Descoberta arqueológica em Finlaggan revela castelo medieval esquecido, reforçando a importância histórica dos Lordes das Ilhas no poder político da Escócia
Uma pequena ilha na remota Islay, na Escócia, acaba de se tornar peça-chave para compreender a política medieval da região. Pesquisadores anunciaram a descoberta de ruínas em Finlaggan, local que teria abrigado um castelo real esquecido por mais de 700 anos.
A revelação chega depois de quase três décadas de escavações contínuas. Sob a liderança de David Caldwell, arqueólogos e voluntários encontraram vestígios de uma fortaleza que teria sido o núcleo do poder dos famosos Lordes das Ilhas.
Centro de um clã poderoso
O castelo descoberto teria servido como sede dos MacDonald, família que governou as Hébridas, Argyll e parte das Terras Altas ocidentais.
-
Povo africano possui adaptações genéticas especiais que permitem viver em região extrema e desfavorável à sobrevivência humana, aponta estudo
-
Argentina se torna o primeiro país latino-americano a entrar em programa nuclear dos EUA, aposta em quatro pequenos reatores modulares de até 300 MW e mira data centers de inteligência artificial
-
Asteroide Apophis, com 340 metros de diâmetro, passará a 5,9 raios da Terra em 2029 e será visto por 2 bilhões de pessoas
-
Túnel mais longo do mundo tem 57,1 km de extensão, atinge 2.450 metros de profundidade, levou quase 17 anos para ficar pronto e permite trens a 200 km/h
Eles agiram quase como reis, comandando ataques inclusive ao continente, com destaque para a invasão do Castelo de Urquhart, próximo ao Lago Ness.
Esse domínio não se restringia apenas à força militar. Ele representava também a afirmação cultural e política de uma elite que moldou o destino da região durante séculos.
Estrutura monumental e singular
As ruínas revelaram uma torre retangular de pedra, com cerca de 19 por 19 metros, ampliada para 21 metros quando incluído o pedestal.
Essa dimensão a coloca lado a lado de castelos ingleses como Carlisle, Bamburgh e Lancaster.
A fortaleza contava ainda com pátios, cozinhas, capela com cemitério, alojamentos e um grande salão para banquetes.
Em termos arquitetônicos, tratava-se de uma construção rara na Escócia, mas comum entre reis anglo-franceses da Grã-Bretanha e da Irlanda.
Portanto, a escolha por esse estilo arquitetônico funcionava como símbolo de status, poder e conexões políticas internacionais.
Segundo Caldwell, o castelo pode ter sido desmantelado por fragilidade estrutural ou por ataques de inimigos. Com o tempo, a área acabou substituída por um palácio erguido pelos próprios senhores locais.
Ainda assim, a importância do local não desapareceu. Pelo contrário: Finlaggan manteve-se como centro político dos Lordes das Ilhas até os séculos 14 e 15, quando esse clã atingiu o auge de sua influência.
Livro reúne achados históricos
Os resultados das escavações foram reunidos em uma publicação lançada pela Sociedade de Antiquários da Escócia.
O livro descreve as evidências que confirmam Finlaggan como centro de poder quase independente, fundamental para a história escocesa medieval.
Além disso, a obra sugere que o local pode ter sido um espaço de rituais e reuniões desde tempos pré-históricos. Há hipóteses de uso até no período viking, antes de se tornar castelo real e, mais tarde, palácio senhorial.
Patrimônio com séculos de influência
As evidências arqueológicas mostram que a fortaleza se distribuía por duas ilhas no Lago Finlaggan. Uma abrigava a torre de pedra, onde ficavam o rei ou o lorde. A outra concentrava os pátios, as cozinhas, oficinas, casas e o salão principal.
Esse conjunto confirma a ideia de que a região funcionava como centro de comando político, militar e cultural.
Em resumo, o achado não apenas reforça a grandiosidade dos MacDonald, mas também amplia a compreensão da Escócia medieval.
O peso da descoberta do castelo medieval
O estudo revela que Finlaggan não era apenas um ponto de poder nos séculos 14 e 15. Ele já tinha relevância no período anterior, entre os séculos 12 e 13.
Essa nova perspectiva reposiciona a ilha na narrativa histórica e mostra que o território teve importância contínua por muitos séculos.
Para Caldwell e sua equipe, o castelo esquecido representa um elo perdido que ajuda a reconstruir o passado escocês.
Com informações de Revista Galileu.