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Cem homens carregando um Mercedes-Benz nos ombros até o Nepal? Sim, era o carro de Hitler

Publicado em 09/08/2025 às 14:58
Carro, Hitler
Imagem: Reprodução YouTube / Xataka
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Registro histórico revela como um Mercedes-Benz presenteado por Hitler ao rei do Nepal foi transportado manualmente por dezenas de homens até Katmandu

A fotografia que registra homens nepaleses carregando um carro nos ombros é real. A cena ocorreu no vale de Chitlang, ao longo da antiga rota conhecida como “Caminho do Rolls Royce”. O trajeto, no passado, representava o engenho e a resiliência humana diante das limitações do Nepal.

O mais curioso não é apenas o transporte coletivo de um automóvel por dezenas de pessoas. O que torna o registro ainda mais marcante é a identidade do dono original do veículo, ligada a um capítulo singular da história mundial.

O caminho antes das estradas

Durante décadas, essa rota foi a principal ligação entre o vale de Katmandu e as planícies do Terai. Sem estradas modernas, veículos eram desmontados e levados sobre postes de bambu, apoiados nos ombros de carregadores.

O trajeto era utilizado por comerciantes, peregrinos, dignitários e moradores locais. Até 1956, era a única ligação pavimentada entre Katmandu e a Índia.

Para chegar ao destino, era preciso cruzar colinas, florestas e aldeias como Chitlang, Markhu e Kulekhani.

A construção da Estrada Tribhuvan mudou a dinâmica da região. O caminho caiu em desuso, deixando vilarejos isolados e transformando-os em lembranças silenciosas de outra época.

Hitler e o carro presenteado

A imagem mais famosa dessa rota remonta, possivelmente, à década de 1940. A versão mais conhecida diz que Adolf Hitler presenteou o Rei Tribhuvan, avô do último rei do Nepal, com um Mercedes-Benz 230 Pullman Landaulet, fabricado entre 1937 e 1939.

Esse foi o primeiro automóvel visto no país. Como não havia estradas, a única forma de levá-lo até Katmandu foi carregá-lo manualmente por terrenos íngremes e irregulares.

Outra versão sugere que o destinatário era Juddha Shumsher, Primeiro-Ministro da Índia. O objetivo seria conquistar apoio dos soldados Gurkhas durante a Segunda Guerra Mundial.

O trabalho dos carregadores

O transporte humano de cargas é uma prática milenar, anterior à domesticação de animais e à invenção da roda. Com o tempo, a prática diminuiu por causa dos avanços tecnológicos, mas ainda é comum em regiões de difícil acesso.

No Nepal, esse trabalho ganhou destaque com os Sherpas, conhecidos mundialmente pelo papel em expedições aos Himalaias.

Embora o nome seja originalmente o de um grupo étnico, tornou-se sinônimo de carregador e guia experiente em altitudes extremas.

Hoje, os Sherpas atuam como profissionais essenciais para escaladores, garantindo que equipamentos e suprimentos cheguem a locais onde veículos não chegam.

Tradição e engenhosidade

O transporte do Mercedes-Benz até Katmandu simboliza mais do que um episódio inusitado. Mostra a resiliência de comunidades montanhosas que, mesmo com as transformações do mundo moderno, continuam adaptando métodos tradicionais às necessidades do presente.

O mais importante é que o evento revela a capacidade de superar obstáculos físicos e logísticos com criatividade e esforço coletivo. Essa combinação de engenho e força humana foi determinante para que o carro chegasse ao destino.

O retorno do automóvel

Anos depois, veio a revelação: o carro ainda existia. Ele foi restaurado e passou a transportar visitantes nos terrenos de um museu do palácio nepalês.

Antes disso, havia ficado guardado por mais de cinco anos em uma antiga garagem do palácio, após ser abandonado por uma escola de engenharia que o utilizava para aulas práticas.

A trajetória do veículo é peculiar. De meio de transporte de um dos líderes mais controversos da história, ele passou a peça de estudo e memória cultural.

Do cenário europeu da década de 1930 às trilhas montanhosas do Nepal, sua história une política, geografia e resistência humana.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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