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Catar imprime no deserto o maior edifício 3D do mundo com máquinas do tamanho de aviões

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/07/2025 às 08:59
Com impressoras do tamanho de um Boeing, Catar inicia construção de duas escolas públicas que somam 40 mil metros quadrados no deserto
Com impressoras do tamanho de um Boeing, Catar inicia construção de duas escolas públicas que somam 40 mil metros quadrados no deserto
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No meio do deserto, o Catar está imprimindo o maior edifício 3D do mundo. O projeto ousado usa impressoras gigantes do tamanho de aviões para construir escolas públicas com formas curvas inspiradas nas dunas locais. A iniciativa promete mudar a forma como grandes estruturas são erguidas e reforça o país como polo de inovação em engenharia.

O Catar deu início a um projeto ambicioso que promete mudar os rumos da construção civil no mundo. Em pleno deserto, começou a construção do maior edifício já impresso em 3D.

A iniciativa é liderada pela UCC Holding em parceria com a Autoridade de Obras Públicas do país, a Ashghal.

Com impressoras gigantes da empresa dinamarquesa COBOD, o país pretende erguer duas escolas públicas com um total de 40 mil metros quadrados. E o processo está apenas começando.

Impressoras do tamanho de um Boeing

Para realizar essa façanha, foram encomendadas duas impressoras BODXL personalizadas. Elas têm o tamanho de um hangar de Boeing 737, com 50 metros de comprimento, 30 de largura e 15 de altura.

Essas máquinas são capazes de extrudar concreto em camadas, moldando as paredes como se fossem dunas.

A impressão 3D segue um ritmo constante e preciso, criando estruturas com curvas e formas orgânicas impossíveis — ou caríssimas — de serem feitas com métodos tradicionais.

As duas escolas terão cada uma 20 mil metros quadrados.

Elas fazem parte de um plano maior de construção de 14 escolas, totalizando 40 mil metros quadrados. É um avanço gigantesco se comparado ao recorde anterior.

O recorde anterior era 40 vezes menor

Antes do Catar, o maior edifício impresso em 3D era um centro equestre na Flórida, com pouco mais de 10 mil pés quadrados, algo em torno de 930 metros quadrados. Essa estrutura foi feita pela Printed Farms com a impressora BOD2, também da COBOD.

O novo projeto é 40 vezes maior. Isso muda completamente o patamar da construção 3D em larga escala e mostra até onde essa tecnologia pode ir.

Não se trata mais de imprimir casas pequenas, mas de levantar prédios escolares com geometrias ousadas em ambientes extremos.

Meses de testes e treinamentos

Nada disso foi feito da noite para o dia. Nos oito meses que antecederam o início da construção, uma equipe dedicada realizou mais de 100 testes em escala real em Doha. Participaram arquitetos, engenheiros, cientistas de materiais e técnicos de impressão.

Eles precisaram adaptar a mistura de concreto para suportar o calor do deserto. Também foi criado um bico extrusor personalizado, capaz de garantir precisão mesmo nas curvas mais desafiadoras.

Em maio de 2025, a equipe passou por um treinamento intensivo com engenheiros da COBOD. Eles aprenderam a lidar com o sequenciamento das impressoras, o controle das camadas e o monitoramento de qualidade em tempo real.

Impressão ocorre à noite

Para evitar o calor extremo, as impressoras funcionam principalmente durante a noite. Isso melhora o desempenho do concreto e aumenta a integridade estrutural das camadas.

Outro ponto positivo é a redução de ruído, poeira e consumo de energia — fatores essenciais no esforço do país por métodos mais sustentáveis de construção.

Além da eficiência, o design também chama atenção. As escolas foram projetadas para refletir a paisagem natural do Catar. As formas lembram o vento modelando as dunas. Essa liberdade geométrica só é possível com a impressão 3D.

Um novo marco até o fim de 2025

Com previsão de entrega para o final de 2025, o projeto quer mais do que estabelecer um novo recorde. Ele visa consolidar o Catar como referência em inovação, engenharia e construção sustentável.

As escolas impressas no deserto serão o maior exemplo até agora do que a construção 3D pode alcançar em escala real. E isso, segundo os envolvidos, é apenas o começo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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