, anunciou o adiamento do plano de eletrificar totalmente sua linha europeia até 2030.
Agora, optará por manter alguns modelos híbridos e a combustão na Europa.
Além disso, a nova geração da popular F-150 Lightning foi adiada para 2027, e o SUV elétrico de sete lugares, que deveria competir com modelos grandes da Tesla e marcas europeias, teve seu desenvolvimento interrompido.
Esses recuos refletem as dificuldades de adaptação de empresas tradicionais a um mercado cada vez mais digital e dinâmico.
A liderança chinesa no setor automotivo
Para a Ford e outras montadoras ocidentais, os avanços das empresas chinesas em áreas como inteligência artificial, baterias de lítio e condução autônoma são um lembrete da necessidade urgente de inovação.
Empresas chinesas, muitas vezes subestimadas no Ocidente, estão agora dominando setores essenciais da economia automotiva, e essa liderança pode remodelar o futuro da indústria.
Segundo especialistas, a capacidade de adaptação das montadoras ocidentais à nova realidade será fundamental para sua sobrevivência e relevância no mercado.
Uma nova era de desafios para a Ford e o Ocidente?
A Ford e outras fabricantes tradicionais enfrentam um dos maiores desafios de sua história.
Com a tecnologia avançada e o custo competitivo dos modelos chineses, a pressão para se adaptar nunca foi tão intensa.
A questão que se impõe é: a Ford conseguirá competir em um mercado dominado pela tecnologia e inovação chinesas?