1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Casas “tipo Lego”: construir 40% mais barato exige uma mão de obra que poucos conhecem
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Casas “tipo Lego”: construir 40% mais barato exige uma mão de obra que poucos conhecem

Escrito por Carla Teles
Publicado em 09/11/2025 às 15:55
Casas tipo Lego construir 40% mais barato exige uma mão de obra que poucos conhecem
Blocos ‘tipo Lego’ prometem obras 40% mais baratas, mas exigem mão de obra específica. Entenda os riscos reais e o segredo estrutural antes de construir.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Sistema que substitui argamassa por estrutura interna de concreto promete agilidade, mas especialistas alertam que a falta de preparo profissional pode anular a economia e gerar prejuízos.

A promessa de construir uma casa com a mesma facilidade de montar um brinquedo seduz o mercado brasileiro há anos. Os chamados “tijolos ecológicos” ou blocos modulares de encaixe ganharam o apelido popular de “tipo Lego” pela sua aparência, prometendo obras limpas e rápidas. No entanto, por trás do marketing de simplicidade, existe uma realidade técnica exigente: a viabilidade do sistema depende drasticamente da qualificação da mão de obra envolvida no processo.

Diferente da alvenaria convencional, onde pequenas imperfeições são corrigidas com camadas de massa, o sistema modular não tolera erros. Segundo análises técnicas de portais especializados como o AECweb, embora o bloco em si seja muitas vezes classificado normativamente como “sem função estrutural”, ele atua como a fôrma para a verdadeira estrutura da casa. Se a equipe não souber manipular essas peças com precisão milimétrica, o sonho da casa rápida pode se tornar um pesadelo logístico.

O paradoxo da economia: por que custa menos?

Uma das dúvidas mais comuns entre quem deseja construir é como um bloco, cujo valor unitário muitas vezes supera o do tijolo cerâmico tradicional, pode gerar uma economia final de até 40% na obra. A resposta não está no preço do milheiro, mas na eliminação de etapas inteiras da construção civil.

Estudos de viabilidade econômica, incluindo dados compilados em plataformas acadêmicas como o ResearchGate, validam essa redução de custo no “metro quadrado acabado”. A economia surge porque o sistema dispensa o uso de madeira para caixarias (fôrmas de pilares e vigas), elimina a necessidade de chapisco e reboco grosso, e reduz drasticamente o volume de entulho. O bloco já vem com acabamento final, exigindo apenas um impermeabilizante ou uma fina camada de gesso, se desejado.

A verdade estrutural: o mito da “obra sem argamassa”

YouTube Video

É tecnicamente verdade que o sistema dispensa a “argamassa de assentamento” entre as fiadas de blocos. No entanto, chamar isso de “obra seca” pode induzir ao erro. A estrutura real da edificação é feita de concreto armado, que fica oculto dentro das paredes.

Conforme detalhado por fontes técnicas do setor, a resistência não vem do encaixe dos blocos, mas sim do graute (um tipo de microconcreto fluido de alta resistência) e vergalhões de aço inseridos nos furos verticais dos tijolos. Esses pontos formam “microcolunas” internas, amarradas por cintas horizontais de concreto. Portanto, a obra continua utilizando cimento, areia e brita, mas de forma cirúrgica e estrutural, em vez de usá-los apenas para “colar” tijolos.

O fator humano: a fragilidade do encaixe

O ponto mais crítico do sistema, frequentemente ignorado no discurso de vendas, é a fragilidade logística. Relatos práticos de construtores e até de ex-fabricantes (disponíveis em análises de campo no YouTube) apontam que as saliências que permitem o encaixe “macho-fêmea” quebram com facilidade durante o transporte e o manuseio incorreto no canteiro.

Quando um encaixe quebra, a peça perde sua função de alinhamento, podendo comprometer a estética da parede ou exigir descartes que aumentam o custo. É aqui que a mão de obra treinada se torna o divisor de águas: uma equipe sem experiência tende a ter um alto índice de quebra e retrabalho, anulando a vantagem de velocidade e a economia prometida pelo sistema.

Você confiaria a estrutura da sua casa a esse modelo construtivo inovador ou prefere o método tradicional? Já teve experiência com esse tipo de obra? Compartilhe sua visão nos comentários abaixo.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre economia, curiosidades, setor automotivo, tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x