Descoberta no quintal de um casal em Nova York revela mandíbula de mastodonte de 13.000 anos e impulsiona novas pesquisas paleontológicas no estado.
Um casal teve uma surpresa inesperada ao encontrar dentes gigantes enterrados no próprio quintal. O que parecia ser apenas uma pedra revelou-se parte da mandíbula de um mastodonte com cerca de 13.000 anos.
Uma descoberta inesperada transformou o quintal de um casal em Scotchtown, Nova York, em um verdadeiro sítio pré-histórico. Em setembro de 2024, dois dentes gigantes emergindo da grama chamaram a atenção dos moradores.
A princípio, pensaram se tratar de uma pedra estranha. Mas estavam diante de uma relíquia da Era Glacial: a mandíbula de um mastodonte com cerca de 13.000 anos.
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Um encontro com o passado no próprio quintal
O casal decidiu levar os dentes a um especialista. Procuraram o Dr. Cory Harris, arqueólogo e chefe do departamento de ciências comportamentais da SUNY Orange. Acostumado a receber rochas ou objetos sem valor arqueológico, ele se preparou para mais uma decepção.
Mas, ao abrir a caixa de papelão com os dentes amarelados, sua reação foi imediata. “Fiquei loucamente empolgado”, disse ao New York Times. Segundo ele, a emoção reacendeu o entusiasmo que o levou à arqueologia há quase três décadas.
Os dentes pertenciam à mandíbula bem preservada de um mastodonte adulto. Esses animais, parentes do mamute-lanoso, viveram na América do Norte até cerca de 10.000 anos atrás.
Escavação revela mais ossos da criatura extinta
A partir da descoberta, o Dr. Harris acionou o Dr. Robert Feranec, diretor de pesquisa e coleções do Museu Estadual de Nova York. Os dois organizaram uma escavação cuidadosa no local.
Além da mandíbula, a equipe encontrou fragmentos de uma costela e um osso do dedo do pé. “Esta mandíbula de mastodonte oferece uma oportunidade única para estudar a ecologia desta magnífica espécie”, afirmou Feranec, que se dedica ao estudo de ecossistemas da Era Glacial. Segundo ele, cada novo fóssil ajuda a montar o quebra-cabeça da história da região.
Região já é conhecida por fósseis da Era Glacial
Apesar da surpresa da descoberta, o Condado de Orange, onde fica Scotchtown, tem um histórico rico de achados fósseis. Estima-se que mais de 150 fósseis de mastodonte já foram encontrados em todo o estado de Nova York. Aproximadamente um terço deles vieram desta mesma região.
Segundo Dan Fisher, professor emérito da Universidade de Michigan, os mastodontes chegaram ao estado há cerca de 14.500 anos. Alimentavam-se de vegetação como agulhas de pinheiro e abeto. As áreas pantanosas que os sustentavam, no entanto, também eram armadilhas naturais. Muitos acabaram presos nesses terrenos úmidos e morreram ali mesmo, o que favoreceu a preservação de seus restos mortais.
A mandíbula recém-descoberta será enviada à Califórnia, onde passará por testes de datação por radiocarbono. O objetivo é confirmar a estimativa de 13.000 anos. Os dentes também serão analisados para identificar traços da dieta do animal e sinais sobre sua idade no momento da morte.
Exposição pública deve ocorrer em 2025
O Museu Estadual de Nova York irá preservar os fósseis e realizar estudos mais aprofundados. Uma exibição pública está prevista para 2025. A descoberta já despertou grande interesse de cientistas e também do público.
“Esta descoberta destaca a missão inabalável do Museu de impulsionar pesquisas científicas vitais”, afirmou Michael Mastroianni, vice-comissário interino de educação cultural do museu. Para o Dr. Feranec, trata-se de uma prova concreta da rica história paleontológica do estado de Nova York.
Apesar da empolgação, o Dr. Harris ainda não tem acesso total ao terreno. Os restos do mastodonte estão próximos da superfície, mas ele só poderá continuar os trabalhos caso os donos da casa permitam. “Precisaria de muita energia para não cavar no meu próprio quintal se soubesse que há um mastodonte bem ali”, disse, em tom bem-humorado.
Enquanto isso, os moradores comemoram o achado. Em nota, disseram estar emocionados por contribuir com a ciência. “Estou emocionado que nossa propriedade tenha proporcionado uma descoberta tão importante para a comunidade científica.”