Casal britânico vende tudo, transforma van Fiat Ducato em motorhome e percorre 29 países vivendo na estrada em busca de liberdade, natureza e novos horizontes.
A decisão de trocar a estabilidade por uma vida nômade partiu de um casal britânico que decidiu romper completamente com o modelo tradicional de trabalho e moradia. Em 2020, após décadas dedicadas a empregos fixos e uma rotina comum nos subúrbios da Inglaterra, Julie e Jason Buckley venderam tudo o que tinham: casa, móveis, carro e boa parte dos bens pessoais. Com o dinheiro, compraram uma van Fiat Ducato, reformaram por conta própria e transformaram o veículo em um motorhome completo, com cama, banheiro, cozinha e painéis solares no teto.
Desde então, o casal já percorreu 29 países pela Europa, cruzando cordilheiras, desertos e regiões costeiras, em uma jornada que une aventura, liberdade e uma nova forma de enxergar o mundo. O projeto nasceu durante o isolamento da pandemia, quando perceberam que o tempo e a mobilidade eram os maiores luxos que poderiam conquistar.
A transformação da van: do zero à liberdade sobre rodas
A adaptação da Fiat Ducato levou cerca de seis meses. O veículo, originalmente usado para transporte de carga, foi totalmente desmontado e ganhou isolamento térmico, sistema elétrico solar e até aquecimento para enfrentar o frio europeu.
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O investimento total ficou em torno de £30 mil (cerca de R$ 190 mil). A construção foi feita apenas com o auxílio de tutoriais e muita pesquisa.
“Queríamos algo que fosse realmente nosso, simples, mas confortável. Um espaço pequeno, porém capaz de nos levar a qualquer lugar”, relatou Jason em uma entrevista ao The Sun.
O casal aprendeu a lidar com todos os desafios de viver em um espaço reduzido — como armazenar água, lidar com banheiros químicos e cozinhar com energia limitada. Mas a recompensa, dizem, é incomparável: acordar todos os dias em um cenário diferente, seja aos pés dos Alpes suíços, à beira do Mediterrâneo ou em pequenas vilas italianas.
A rotina na estrada e os desafios de viver em movimento
Julie e Jason costumam permanecer de três a cinco dias em cada cidade, sempre buscando estacionamentos seguros e locais autorizados para pernoite. Durante o trajeto, enfrentaram temperaturas negativas, tempestades e até dificuldades com fronteiras fechadas durante a pandemia.
Mas o que mais marcou a jornada foi o contato humano. O casal relata que, em cada país, foi recebido com curiosidade e solidariedade por outros viajantes e moradores locais.
“Percebemos que há mais gentileza no mundo do que imaginávamos. As pessoas sempre querem ajudar”, afirmou Julie.
Eles afirmam que a liberdade financeira foi um dos fatores decisivos para manter o estilo de vida. Com o dinheiro obtido da venda da casa e a aposentadoria antecipada, conseguiram viver com custos mensais em torno de €1.500 (aproximadamente R$ 8 mil), incluindo combustível, alimentação e manutenção do veículo.
29 países, milhares de quilômetros e uma nova perspectiva de vida
Entre os destinos já visitados estão França, Espanha, Portugal, Croácia, Grécia, Noruega, Suécia e Turquia. Em todos, o casal prioriza rotas alternativas, longe dos grandes centros urbanos. “Descobrimos que a verdadeira beleza está fora das capitais. São pequenas aldeias, mercados locais, pessoas simples e generosas”, contam.
O casal também destaca o impacto emocional da jornada. A vida na estrada trouxe um senso de propósito e conexão com o tempo que antes parecia impossível. “Não estamos fugindo de nada. Estamos indo em direção ao que sempre sonhamos: tempo, liberdade e experiências reais”, explicou Jason.
Durante o inverno, eles costumam estacionar o veículo em regiões mais quentes da Europa, aproveitando o clima mediterrâneo, e planejam seguir para o Norte da África nos próximos anos.
O novo significado de lar
Julie resume a experiência de forma poética: “Nosso lar não tem endereço fixo. Ele tem rodas, tem janelas que mudam de vista todos os dias e o silêncio que só quem vive longe da pressa entende.”
A história do casal se tornou símbolo de uma geração que busca novas formas de viver, priorizando liberdade e experiências sobre o acúmulo de bens.
Assim como milhares de pessoas em todo o mundo que abraçaram o nomadismo moderno, eles transformaram o antigo sonho de “viajar o mundo” em realidade — literalmente sobre rodas.



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