Plano em debate na Assembleia de Minas prevê transformar a estatal em corporação, reduzir participação do Estado e migrar listagem para o Novo Mercado, sem alienação direta de papéis
A discussão sobre a privatização da Cemig voltou ao centro do debate político e econômico em Minas Gerais. A proposta atual não prevê venda imediata de ações, mas sim a conversão de papéis ordinários do Estado em preferenciais, alterando a estrutura de controle e levando a companhia para o Novo Mercado da B3. A mudança, segundo a própria direção, seria societária e estrutural, e não uma simples operação de venda.
Esse desenho busca destravar a exigência constitucional de referendo em Minas para alienação de ativos, ao mesmo tempo em que responde à pressão do endividamento estadual, hoje superior a R$ 165 bilhões. Nesse contexto, a Cemig aparece como ativo estratégico dentro do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), mecanismo que permite reduzir encargos e alongar prazos mediante a entrega de ativos.
Como funcionaria a privatização sem venda direta
Segundo o CEO Reynaldo Passanezi Filho, a conversão de ações transformaria a Cemig em companhia de capital pulverizado, sem acionista controlador definido.
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Hoje, o governo mineiro detém 51% das ações ordinárias, mas não possui participação em preferenciais.
Pela proposta, haveria unificação no Novo Mercado, reduzindo a fatia estatal para cerca de 17% do capital total, sem necessidade de alienação.
O movimento mira aumentar a liquidez dos papéis, alinhar a governança às práticas de mercado e criar condições para que a empresa opere como corporação.
“Aqui ninguém está falando de alienação, de venda das ações”, frisou Passanezi em entrevista, reforçando o caráter societário da iniciativa.
Obstáculos políticos e jurídicos
A proposta, no entanto, enfrenta resistências. A Constituição de Minas exige referendo popular para mudanças na estrutura de estatais estratégicas como Cemig, Copasa e Gasmig.
Isso significa que, mesmo com o projeto em tramitação, há entraves legislativos e políticos relevantes.
A privatização da Cemig se entrelaça com as negociações da dívida estadual com a União.
Parte do debate gira em torno de eventual federalização de ativos como forma de reduzir o passivo de Minas Gerais, algo que poderia incluir a própria estatal elétrica.
Cemig já atua com perfil privado
O CEO defende que a companhia tem hoje uma “gestão com mentalidade privada”.
Nos últimos anos, a estatal promoveu cortes de custos considerados privilégios, como a venda de aeronaves executivas e a devolução de andares em sua sede.
Também flexibilizou a regra que exigia que todos os gerentes fossem concursados, abrindo até 40% das funções para profissionais vindos do mercado — hoje, cerca de 15% dos cargos já seguem esse modelo.
Essas medidas, segundo a direção, mostram que a Cemig já opera com disciplina financeira, foco em eficiência e práticas de governança semelhantes às de empresas privadas, mesmo antes de qualquer decisão definitiva sobre a privatização.
Próximos passos e impacto esperado
A tramitação do projeto ocorre em paralelo ao da Copasa, estatal de saneamento, considerada por analistas como mais viável politicamente para privatização no curto prazo.
No caso da Cemig, a complexidade legislativa e o peso estratégico no setor elétrico nacional tornam o processo mais delicado.
Ainda assim, se aprovado, o modelo de conversão pode abrir caminho para uma mudança profunda na estrutura societária, colocando a Cemig em outro patamar de governança e atraindo novos investidores.
Para Minas Gerais, seria também uma forma de equilibrar as contas públicas sem recorrer imediatamente à venda de ativos.
E você, acha que a privatização da Cemig nesse formato societário é um caminho eficiente para modernizar a empresa e aliviar a dívida do Estado? Ou acredita que a participação estatal deve ser mantida como está? Deixe sua opinião nos comentários — o debate sobre o futuro da energia em Minas está apenas começando.
Isso é simplesmente uma falácia do governador. A perda do controle acionário pelo estado acontecerá seja por alienação ou pulverização numa corporation! É apenas questão semantica. A Assembleia e a sociedade não vai cair nesse conto do vigário. Quanto ao fato desse presidente (que foi autoselecionado para o cargo por uma “head hunter”), dizer que é uma gestão privada, apenas pegou o que há de pior na gestão de empresas privadas – como pagamento exorbitantes de bonus para diretoria e assedio morais e ameaças – e manteve o pior da gestão estatal : o apadrinhamento descarado de cargos com fins políticos. Mente descaradamente quando diz que a seleção de gerentes é via mercado, porém a maioria absoluta são indicações políticas do Novo paulista, cujo critério é a fidelidade ideológica. E a Cemig hoje está totalmente cercada por irregularidades já denunciadas pela CPI na ALMG – que está sendo questionavelmente sendo blindada pelo Ministério Publico do estado. Uma investigação séria vai apurar tudo de ruim que estão fazendo com a Cemig – os dados de eficiencia pela Aneel despencaram e a apropriação político-partidária recrudesceu. Isso até parece uma reportagem comprada, pois não olhou o outro lado.
O correto para o Governo é privatizar, assim como Estados mais avançados e corajosos, como São Paulo e Paraná. A privatização querendo ou não vai gerar valor para todos e maior transparência na gestão, com aumento na valorização das ações.
O que permite o governo alavancar renegociação da dívida, com condições bem melhores de renegociação e futuramente quem sabe após o mercado valorizar as ações poder utilizá-las para investir no que a população referendar ou até mesmo quitar a dívida estadual ou um percentual bem maior do que faria na atual situação.
A Sabesp e a Enel que o diga. Serviços pioraram e preços subiram. No Paraná a Copel – antes uma referencia – está agora num dos ultimos lugares do indice da Aneel. Seria bom pesquisar e analisar antes de postar.