O que era uma simples cavidade escondida sob uma encosta em Ohio foi transformado por um casal em um refúgio luxuoso de 140 m², com lareira, hidromassagem e design moderno integrado à natureza, atraindo hóspedes de todo o país
Bryant e Amy compraram uma residência de férias em Hocking Hills State Park, nos Estados Unidos, quando encontraram uma caverna “escondida” em seu terreno. A ideia de transformá-la em um refúgio de luxo surgiu de forma espontânea.
“Lembro de pensar: será que poderíamos realmente construir o maior forte do mundo dentro dela?”, contou Bryant ao canal Tiny House Giant Journey.
Para garantir a segurança, o casal contratou um geólogo e um engenheiro.
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A construção levou sete meses e foi concluída em novembro de 2022.
Um refúgio que virou sucesso
Batizada de The Cave, a casa se tornou um sucesso entre turistas. O aluguel chegava a custar R$ 3 mil por diária na época, e em dezembro sobia para R$ 4.600. Ao todo, o imóvel gera cerca de R$ 140 mil mensais para os proprietários.
O projeto faz parte da propriedade Dunlap Hollow, que também abriga outras construções, como The A-Frame e The Cottage.

Estrutura e design impressionam
Com 140 m², a The Cave acomoda até seis pessoas, oferecendo dois quartos com camas king size, duas camas de solteiro e dois banheiros.
Há também cozinha completa, hidromassagem, pátio externo, lareira ao ar livre, mesa de sinuca, trilhas e Wi-Fi.
A decoração mistura luxo e rusticidade, com rochas aparentes e janelas de vidro que deixam a luz natural entrar.

Construção sustentável e criativa na caverna
Segundo o casal, o projeto da casa na caverna consumiu cerca de R$ 486 mil em materiais. Vídeos publicados no TikTok mostram todas as etapas da obra, desde a escavação até a instalação dos acabamentos.
Hoje, o que era uma simples cavidade na terra virou um dos refúgios mais impressionantes dos Estados Unidos.
Com informações de Casa Vogue.
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A “Casa do Eremita” é um conjunto de aposentos cavados na rocha. O espaço funciona como um labirinto, com salas ligadas por túneis e escadas, segundo a AP News. O exterior está revestido com pedras, seixos e materiais reaproveitados, conforme descreve o Atlas Obscura.
A origem e a vida na casa da caverna
Kahlon, hoje com 77 anos, passou a dormir à beira-mar antes de começar a cavar os penhascos em 1973. Ele contou à New Lines que vivia em uma barraca depois de fugir de um casamento arranjado.
Quando a polícia tentou expulsá-lo, decidiu construir um refúgio.
A morada cresceu com o tempo. Inicialmente era uma caverna simples, mas ele foi ampliando cômodos ao longo das décadas.
O espaço foi feito e preenchido com material reciclado, disse Kahlon à AP News. “Com as pedras que extraio, faço um molde e construo um muro. Aqui não há desperdício, só material“, afirmou ele.
Detalhes da construção
As imagens mostram uma propriedade em múltiplos níveis, acessível por uma escada que desce da praia.
As paredes internas têm textura e tetos curvos. Portas estreitas e arqueadas quase não deixam passar Kahlon, que é homem de estatura reduzida.
Ferramentas simples, como uma lança de ferro que ele mesmo forjou, pás e espátulas, foram usadas na escultura do espaço, segundo a New Lines Magazine.
Ele também talhou prateleiras nas paredes de pedra para guardar seus pertences, e tem alguns móveis no interior.
Toques artísticos da casa da caverna
O interior mistura cacos de vidro colorido, mosaicos e fragmentos de cerâmica. Kahlon fez esses mosaicos com azulejos velhos que recolheu em lixeiras de Tel Aviv, segundo a AP News. Alguns cômodos exibem paredes, janelas e pinturas com tons vivos.
Apesar da aparência rústica, a casa dispõe de encanamento e linha telefônica. Além disso, muitos aposentos recebem eletricidade, informou a AP News.
Os riscos e as perdas
O mar já destruiu o exterior da casa em duas ocasiões. A primeira ocorreu no início dos anos 1980 e a segunda no fim dos anos 1990, quando a construção da Marina de Herzliya provocou erosão na praia, relata o Atlas Obscura.
Herzliya fica a cerca de 13 quilômetros ao norte de Tel Aviv, e a casa está próxima ao bairro à beira-mar conhecido por hotéis e vilas de alto padrão.
Ameaça de despejo
Agora, depois de quase meio século, Kahlon enfrenta a ordem de remoção do governo israelense. O Ministério de Proteção Ambiental afirma que a caverna causou “danos significativos ao penhasco, colocou o público em perigo e reduziu o acesso da praia ao público”, conforme noticiou a AP News.
Kahlon rejeita a acusação. “Trabalhei aqui cinquenta anos sem salário. O que eu fiz? Matei, roubei, estuprei? Não!”, disse ele à revista New Lines. Para o morador, a casa é um museu e deveria ser reconhecida, não demolida.
O homem admitiu que nunca teve permissão oficial para erguer a construção. Ainda assim, alega que as autoridades locais ligaram sua caverna à rede elétrica anos atrás.
Em 1974, recebeu uma ordem de demolição que não foi cumprida. Desde então, diz que só enfrentou oposição recente.
As autoridades sustentam que ofereceram uma moradia alternativa a Kahlon. Ele, entretanto, afirma não ter intenção de sair. “Não vou sair daqui. Estou pronto para que me enterrem aqui“, declarou à AP News. “Não tenho para onde ir, não tenho outro lar.“
A batalha judicial
Com apoio de amigos e parentes, Kahlon angariou recursos para contratar um advogado para o processo que ocorrerá na justiça, informou a New Lines Magazine.
Ele questiona a razão de ser expulso agora, depois de décadas de convivência com o lugar.
A população e grupos culturais observam a disputa com atenção, porque muitos valorizam a criatividade de Kahlon, mas também temem riscos concretos à costa e estabilidade.
A história ressalta o choque entre patrimônio pessoal e regras públicas. Porque a casa surgiu da necessidade e do engenho de um indivíduo, muitos veem nela valor cultural.
Portanto, o caso põe em cena dúvidas sobre quem define o que é espaço público e o que merece proteção.
Nem todos concordam. Além disso, a erosão e o risco à segurança são argumentos que as autoridades utilizam para justificar a ação.
Com informações de Business Insider.



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