O CEO brasileiro Marco Stefanini participa de negociações com os EUA para eliminar tarifas que travam o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Entenda os bastidores.
O CEO brasileiro Marco Stefanini, fundador da multinacional de tecnologia Stefanini, está no centro de uma das negociações comerciais mais estratégicas da atualidade. Como co-chair do CEO Fórum Brasil-Estados Unidos, ele atua ao lado de líderes de grandes companhias brasileiras e americanas para eliminar tarifas que travam o comércio entre Brasil e Estados Unidos.
Nos últimos meses, Stefanini praticamente viveu em trânsito. Segundo informações do NeoFeed, o empresário passou apenas alguns dias no Brasil, dedicando a maior parte de sua agenda a encontros e reuniões em Washington, onde busca influenciar diretamente decisões que impactam o futuro das relações econômicas entre os dois países.
Por que as tarifas são um problema?
As tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros se tornaram um ponto de tensão. O governo americano, sob forte pressão política, adotou medidas protecionistas que encarecem a exportação de itens estratégicos do Brasil. Isso afeta setores como:
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- Agronegócio, com aumento no custo de exportação de carnes, soja e açúcar.
- Mineração e siderurgia, que enfrentam sobretaxas em aço e alumínio.
- Indústria de transformação, especialmente em produtos químicos e manufaturados.
Essas barreiras prejudicam diretamente o fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos, que somou mais de US$ 100 bilhões em 2024, e podem minar a competitividade de empresas brasileiras no maior mercado do mundo.
A missão em Washington
Para enfrentar esse desafio, Stefanini e outros líderes empresariais — de companhias como Embraer, Gerdau e Suzano — organizam missões frequentes aos Estados Unidos. Em Washington, os encontros envolvem:
- Congressistas americanos, responsáveis por legislar sobre tarifas e comércio internacional.
- Autoridades da Casa Branca, que podem revisar políticas protecionistas.
- CEOs americanos, que também sofrem com os custos adicionais e defendem maior integração com o Brasil.
A meta declarada pelo grupo é dobrar o volume do comércio bilateral em cinco anos. Para isso, a estratégia inclui tanto a redução de tarifas quanto a atração de investimentos recíprocos em setores estratégicos.
Stefanini: da tecnologia à diplomacia empresarial
A Stefanini, empresa fundada por Marco Stefanini nos anos 1980, se consolidou como uma das maiores multinacionais brasileiras de tecnologia, com presença em mais de 40 países.
Agora, o CEO brasileiro utiliza sua experiência global para atuar como diplomata corporativo, fortalecendo os laços entre o setor privado e os governos de Brasil e Estados Unidos.
Além da agenda no Fórum, Stefanini anunciou que a companhia pretende investir R$ 2 bilhões em aquisições até 2027, aproveitando um cenário global em que muitas empresas enfrentam dificuldades financeiras. Essa postura reforça sua imagem de gestor visionário, que busca expandir a atuação da empresa enquanto participa de discussões geopolíticas de alto nível.
O que o Brasil pode ganhar?
Caso as negociações avancem, o Brasil poderá colher benefícios consideráveis:
- Aumento das exportações: setores como agronegócio, siderurgia e tecnologia terão acesso a mercados com menos barreiras.
- Mais investimentos: empresas americanas podem ampliar operações no Brasil diante de um ambiente mais favorável.
- Geração de empregos: a expansão das relações comerciais tem potencial para criar milhares de postos de trabalho.
- Fortalecimento diplomático: melhora da imagem do Brasil como parceiro estratégico dos EUA.
Obstáculos pelo caminho
Apesar dos avanços, o cenário ainda é desafiador. O governo americano mantém uma postura firme em relação a tarifas, justificando a medida como proteção à indústria local. Além disso, o ano eleitoral nos EUA tende a dificultar concessões políticas nesse campo.
Outro ponto é a necessidade de unidade política no Brasil para apoiar as negociações. Especialistas afirmam que divergências internas podem enfraquecer o poder de barganha brasileiro.
A importância do setor privado em grandes decisões globais
O protagonismo de Marco Stefanini reforça a importância do setor privado nas grandes decisões globais. Como CEO brasileiro à frente de uma gigante multinacional, ele transformou sua trajetória empresarial em uma plataforma de influência internacional, aproximando Brasil e Estados Unidos em um momento crítico.
Se as negociações prosperarem, a iniciativa pode marcar um divisor de águas no comércio bilateral, reduzindo barreiras, ampliando oportunidades e colocando o Brasil em posição mais competitiva no cenário global.
Enquanto isso, o país acompanha atento os próximos capítulos dessa história — que pode redefinir não apenas a relação com os EUA, mas também o futuro econômico de setores-chave da economia brasileira.
Com informações do site NeoFeed.